domingo, 12 de janeiro de 2025

A sintonia com as forças que regem a vida - Psicografia

 


Imagem ilustrativa


Em milhares de anos de cultura religiosa, a criatura humana ergueu catedrais e santuários, abadias e monastérios, casas pias e carmelos, neles buscando sintonia com as forças que regem a vida. Homens a fugirem do mundo se fixaram na ideia que o pecado é um vírus, sendo indispensável dele fugir, buscando o refúgio e a vida contemplativa.

Surgem os anacoretas, os visionários, os que negam a vida comunitária para se dedicarem unicamente à filosofia, à teologia e aos ofícios sacros.

Entretanto, no seio das comunidades bulhentas, o comércio prolifera, a arte esplende, a economia se dilata, patrocinando o progresso e o desenvolvimento das nações que pontuaram as páginas da história.

De simples burgos do passado, as pequenas vilas se fizeram metrópoles barulhentas e entupidas de veículos, onde ninguém tem tempo para olhar a vida alheia.

Cada um correndo atrás de sua sobrevivência, um lugar ao sol, o conforto e as comodidades da tecnologia.

Muitos templos jazem repletos de almas ansiosas, sedentas de um significado existencial. Arautos desses movimentados dias fazem-se pastores de ovelhas perdidas e desorientadas nos passos da vida terrestre.

O berço é uma incógnita, o túmulo é uma interrogação.

Os entrechoques interpessoais se tornaram pedras de desgaste, produzindo uma sociedade ansiosa e impaciente, sedenta que o dia termine logo.

Uns, descansam em excesso, sucumbindo à inércia e seus efeitos nocivos. Outros, deixam-se apunhalar pelo martírio do muito produzir, esgotando prematuramente as reservas corporais e inutilizando o corpo no qual se manifestam.

A sociedade está apinhada de suicidas inconscientes, que nunca desejaram morrer, mas não souberam viver. Abreviaram a existência corporal pelos excessos de toda ordem, danificando a maquinaria orgânica e antecipando o regresso ao grande além. Fugiram de si mesmos.

Vez por outra, foram convidados ao mergulho nas suas províncias íntimas, seja pelos caminhos da meditação ou pelo cultivo da fé lúcida, mas fugiram amedrontados das próprias sombras, se refugiando no fanatismo de grei ou na alimentação do negacionismo da realidade transcendente da vida.

Olvidaram iluminar-se interiormente.

Em vez do silêncio que favorecesse a viagem interior, se deixaram embarcar no comboio da indiferença ou se fizeram caudatários de discussões estéreis.

E no transcurso de uma curta ou larga existência, postergaram a própria iluminação, acreditando que poderiam ludibriar os insondáveis desígnios divinos.

Na existência de cada um, chega sempre o momento do reencontro com as verdades ignoradas. Tempo de colheita, pós semeadura livre.

Em alguns, a lamentação do tempo malbaratado. Em outros, a angústia do investimento equivocado.

Em plena era das formidáveis conquistas científicas, onde o cérebro se agiganta, devassando segredos milenares da natureza, o coração clama por afeto, a aridez das relações superficiais faz mais vítimas que as guerras e o vazio existencial parece um rolo compressor, esmagando incontáveis transeuntes distraídos.

Se tens o mínimo conhecimento da mensagem cristã, és depositário de um tesouro incalculável. Se em algum instante uma passagem do Divino Mestre te tocou as fibras mais íntimas, te fizeste vexilário dessa Boa Nova.

O Cristo reclama braços e mãos no mundo para o representar. A essência divina exige vasos terrestres para perfumar os caminhos humanos.

Em meio a tantas sombras individuais e coletivas, és chamado a ser modesta lamparina na madrugada moral que ora espanca a alvorada tão desejada.

Teu silêncio a muitos acalmará.

Teu verbo orientará muitos perdidos.

Teu olhar aquietará almas em combustão emocional.

Basta que te decidas por seres no mundo carta viva do Evangelho, vivendo cada dia como se fosse tua derradeira oportunidade de servir e abençoar, trabalhar e operar em Cristo Jesus.

Quem é solidário, jamais se verá solitário.

É da lei!


Marta e Henrique de Luna.(Espíritos)


Salvador, 12.01.2025


Médium: Marcel Mariano














Marcel Mariano (esquerda-camisa xadrez) Luiz Bamberg (Direita)

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