sábado, 12 de agosto de 2023

BONFIM > GENTE QUE FAZ HISTÓRIA

 

Renato 

Renato Sena Gomes, pai.

O abril que nos levou João Bagá nos leva também, cinco anos depois, Renato Sena Gomes.

O que podemos falar de Renato? Por certo que era um cara boa praça, derramava simpatia e era amante da boa música. Tive o prazer de desfrutar, ao seu lado e de sua família, de raros momentos, geralmente sábados, em que degustávamos uma cerveja gelada e canapés preparados pela Professora Julieta, ao som dos clássicos da Bossa Nova: Tom Jobim, Johnny Alf, João Gilberto, Carlos Lyra, Billy Blanco e tantos outros.

Mas nem só de Bossa Nova vivia o homem. Também curtia muito a “Voz de Travesseiro” de Dick Farney, que fez muito sucesso antes de João, Tom e Vinícius, a “Santíssima Trindade”, marcarem para sempre a história de nossa música com “Chega de Saudade” e que, depois, se incorporou ao movimento bossanovista. Ouvíamos, pois, Alguém Como Tu, Copacabana, Tereza da Praia, esta última em dupla com Lúcio Alves. 

Particular interesse tinha Renato pelas orquestras americanas da era do swing: Glenn Miller, Tommy Dorsey, Benny Goodman. Deixávamos quedar, embevecidos, com Moonlight Serenade, Stardust e Night and Day”

Generoso, casou duas vezes e teve muitos filhos das duas uniões. A Julieta teve o seu Romeu apaixonado sem maiores dramas, que dirá tragédias.

Mas o que mais me encantava em Renato era a sua alegre, franca e jovial relação com os filhos. Dava gosto vê-lo, conivente com as palhaçadas do Mauro ou babando ao ouvir o canto de Sandra. Fui testemunha da cumplicidade com Simone, Marcelo e Renatinho. Cumplicidade que, com certeza, tinha com os demais, inclusive com a nora Ana Karla, para quem Renato era um outo pai, assim como ela, para ele, era uma filha a mais.

Por tudo isto, quae sera tamens, estendo um forte e carinhoso abraço para Julieta e os filhos do Renato: Sandra, Paulo, Mauro, Simone, Marcelo, Charles e Renatinho.

Você que não o conheceu, pode crer: Renato Sena Gomes foi o tipo de pai que todos nós gostaríamos de ter. E de ser!


Salvador, maio de 2013

Jairo Sá

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