Esta ideia é antiga e me acompanhava desde o seu prematuro falecimento, ocasião em que pronunciei no mais íntimo de mim mesmo, no dia 06 de outubro de 2010, o seguinte discurso, diz o Prefeito de Senhor do Bonfim:
“Caso fosse orador, teria tomado para
mim a frase marcante de Paulo Braga, de que ali se encontrava um homem
público que iniciou a sua carreira política rico, e terminara pobre. Sem
entrar em digressões maiores diria que este fato enobrece a biografia
do ex-prefeito pranteado, diante de uma tradição infeliz em que
prefeitos pobres deixam o cargo ricos e a esbanjar dinheiro, e prefeitos
ricos já passaram a faixa a outros ainda mais ricos
Diria também o que muitos disseram
nestes naquele dia, que Cândido Augusto tinha um coração bom, não
guardava mágoas e sabia perdoar. São virtudes suas, sem dúvida, e que
também enobrecem um administrador público, mas virtudes que se usadas em
excesso, podem levar a sua administração à manipulação de pessoas
interesseiras e sem maiores compromissos com a seriedade da
administração pública.
Elogiaria também o grande silêncio que
ele fez, ao se retirar da administração pública, em relação às novas
administrações de Senhor do Bonfim, evitando pronunciamentos
condenatórios e retóricos que viessem a interferir na tranquilidade e
ritmo dessas administrações. Afirmaria também que uma análise maior do
perfil administrativo de Cândido Augusto, há de considerar que ele
atuou, nos últimos tempos, em um momento de transição do controle social
e público sobre as gestões municipais. Momento este em que a Lei de
Responsabilidade Fiscal, a atuação rigorosa da Controladoria Geral da
União, dos Tribunais de Contas, e a consolidação de uma Controladoria
Interna ainda não estavam definidos no cenário das administrações
municipais: os prefeitos, até então, governavam sem estes mecanismos de
controle, avaliação e orientação, planejavam e agiam muitas vezes de
forma amadora e sem um apoio e um norte que lhes garantissem o prumo da
gestão. Diria, mesmo, que Cândido Augusto foi o último prefeito de
Senhor do Bonfim a governar em um quadro antigo das administrações
municipais. Um quadro em que o prefeito tinha contra si a ausência de
olhares institucionais fiscalizadores e controladores capazes de
ajudá-lo a bem governar, fugindo-se de interesses imediatos de
co-gestores do seu processo de governo.
Por fim, antes de fazer a oração final que levaria o seu esquife à
sepultura eu diria que Cândido Augusto nos ensinou a renovar o amor,
permanentemente, para com o solo que nos viu nascer, a nossa querida
Senhor do Bonfim. Descanse em paz!”.ASCOM BONFIM
Postado por: Luiz Bamberg
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