Foto ilustrativa
Resposta ao Eduardo Bolsonaro
Texto Ivan Santana
PROFESORES SÃO PIORES DO QUE TRAFICANTES.
Professores são piores do que traficantes!
Por muito tempo cheiravam giz, continuam consumindo livros, injetam conhecimento, sabedoria. Ficam tão viciados na droga da educação, que mesmo quando estão se divertindo, não conseguem falar de outra coisa. Que vício terrível!
O salário mal dá pra pagar o tempo que passam planejando fugir da droga da ignorância, se aperfeiçoando, pesquisando, buscando metodologias... São tão absurdamente traficantes, que não dormem, somando as notas da boca, planejando aulas pra iniciar os menores no crime do conhecimento, da dignidade. Sim, são piores do que traficantes! Traficantes do amor, da paciência, da empatia... Eles levam soco na cara dos seus próprios aprendizes, e se fazem passeata defendendo o seu crime, o de ter a profissão reconhecida, apanham da polícia, como apanharam no Paraná. São quase sempre condenados à prisões precárias, sem ventilação adequada, sem infraestrutura, sem segurança, e muitas vezes colocam dinheiro do próprio bolso, pra conseguir promover melhorias nas instalações, nos projetos que executam, pra que os seus aprendizes dominem o morro, as periferias, o mundo... Carregam armas pesadas: Machado, Dostoievski, Guimarães, Milton Santos, Lima Barreto... A sua droga é tão pesada, que, os que a consomem conseguem viajar pra Grécia antiga, pra Idade Média, para todos os continentes, sem sair do lugar. Dizem que química, matemática, português, são as suas armas mais odiadas, mas ensinam como manuseá-las. Professor é pior do que traficante mesmo! Estão sempre no front, enfrentando o caveirão do sistema, pra defender o futuro de pessoas que não são parentes, filhos, sobrinhos, e que um dia, possivelmente, nunca mais os verá, mas que sairão viciados na droga dos seus ensinamentos, que não doutrinam, mas libertam.
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