Ilmo. Sr. Edivaldo Martins Correia
Prefeito Eleito de Senhor do Bonfim
Prezado Senhor
Tendo participado do governo anterior, na condição de Consultor, e lendo o texto do Prefeito, Paulo Batista Machado, entendo que o Prefeito Eleito já previa as dificuldades a serem enfrentadas, afinal o clamor da população estava a olhos vistos, embora isto não signifique deméritos ao Prefeito em Exercício.
Para inicio de conversa e elencando o grau de dificuldades do no governo, receio que a formação do seu secretariado poderá ser um entrave, exceto se o grupo politico que o acompanha entenda que o elegeram em função de um projeto político, deixando em suas mãos a atividade gestora.
A formação de um secretariado técnico e com sensibilidade política será um fator diferencial de gestões anteriores, cabendo ao Prefeito coordenar e direcionar o seu projeto politico. É bom que se entenda que o projeto de campanha já foi ou deva ser discutido e aceitado por todo o grupo, merecendo assim, o apoio que se fizer necessário.
As posições individuais devem ser bem demonstradas e as claras, para que não pairem duvidas sobre o pensamento de cada um, no entanto, o assunto, quando acordado, deverá ter o apoio solidário do grupo, fazendo valer a democracia ( respeito à maioria ) e obediência ao Gestor Municipal, principal líder.
As decisões tomadas pelo Prefeito fazem parte do elenco de atos do Estadista, este tem a obrigação de decidir, não podendo ter comportamento duvidoso ou questionável quanto ao seu posicionamento, ante ao fato consumado. Os efeitos nocivos da instabilidade comportamental de qualquer Prefeito tornarão o seu governo objeto de incredibilidade, transparecendo aos subordinados a verdadeira falta de comando, tornando descrentes as suas ordens, as suas posturas.
Retornando ao fator Gestão, inclino-me a lhe pedir desculpas, ousando aconselha-lo a fazer um recadastramento dos servidores e demais contratados direta, ou indiretamente pelo município. No tópico, observo ter lembrança de um numero de 350 pessoas que recebiam salários da Prefeitura, sob a designação de NOMEADOS, o que, aos nossos olhos e ouvidos, significa cabide de empregos. Está certo Paulo Machado quando fala da falta de recursos, sobretudo na saúde, esta com uma gama grande de serviços tripartites, ou seja, com custos bancados pela União, Estado e Município, ficando o ultimo com a gestão e a atribuição de complementar os custos dos projetos. Neste ponto, como efeito colateral, teremos um duplo e adverso sentido para tais serviços: se os serviços alcançarem êxito, ótimo para todos, mas, se derem errado, o efeito negativo transferirá todo o ônus para o Gestor Municipal responsável direto pelos serviços.
Dado o fato, se faz prudente a reanalise de todos os projetos, sequenciando ou priorizando os que melhor atendam a população e suspendendo aqueles que não estejam em qualidade positiva de satisfação.
Excetuando-se as pastas da Educação e Assistência Social que também tem vida orçamentária própria, tal como a Saúde, as demais deverão ser criadas ou canceladas, em acordo com os projetos de governo. Sugerimos a existência de uma pasta que agregue a administração e o planejamento, e com isto, dando um centro governamental as diretrizes do governo. A centralização inicial torna-se imprescindível aos controles que serão feitos conjuntamente pela Fazenda e Controladoria.
É de conhecimento de alguns que na Prefeitura existe uma grande monta de tributos atrasados, alguns já inscritos em divida ativa, outros não, mas que devem ser cobrados, aumentando assim a arrecadação. Aproveitando o ensejo, no que diz respeito a arrecadação, convém verificar o cadastro imobiliário da Prefeitura, assim como a fiscalização de receitas do ISS. Lembramos que temos um grande evento na festa de São João, denominado “Festa do Sfrega”, que, em seu inicio, teve incentivos financeiros do governo Carlos Brasileiro, e hoje, recolhe o mínimo possível de tributo ( ISS ) mais ou menos na faixa de R$ 70.000,00 ( setenta mil reais ) ano, correspondendo a um faturamento bruto de R$ 1.400.000,00 ( hum milhão e quatrocentos mil reais) a uma alíquota de 5% ( cinco por cento ), portanto o serviço de tributação e fiscalização devem fazer uma checagem mais nítida e sujeita a explicações.
Neste contorno de encantos e desencantos que Paulo Machado desveste, nas esperanças do Prefeito Eleito, ouso dizer que as solas dos sapatos sofrem desgastes na busca de recursos para o município, mas sofrem muito mais quando se anda sozinho, desacompanhado politicamente e, pior, quando não se tem nada a mostrar, sequer um projeto que dê consistência aos pleitos que leva na suas orações.
Assim, Dr. Edivaldo Martins Correia, com todas as esperanças que a população de Senhor do Bonfim lhe depositou, desejo-lhe um bom encaminhamento de gestão para os próximos quatro anos, trabalhando com a orientação dos números e as sensibilidades sociais e políticas, imprescindíveis ao bom governante.
Salvador (Ba), 06 de novembro de 2012
Felicitações
Humberto Dantas Santiago Júnior
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