domingo, 26 de janeiro de 2025

E tu, como vives presentemente?

 

Imagem ilustrativa


Desde eras priscas, o mundo nunca deixou de oferecer ao ser vivente os alimentos necessários à sua sobrevivência na Terra. Animais e plantas têm se mantido no clima da predação e da fotossíntese, alcançando no próprio meio ambiente os recursos de que necessita para a sobrevivência de cada um. A atuação do homem nesse particular tem sido um ponto de crucial importância, já que pode, por suas ações, interferir construtiva ou destrutivamente na mantença de florestas e rios, mananciais aquíferos e oceanos, impactando diretamente a cadeia alimentar de vegetais, corais marinhos e a fauna na sua imensa variedade.

Somente nos últimos duzentos anos, centenas de animais foram extintos pela ação predatória do ser humano, fazendo da caça um esporte para extermínio puro e simples de certas espécies. Colossais jazidas minerais sofreram extração até o completo esgotamento dos veios do subsolo, sem contar as imensas áreas verdes que foram reduzidas a desertos inabitáveis.

Com o avanço colossal das ciências que buscam catalogar a vida no orbe terrestre, vai se descobrindo que nem só de pão vive o homem.

Nutrientes de natureza psíquica e emocional fazem parte igualmente de sua dieta, interferindo diretamente no seu bem-estar e equilíbrio, pelo que se não houver saudáveis relações humanas, o ser estiola e adoece, produzindo disfunções que o privam da saúde mental e emocional.

A nutrição do ódio o enlouquece.

A vaidade consome energias preciosas do ser, o tornando manequim da superfluidade.

A agressividade o ilha na redoma das agonias destruidoras.

O egoísmo o desidrata espiritualmente.

A descrença o seca interiormente, deslocando seus interesses da vida futura e o chumbando exclusivamente nas satisfações corporais.

A arrogância embrutece as relações uns com os outros.

Tanto quanto o ser humano busca preparar pratos requintados, onde os acepipes obedeçam a essa ou aquela cozinha regional ou internacional, os alimentos de natureza mental e emocional deveriam seguir idêntico cuidado, buscando selecionar atitudes e pensamentos que possam comprometer a saúde interior de bilhões de criaturas humanas.

Vive-se numa sociedade profundamente enferma nos tempos atuais. Se o indivíduo exibe um corpo sarado, não porta-se como uma alma atrofiada.

Movimenta-se em academias de alto custo, mas nas atitudes e nos pensamentos opta pela matrícula na escola da vulgaridade.

Cultiva essa ou aquela crença religiosa por pura convenção social, ignorando a fé legítima, aviltando a dignidade do sagrado que diz abraçar.

Começa o dia no cultivo dos conflitos do ontem, menosprezando a higiene da alma na lixívia da prece e na nutrição de uma página consoladora.

Reza, repetindo palavras, com absoluto divórcio do coração na emoção da rogativa.

E em milênios de história, tem gravitado entre a incerteza e a dúvida, o medo da vida e o receio da morte.

Vive para comer e esquece de comer para viver. Rotula paixões desgovernadas como amor. Salva baleias que nunca viu e ignora o carinho do cão fiel dentro do próprio lar.

Proclama a liberdade, mantendo pássaros prisioneiros em custosas gaiolas.

Esse é o ser paradoxal dos tempos modernos.

Buscasse meditar e seria tragado pela recordação de Jesus, o maior ecologista da história. Fez do meio ambiente seu espaço de convivência. Usou dos cenários do mundo para lecionar amorosidade e integração do ser no concerto divino.

Abençoou as águas, dividiu o pão e incessantemente promoveu a alegria nos seguidores. Jamais se rendeu ao sentimento doentio de seus opositores e adversários gratuitos.

Onde estivesse e com quem estivesse, ministrava uma lição com seu silêncio ou com suas atitudes.

Varou os séculos iluminando vidas e alimentando corações.

Ele... o pão da vida, a fonte da água pura e a seiva da árvore farta.

Seus pés estavam fincados no mundo e seus olhos não saiam das estrelas.

Perene comunhão com o Pai.

E tu, como vives presentemente?

De que te alimentas para acalmar tua sede de afeto e companhia?

Como nutres teu coração?

De tuas escolhas nas feiras da convivência dependerá tua saúde ou tua enfermidade, teu bem ou mal-estar.

Tudo te é lícito, mas nem tudo te convém, já afirmou com sabedoria o nutricionista da alma Paulo de Tarso.

Vai, aproveita qualquer minuto de silêncio ou solidão e nutre teu ser nos inesgotáveis reservatórios da abastança divina.

Aos filhos da luz cumpre desafiador papel no cenário mundial de tantos enfermos d'alma e do corpo.

É tempo de uma nova nutrição, onde o amor em suas múltiplas expressões seja a ambrosia da vida plena.

Em Deus nos movemos e em Deus nos nutrimos para a imortalidade.


Marta (Espírito)

Salvador, 26.01.2025


Médium: Marcel Mariano




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