Com 5,83% da capacidade de armazenamento de água do rio São Francisco, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Lago de Sobradinho alcança o nível mais crítico desde que foi construído, há mais de 40 anos.
O tema será destaque da palestra do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, nesta quarta-feira, 21, no SemiáridoShow 2015, evento voltado para a agricultura familiar da região Nordeste do Brasil, que ocorre em Petrolina (PE).
Ele é o debatedor da conferência Gestão da Bacia do Rio São Francisco no contexto das mudanças climáticas, a partir das 9h, na sede da Embrapa Produtos e Mercado, na cidade pernambucana vizinha a Juazeiro (BA).
"Esta situação difícil é resultado das transformações significativas na bacia do São Francisco em função das questões climáticas e da interferência imposta pelas atividades humanas", afirma Miranda, defendendo mudanças urgentes na gestão dos recursos hídricos.
Entre outras medidas, ele diz que é preciso mudar a matriz energética: "O São Francisco não pode ter papel preponderante na geração de eletricidade por ter outras demandas importantes, como abastecimento humano, dessedentação animal, agricultura irrigada, pesca e navegação".
Outra necessidade "é a efetivação de um programa de revitalização eficiente", diz, salientando a recomposição de matas ciliares dos rios que integram o complexo da bacia do São Francisco e, sobretudo, "a proteção dos biomas cerrado e caatinga, que, inexplicavelmente, ainda não foram declarados patrimônio nacional".
Adaptação
Conforme a secretária do Comitê da Bacia do Lago de Sobradinho, Silvana Nunes, os oito municípios banhados pela barragem estão adaptando-se ao rebaixamento do nível da água: "Nas cidades, não temos vivenciado problemas com abastecimento, mas o custo está mais alto para a captação das águas".
No entanto, a preocupação com um colapso iminente é geral. "Defendemos que se estabeleçam mudanças sobre a utilização da água, sendo que a agricultura irrigada, embora relevante para a economia, não deve ter mais importância que o abastecimento humano e animal", diz.
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