
O fato de
Luiz Gonzaga
ser o Rei do
Baião, considerado o principal representante e divulgador da música
nordestina e de o Brasil inteiro aclamá-lo este ano, graças a seu centenário,
já seriam razões suficientes para render-lhe tributos. No entanto, as três passagens
do Velho Lua
na festa mais popular do semiárido baiano, o São João de Senhor do Bonfim
(376 km de Salvador), foram determinantes para que o músico ganhasse uma
estátua em sua homenagem.
Luiz Gonzaga-o Rei do Baião no São João de Sr. do Bonfim (Foto:Monacéis)
Estátua de Luiz Gonzaga

Bonfim destaca o rei na Bahia – Após a inauguração constatou-se que a estátua do Parque da Cidade é a única da Bahia que se tem notícia, fato que coloca o estado, entre os poucos do País, que possuem um monumento em reverência a Luiz Gonzaga. Senhor do Bonfim então passou a integrar o conjunto dos 12 municípios, nos quais se encontram manifestações artísticas dessa natureza.
Recife, Caruaru,
Gravatá (PE); Campina Grande (PB); Aracajú, Canindé de São Francisco (SE);
Juazeiro do Norte, Fortaleza, Crato (CE), São Paulo (SP) e o Rio de Janeiro, na
Feira de São Cristóvão, têm cravadas em seus logradouros esculturas, feitas de bronze,
granito ou cimento.
Joquinha Gonzaga
Na
mesma ocasião o prefeito Paulo Machado, entregou a Joquinha uma placa que agora
compõe o acervo do Museu de Luiz Gonzaga,
em Exú (PE), em reconhecimento à importante contribuição do famoso sanfoneiro para
a cultura nordestina e às suas apresentações que marcaram os festejos juninos
de Senhor do Bonfim, nos quais, afirma-se, que o artista realizou sua última
apresentação na Bahia, há 24 anos.
“Ele participou de diversos ‘sanjoões’ locais. Fotografias,
recortes de jornais e registros outros dão testemunho das vezes em que o nosso
sempre idolatrado Rei do Baião pisou
em terras bonfinenses. Segundo depoimento insuspeito, ele chegou a apresentar-se
até mesmo em cima de caminhão. Sua última apresentação foi no dia 18 de junho
de 1988, o último ano em que participou dos festejos juninos, pois logo viria a
adoecer, ficando impossibilitado de participar de shows e de fazer o que mais
gostava: cantar e tocar sanfona” – atestou em sua pesquisa, o presidente da Academia
de Letras de Senhor do Bonfim (ACLASB), José Gonçalves.Fotógrafo Mauro Coelho com o Rei do Baião

Luiz Gonzaga e Dr. Nequinho

Tião Sanfoneiro

Nascido em São Joaquim do Monte (PE), a “oito
léguas de Caruaru pra lá”, o sanfoneiro revela que sua música nasceu de um
encontro com Luiz Gonzaga, quando Tião tinha apenas 12 anos de idade.
“Era nove hora
da noite, ele tava tocando sentando
num tamborete, em Bonito, Pernambuco. Todo mundo tava batendo palma. Eu cheguei e perto dele fiquei. Quando foi uma
hora da madrugada ele chegou pra mim e disse:
- Posso,
eu disse.
- Não deixe
ninguém pegar.
- Deixo não’.
O que Tião contou depois foi que Luiz Gonzaga, percebendo
o talento do menino, se mostrou interessado a ensiná-lo a tocar. Na
impossibilidade de ir com o sanfoneiro, por causa da pouca idade e, sobretudo,
para não desacatar as ordens paternas, lhe foi aconselhado que o pai lhe
comprasse uma sanfona. Ele faria sucesso como tocador sentenciou o Velho Lua. Foi
o que ele fez. Em retribuição, Tião do Acordeon compôs um baião, sem título,
dedicado àquele que o inspirou. Diz a letra:
“Gonzagão
andou o mundo inteiro/
Ele cumpriu a sua missão/
Tocando e cantando para o povo/
Mostrando que era Luiz do Baião/
Tocando e cantando para o povo/
E mostrando que era Luiz do Baião/
Luiz Gonzaga foi o Rei do Baião do Brasil/
Sivuca foi quem fez a canção no estrangeiro/
Nosso Pai dê um bom descanso a ele/
Eles dois foram grande sanfoneiro/
Chora Exu, chora/
Chora Exu, chora sertão/
Chora o povo do mundo inteiro/
Porque morreu o Rei do Baião/
Essa homenagem eu fiz para o Gonzagão/
Que ele foi o herói do sertão/
Que ainda hoje a gente sente a saudade/
De Luiz do Rei do Baião”.

Governo Cuidando da
Nossa Gente
Assessoria de
Comunicação Social
ASCOM BONFIM
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