EMPRESÁRIO JOSÉ CARVALHO É SEPULTADO EM POJUCA
Emocionados, familiares, amigos e autoridades se despediram do homem apaixonado pela educação
O corpo do empresário e engenheiro José Carvalho foi sepultado no final da tarde desta quinta-feira (22), no templo da Fundação que leva seu nome, no município de Pojuca, a 67 km de Salvador, sob muita emoção e aplausos. Estiveram presentes centenas de pessoas, entre amigos, familiares, alunos, ex-alunos e autoridades. Logo cedo, o secretário municipal da Fazenda de Salvador e ex-governador da Bahia, Paulo Souto, prestou condolências à família. Também participaram da cerimônia os prefeitos das cidades de Andorinha, Pojuca, Catu, Itanagra e Entre Rios, além do deputado estadual Paulo Azi (DEM/BA). O Governador Rui Costa não compareceu, mas enviou um telegrama para a família.
Um dos momentos mais emocionantes foi o da homenagem dos alunos da Fundação. Um grupo de coristas e uma mini orquestra se apresentaram comoveram a todos. A emoção tomou conta também de dezenas de ex-alunos e funcionários que fizeram questão de prestar as últimas homenagens ao fundador da Ferbasa - Companhia de Ferro Ligas da Bahia e da Fundação José Carvalho (FJC).
O empresário morreu de causas naturais na tarde de quarta-feira (21), aos 84 anos. Ele estava internado há 15 dias no Hospital da Bahia, em Salvador. A neta do fundador da Ferbasa, Bárbara Carvalho, disse que o maior legado deixado pelo avô foi oferecer educação de qualidade para todas as pessoas, e que esse era o desejo dele para o Brasil. “Foi uma forma de agradecer ao país que proporcionou a ele escola pública durante todos os seus estudos”, afirma. Emocionada, Bárbara ressaltou ainda, que esse sentimento contagiava toda a família e quem conhecia o avô.
Sobre a obra
Atualmente, a Ferbasa é a única produtora integrada de ferrocromo do continente americano, desenvolvendo atividades de mineração, reflorestamento e metalurgia. A liderança no segmento classifica a empresa como uma das 500 maiores do país e 20 maiores da Bahia, com faturamento anual superior a U$ 500 milhões. Para garantir a sobrevivência financeira da FJC, ainda em 1975, no ato da inauguração da mesma, José Carvalho doou à Fundação a maioria das ações ordinárias que detinha da Ferbasa. Contrariando a regra geral de que as empresas doam às fundações parte do seu lucro anual, o empresário transformou a FJC em acionista majoritária da Companhia de Ferro Ligas da Bahia-Ferbasa, abrindo mão de grande parte dos seus bens.
Hoje, a Fundação cumpre a missão, mantendo, diretamente, cinco escolas e um colégio técnico, beneficiando aproximadamente 3.400 alunos. Mediante convênios, mais de duas mil crianças são contempladas em oito escolas da Bahia e Pernambuco. Ao todo, são cerca de 6.800 jovens e crianças favorecidas, gratuitamente, dentro dos padrões de qualidade de ensino. Para fazer essa máquina de esperança girar, trabalham na FJC 546 funcionários, 360 deles direto com educação. Pelo reconhecimento dos inestimáveis serviços prestados a Bahia, em 2000, o empresário ganhou o título de Educador do ano, concedido pela Academia Baiana de Educação.
Um sonho que começou ainda criança, em meio a tantas dificuldades. José Carvalho decidiu que esse sonho de fazer mais ultrapassaria as barreiras, ganharia o mundo, para fazer diferença. Seu desejo era atingir a vida de milhares de pessoas, que em todos esses anos foram beneficiadas pelos projetos da Fundação, através da arte, cultura, esporte e educação. Tudo porque a essência desse visionário sempre foi baseada em um lema que sempre levou consigo “Morrer rico é falta de imaginação, preciso fazer mais do que isso”. A presidente da Fundação José Carvalho e membro do Conselho Administrativo da Ferbasa, Marta Barroso, definiu o mestre. “Dr Carvalho é um exemplo e deixa um legado para todos nós.
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