Ao menos 1.083 municípios do país, além do Distrito Federal,
estão em situação de emergência por conta da seca ou da estiagem, segundo
levantamento do G1. Em cinco dos 15 estados afetados, o cenário atinge mais da
metade dos municípios – No Rio Grande do Norte, 90% estão em emergência. Na
Bahia a represa de Sobradinho, maior reservatório de água do Nordeste, enfrenta
o pior cenário em 85 anos, e pode zerar até o fim deste ano, segundo o ministro
de Minas e Energia, Fernando Bezerra
Coelho. Atualmente, o índice está em 10,35%.
O reservatório é o principal gerador de energia elétrica do
Nordeste e, para evitar o agravamento da situação, a Companhia Hidrelétrica do
São Francisco (Chesf) pretende reduzir o volume de água retirado do local. Na
segunda-feira (26), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) emitiu uma autorização de redução de 800 m³ por
segundo para 700 m³ por segundo. Além disso, dois outros importantes
reservatórios estão com níveis baixos: a barragem de Água Fria II, que fornece
água para o município de Vitória da Conquista; e a de Iguape, que atende
Ilhéus. Nas duas cidades, o abastecimento de água funciona em esquema de
rodízio desde o primeiro semestre deste ano.
O levantamento leva em conta os municípios que decretaram
emergência e, posteriormente, tiveram tal situação reconhecida pelos governos
estaduais, o que garante o acesso a recursos desses entes públicos. O Nordeste
é a região mais afetada. Lá, todos os estados têm cidades em emergência. A
situação, entretanto, também atinge o Centro-Oeste, o Norte e o Sudeste. Entre
as cidades afetadas pela seca estão Rio Branco, onde o Rio Acre chegou a
atingir o menor nível da história em 17 de setembro; Vitória, que enfrenta
racionamento desde o dia 22 – o município, entretanto, não está na lista dos
que tiveram emergência reconhecida pelo governo; e Brasília, onde algumas
regiões chegaram a sofrer racionamento de 23 a 25 de setembro. O governo
distrital prevê aumentar o valor das contas de água em 20% caso o nível dos
dois principais reservatórios caia a 25%.
Além de problemas de abastecimento, a seca tem causado
prejuízos à economia. Em Mato Grosso, a produtividade da safra de milho de 2016
caiu 32% em relação à safra 2014/2015, o que resulta numa perda de R$ 32
bilhões, segundo estimativas do Instituto Mato-grossense de Economia
Agropecuário (Imea). No Sergipe, a perda de safra de milho atinge 80%. No
Espírito Santo, a produção de café robusta caiu 40% em 2016 na comparação com o
pico de 2014.
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G1
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