O alvorecer de uma nova era
Vivemos nesses dias de dores e apreensões, medos e preocupações, o alvorecer de uma nova era cujos clarões começam a despontar no horizonte.
Embora o alvoroço em torno do vírus que assola a humanidade contaminando corpos, ceifando vidas e deixando de prontidão os demais, um clarim se faz ouvir por todos os quadrantes do planeta anunciando que um ciclo se finda e outro se inicia.
São tempos de transição planetária trazidos pelos ventos da renovação que varrem a poeira de um mundo cujo modo de organização social, política, econômica e religiosa já não se sustenta mais.
Um mundo que suplica por mudanças por meio das vozes que clamam por justiça e espírito humanitário, nas diferentes relações estabelecidas nos mais variados países de todos os continentes.
Vozes oprimidas e cansadas de almas sofridas que carecem de pão, trabalho, educação e uma melhor justiça social que diminua o abismo entre as classes, entre ricos e pobres.
Nessa nova era que surge em meio a um parto difícil e delicado, há “uma criança” que desponta para nos dizer nos seus primeiros vagidos que o mundo é bom, que precisamos nos compatibilizar com a sua beleza, equilíbrio e organização, por meio de uma conduta digna e em sintonia com toda a sua divina harmonia.
Consoante a simbologia do texto bíblico, é chegado o instante dos bodes se separarem das ovelhas (Mt 25:31-46), o joio do trigo (Mt 13:24-30) e os que ajuntam dos que espalham (Lc 11:23), de cada um optar pelos caminhos que deseja palmilhar nas veredas do universo...
Não estranhemos que tudo proceda com esse modus operandi, o Codificador assinalou com clareza em A Gênese, no seu capítulo dezoito, quais seriam os sinais dos tempos e pontuou de modo objetivo que essas mudanças se operam lentas e imperceptíveis ou bruscamente.
Assim, tudo quanto ocorre neste cenário que assusta e inquieta, requisita de cada ser um retorno às bases do Evangelho. Um mergulho sensível e atento nos ensinamentos de luz do Divino Pastor, a fim de auscultarmos com atenção a essência dos seus ensinos e avaliarmos, com isenção, como alicerçamos e erigimos nossas crenças e nossa fé.
É preciso que nos perguntemos o que fizemos do Cristo dentro do cristianismo e, particularmente, nós espíritas, o que temos feito do Cristo restaurado à luz do consolador prometido.
O Espiritismo não é um adorno como um camafeu ou broche que conduzimos na lapela para ostentar seus princípios.
Não é uma espada guardada e pronta a ser retirada da bainha.
Não é uma arma, mas um sinal que nos deve distinguir pelo espírito de serviço ao próximo.
É antes uma ferramenta de trabalho que precisa ser empregada na construção de um mundo novo a partir da reconstrução de nós mesmos.
É uma chave que nos desperta e amplia a consciência adormecida.
A hora é decisiva e não tarda o instante em que seremos individual e coletivamente chamados ao testemunho, à entrega e ao sacrifício em prol dos nossos semelhantes.
A “resistência” que não deseja a renovação, tem seus muros e o seu exército de prontidão, calcado em alicerces de areia que as vagas do mar haverão de levar, porque se assenta no poder transitório, na vaidade tola e fugaz, no brilho fátuo e sem consistência da intelectualidade vazia sem a utilidade prática a serviço dos que sofrem.
Tais espíritos, nossos irmãos, dignos de piedade, encontrarão refúgio em cenários e escolas compatíveis com o que necessitam despertar, sendo devidamente amparados.
Aproveitem, meus irmãos e minhas irmãs, esse período na carne e essa hora grave para socorrer.
Solidarizem-se com o povo oprimido, com as classes operárias, com os mais humildes, acercando-se dos seus ninhos de dor e provação, estendendo a eles mãos amigas.
Levem pão, alento e toda a sorte de recursos que possam repartir.
Fileiras de espíritos amigos, estafetas da luz, estarão convosco amparando-os, inspirando-os no serviço fraternal.
Tomem as medidas profiláticas recomendadas pelas autoridades competentes nas áreas da saúde e da segurança, mas não posterguem o sublime ensejo de amor.
Acendam no peito a luz dessa divisa deixada e exemplificada por Jesus:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” e estarão seguros agora e após o transpasse para o lado de cá, pois terão obtido a tranquilidade consciencial daqueles que cumprem com fidelidade e dedicação os seus deveres.
Estamos à postos para socorrer, amparar, inspirar, dirigir e orientar os passos de cada um, de cada célula cristã-espírita nessa marcha sem precedentes rumo à Terra regenerada do amanhã.
Não temam!
Não recuem!
Não tergiversem!
Marchemos, pois para isso volvemos, para encarar a procela terrena e nela nos amar e nos instruir, conforme já assinalou o Espirito de Verdade.
Léon Denis
( Espírito)
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