Papa- Francisco I |
No
dia 11 de fevereiro deste ano o mundo foi surpreendido com o anúncio da
renúncia do maior líder da Igreja Católica. Bento 16, de 85 anos de idade, foi
eleito para suceder João Paulo II, um dos papas mais populares da história. Ele
foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais idoso
que João Paulo II quando foi eleito. A Igreja Católica atribuiu a decisão à
problemas de saúde e idade avançada do agora ex-pontífice.
Através de
comunicado, na tarde do último dia do mês de fevereiro, Bento 16 oficializa a
sua renúncia, dizendo, "Por esta razão e consciente da seriedade deste
ato, em completa liberdade, eu declaro que renuncio ao ministério de Bispo de
Roma, Sucessor de São Pedro"..
O
papado de Bento 16 foi marcado por uma crise a respeito de abuso sexual de
crianças que abalou a igreja, por um discurso que desagradou muçulmanos, por um
escândalo envolvendo o vazamento de documentos privados através de seu mordomo
pessoal e por suspeitas de corrupção no Banco Central do Vaticano.
Sendo ou não a saúde e a idade
as principais causas da renúncia, o alemão Joseph Alois Ratzinger (nome de
batismo do Papa Bento 16), demonstrou acima de tudo muita coragem. Sua decisão
atiçou a discussão sobre o comportamento da Igreja em relação a assuntos
considerados opróbrio, ou ignomínia, termos bastante utilizados nos textos
católicos (desonra pública, afronta muito grave que deslustra o bom nome). Como
o diz o provérbio, “o bom pastor tosquia, mas não esfola o seu rebanho”; assim
o fez, com objetivo de “salvar a Igreja”, como o mesmo disse em um dos seus
pronunciamentos.
Fazendo uma analogia entre o
Vaticano e a realidade vivida em diversos municípios do Brasil, percebe-se que
os problemas são os mesmos, com o agravante de que verdadeiros culpados, ao
contrário do papa, insistem nas reincidências de crimes; a exemplo de prefeitos
condenados por diversos tipos de irregularidades que conseguem voltar a
comandar cidades amparados por liminares concedidas pelo poder que deveria
fazer e prezar, de fato, por justiça.
O provérbio “pau que dá em
Chico, também dá em Francisco”, significa que "Francisco" não pode
ser mais importante que "Chico". Um não existiria sem o outro.
Partindo deste princípio, propositadamente o título deste artigo tem o objetivo
de provocar a discussão a cerca de favorecimentos políticos. Por que, mesmo
tendo cometido um mesmo crime, tal político consegue se safar de condenação,
enquanto outro tem seu julgamento e condenação de forma rápida? Isso é
tratamento isonômico?
Espera-se
que o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o uso de métodos
contraceptivos não sejam as únicas prioridades de combate do conterrâneo de
continente, o cardeal argentino de nascimento, o jesuíta Jorge Mario
Bergoglio, Papa Francisco I.
Rezemos e oremos.
Gervásio
Lima
Jornalista
e historiador.
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