Por Marcos Cesário
Em 19 de agosto de 1839, o francês Daguerre apresentou à Academia de Ciências de Paris o daguereótipo, uma máquina que imprimia a realidade numa placa de metal. Daguerre foi um dos inventores daquilo que chamamos hoje: fotografia.
Em uma entrevista, Daguerre foi perguntado o que ele esperava daquela invenção, ele respondeu: “Meu único objetivo era levar o efeito da ilusão à sua maior grandeza. Eu queria roubar a natureza, por isso me tornei um ladrão”.
De alguma forma, é assim mesmo que me sinto quando estou com a câmera fotográfica na mão, um ladrão consciente, que rouba pedaços da realidade para levá-la sempre à sua maior grandeza: a bela ilusão da eternidade de um instante...
Não é uma tarefa qualquer, mas, para ser fotógrafo-artista, para ser um artista, é preciso ter esta capacidade de ser, de certa forma, um ladrão da realidade: com o compromisso de nos dar ou devolver a beleza que a realidade saqueou de uma parte de nossas almas.
O Dia Internacional da Fotografia é, para mim: o dia do poeta-ladrão...
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