domingo, 2 de fevereiro de 2025

Sociedade destituída de senso crítico

 


Imagem ilustrativa


Mergulhado nos tecidos densos da matéria, fostes colocado no mundo pela Divindade para o ministério da própria evolução.

Desafios e óbices repontam a cada instante.

Existirão momentos em que a peleja te parecerá insuportável.

Tens a nítida impressão que estás convivendo num mundo em descompasso com teus ideais. Tudo, ou quase tudo, te parecerá fora da ordem natural.

O excesso de barulho que te estressa os tímpanos sensíveis, te furtando a serenidade interior.

A indelicadeza das pessoas na convivência urbana, te estressando o coração sensível.

A extinção da gentileza na intimidade do lar, convertendo o reduto doméstico em trincheira de lutas ingratas.

A impunidade que campeia em derredor, minando teu senso de justiça e te desacreditando da confiança nos tribunais terrestres.

Essa guerrilha cibernética, onde redes sociais se fizeram arena de agressividade e palco dos egos em agonia, triturando reputações dignas e exaltando facínoras em espetáculos de hediondez e baixaria.

Os atritos incessantes entre religiosos, fazendo da cultura religiosa um terreno fértil de vaidades e hipocrisia.

Homens e mulheres pelejam por supremacia nos relacionamentos interpessoais, onde as deficiências do outro são calculadas como moeda de barganha, mas raramente o parceiro ou a parceira fazem juízo honesto das próprias imperfeições.

Filhos que surtam de um momento para outro, buscando na dependência química a fuga do lar, vazio de acolhimento e afeto entre os genitores.

A manipulação vergonhosa de notícias falsas, com o único propósito de auferir vantagens financeiras, espalhando medo e desconfiança numa sociedade destituída de senso crítico.

E nesse redemoinho de loucura e insanidade sem limites, teus pés parecem pisar chão movediço, onde víboras e animais asquerosos se postam na iminência de ataque ao teu bom senso.

Em algum momento da jornada nas trilhas do mundo, chegou ao teu conhecimento a mensagem de Jesus.

Convidado ao silêncio, refizeste tuas buscas e teus interesses.

A fama mostrou o alto preço em possuí-la, a projeção nessa ou naquela ribalta pulverizou-te a privacidade e a crítica sem piedade atingiu tuas fibras morais delicadas.

Tuas justificativas sequer foram consideradas. Teus argumentos saíram de teus lábios e foram direto para a lixeira da indiferença.

Tua visão de uma convivência ética foi torpedeada por aqueles que insistem na manutenção do caos, prosseguindo como reizetes da loucura instalada.

Houve dias em que desejarias não estar no mundo, quem sabe conseguindo exílio honroso num orbe de melhor expressão moral e intelectual, mas a Consciência Cósmica te mantém vivo e atuante no cenário das lutas intérminas.

Que fazer? Como escapar destes dias sombrios?

Matricula-te no liceu da paciência e age, ao invés de reagir.

Aconselha-te com os bons livros e serve sem cogitar de remuneração ou reconhecimento de terceiros.

Agredido na honra, perdoa e prossegue espalhando renovação e esperança.

Acusado deste ou daquele delito pelos adversários da luz, de consciência tranquila avança na estrada do otimismo e olvida o dia vencido, buscando a alva que te acena da janela.

E quando perceberes que a grande maioria estacionou no inverno das paixões ou fez do verão ético terra queimada pelo braseiro das disputas inglórias, caminha entre flores em tua primavera de sonhos, lançando na terra boa as sementes da bondade e da compreensão.

Emissários do alto te resguardam a jornada, fascículos de luz te iluminam a madrugada difícil e o Mestre da Serenidade te ampara os propósitos, pensando teus machucados e te blindando de todo o mal.

Num mundo que apagou as luzes da credibilidade, sê tu um palito de fósforo aceso, sustentando a fé lúcida e a certeza de que tudo passa.


Marta (Espírito)

Salvador, 02.02.2025



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