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Embora reconhecendo que o planeta não atravessa um dos seus ciclos de maior serenidade, seja na administração das nações ou no terreno movediço dos relacionamentos interpessoais, indiscutível constatar que a moradia de oito bilhões de seres humanos possui incontáveis motivos para o júbilo de seus ilustres inquilinos.
Nenhuma ameaça de destruição paira sobre o pálido ponto azul, com exceção da iniciativa bélica dos próprios racionais que o habitam.
Nenhuma previsão concreta de que um asteróide venha colidir com seu solo, iniciando uma nova era glacial, onde a maior parte da civilização pereça sob camadas esmagadoras de gelo. Apesar das altas temperaturas reinantes, das estações em descontrole, o ilustre descendente dos primeiros habitantes terrestres sabe que a causa reside na queima desordenada de combustíveis fósseis, na poluição descontrolada de rios e oceanos e na incessante destruição por queimadas das áreas verdes.
Enquanto luta por riquezas, agride a própria morada, tornando-a quase inabitável.
Seus impérios políticos se erguem ao preço das lágrimas alheias e se desfazem ao troar de canhões. Suas bibliotecas estão cheias da cultura maravilhosa do pretérito, onde poetas e menestréis, filósofos e pensadores situaram a construção da ética e da beleza, da cidadania e da liberdade. Não obstante culto nesse particular, muitos deixam-se guiar pelo fanatismo e pela barbárie, patrocinando tristes espetáculos de hediondez e violência contra as massas desorientadas.
Apesar deles, pobres equivocados, a Terra avança para glorioso futuro.
A cultura se renova diariamente, a ciência descortina novas fronteiras e a arte desdobra fascinantes painéis ao atormentado homem das estrelas.
Enquanto uma criança puder sorrir na sua inocência, alguém escute uma melodia e se permita ser visitado pela emoção, teremos motivos para acreditar na vitória do bem e na força da luz.
O tempo, esse implacável dominador de civilizações e povos, nunca passa. Nós é que passamos por ele, deixando um rastro de sombras ou uma esteira de luz, apontando os tempos do porvir.
Quantas biografias estelares a história não oculta? Quantas vidas nao inspiraram milhares de outras pessoas nas fainas do bem comum?
De Moisés a Gautama, de Sócrates a Santo Agostinho, filosofia e ética deixaram em papiros e livros maravilhosos exemplos de reconhecimento e gratidão à Divindade pelo existir.
Passamos por todos eles e aqui chegamos, carregando nossas crises e nossas cruzes.
As ciências da psique avançaram enormemente nos últimos três séculos, desvendando segredos milenares da conduta e da emoção, da sensibilidade e da convivência, descerrando novos capítulos da saúde mental para que venhamos a nos conhecer melhor.
E o maior psicoterapeuta da humanidade, se valendo de uma manjedoura simples, vestiu-se de carne e veio ter conosco, para melhor nos conhecer de perto.
Percebeu nossas artimanhas, escutou nossas infantilidades, diagnosticou nossas enfermidades da alma e curou parte de nossos males físicos, mas não privou pessoa alguma de viver a própria vida, experimentando as reações das próprias ações.
Esclareceu e orientou, apontando rumos novos. Dilatou nossos horizontes emocionais como ninguém o fizera antes, nos legando a oração dominical como sublime estrada de mão dupla. Na sua articulação sincera, o vivente fala e por ela Deus responde pelo eloquente silêncio.
Até hoje, uma rogativa insuperável na beleza e na síntese. Para os tempos sombrios que ora atravessamos, um bálsamo em nossas feridas emocionais e um lenitivo em nossas amarguras cotidianas:
~ Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome...
Em tuas inquietações, recorre à oração ungida de confiança e onde o mundo te feche rotas, Deus te abrirá novas estradas.
Assim agindo, triunfarás sobre tuas próprias sombras, acendendo em tua alma os faróis da sublime imortalidade, que te guiará para o convívio nas mansões do infinito.
Marta (Espírito)
Salvador, 01.03.2025
Mensagem psicografada pelo médium Marcel Mariano
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