UMA REALEZA TERRENA
UMA RAINHA DE FRANÇA
Havre, 1863
8 – Quem poderia, melhor do que eu, compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo?
O orgulho me perdeu sobre a Terra.
Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo, se eu não o compreendesse?
O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena?
Nada, absolutamente nada.
E como para tornar a lição mais terrível, ela não me acompanhou sequer até o túmulo!
Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei chegar no Reino dos Céus.
Mas que desilusão!
E que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre!
Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra!
Para preparar um lugar nesse reino são necessárias à abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos.
Não se pergunta o que fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.
Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao Céu, e os degraus do trono não levam até lá.
São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai, pois o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores!
Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se os pudessem guardar para sempre.
Mas aqui não há ilusões, e logo eles se apercebem de que conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis , os únicos que lhes podem abrir as portas dessa morada.
Tende piedade dos que não ganharam o Reino dos Céus. Ajudai-os com as vossas preces, porque a prece aproxima o homem do Altíssimo, é o traço de união entre o Céu e a Terra.
Não o esqueçais!
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
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