Paulo, você, como gostava de quase todo tipo de gente, gostaria de ter assistido ao seu velório, ao seu enterro. Tinha todo tipo de gente. Do bispo ao ateu. Dos defensores da cultura aos aculturados. Do disciplinado ao embriagado. Claro que tinha também muitos políticos, estes tipos você conhece bem, que confundem, frequentemente, caixão com palanque... Todos estavam lá, Paulo.
Aqui para nós, Paulo, confesso, e sei que você riria disto, que gostei mais do discurso do bêbado que das falas mecânicas e afetadas do Bispo e dos políticos. Mas de formas diferentes, mais ou menos afetadas, todos diziam a mesma coisa: Paulo, sua vontade de justiça, seu carinho, seu amor: não morrem com você...
Paulo, mesmo não concordando com alguns passos seus, sempre, sempre gostei de você, e, sei que você sabia disso. E, assim como sabia o político, como sabia o Bispo e, como bem nos representou e gritou no velório, o bêbado, você: “Paulo Machado, era um ‘cabra’ bom, um ‘cabra’ bom!”...
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