quarta-feira, 30 de junho de 2021

A FOGUEIRA DAS MOÇAS

 




Carlos Alberto Neves, o Biriba


A fogueira das moças começou com uma idéia da Professora Giselda Simões Jambeiro, no mês de junho, no ano de 1970. Ela reuniu-se com Catarina, Fátima, Marly Jambeiro, Carmelita, Rute de D. Mariá, Lilinda de mãe Júlia, Ivana, Célia Sá e Cacá, sugerindo fazer uma fogueira de ramos no dia 30 de junho, “Dia de São Marçal”, para homenagear as “Moças”. A sugestão foi aceita e no mesmo ano realizaram a primeira edição, tendo como sítio o campinho de futebol da Rua Visconde do Rio Branco.


São Marçal é o padroeiro do desapego, do povo das águas e das mulheres das marés. A celebração é uma marca cultural que encerra os festejos juninos, perdurando até a madrugada de 1º de julho, em reverência ao último dos quatro santos do período junino.


A “fogueira das moças” tomou uma dimensão, tal que o evento passou a fazer parte do calendário do São João de Senhor do Bonfim, marcando o encerramento das festividades juninas.


Na tarde do dia 30 de junho, as moças se reuniam para o planejamento e logística da festa, a arrumação da rua, coleta dos prêmios, compra das comidas e bebidas.  Definia-se também onde iriam buscar a árvore: se na Roça de Seu Deca (Rua da Olaria), na Gruna (nas proximidades da fazenda Suíça), ou na Rua Carrapichel (antiga estrada Bonfim-Juazeiro). O grupo saia para pegar o ramo da fogueira, com apoio da rapaziada da rua: Fernando Jambeiro, Alberto Lira (Lacerdinha); Francisco Lira (Vivi) e Raimundo (vermelho filho de D. Mariá), que faziam a condução. Nos anos seguintes, a turma recebeu reforço da garotada: Marão, Gué, Biriba, Marquinho Batatinha, Cláudio (filho de Zequinha testa rachada), Alcides, Jeréco, Pedrinho e Expedito Jambeiro.


Por volta das 17 horas, o cortejo retornava com a fogueira. Começava a ornamentação e colocação dos prêmios (saco de pipoca, laranja, milho, garrafas de vinho, bolo, roletes de cana e outras prendas); tudo bem amarrado nos galhos. Cavava-se um buraco e enfincava-se a “árvore”, que era erguida no centro do campinho. Enquanto isso, outra parte das moças arrumava bandeirolas e outros adereços, com palha de coqueiro e ouricuri. Esse era o palco da festa.


Chegada à noite, a fogueira era acesa e daí começava a “guerra de espadas”, tendo os moradores com defensores, enquanto os espadeiros se reuniam para “comer a fogueira crua”. Diante de toda aquela disputa, a molecada e curiosos esperavam ansiosos que o fogo consumisse o caule, até a “árvore” cair. Como a madeira era verde e demorava a ser consumida, os expectadores ficavam de olho nas guloseimas e prêmios que iriam pegar, na hora do “avança”. Aos poucos, o fogo consumia o tronco da árvore e era possível perceber a inclinação para sua queda. Gritavam: “a fogueira caiu!”. Daí, tinha início à correria pelos brindes, enquanto as espadas e o foguetório “comiam no centro”.


Passado esse momento, começava o forró ao som de radiola. O arrasta-pé era acompanhado de “comes e bebes”, em uma residência previamente escolhida, e se estendia noite adentro. E assim, os festejos Juninos eram encerrados em nossa cidade, restando uma grande saudade, e aguardando para tudo se repetir no ano seguinte. 


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Foto: Acervo ACESB

terça-feira, 29 de junho de 2021

LUTO: Morre Niltão da Coelba "Ôs Meninos"

 


Hoje a Grande Gamboa chora no adeus ao nosso eterno “ÓsMeninos”. Nilton Pereira Francisco, um gigante no tamanho e no coração! O Niltão da Coelba, sindicalista e ativista político, mas também o Niltão da Gamboa, dono de uma alegria contagiante e que nos ensinou a ver “os meninos” que vive em cada um de nós. Nesse momento não há palavras que acalme essa dor, mas com certeza sua história ficará na memória de todos aqueles que conheceram a alegria do ÓsMeninos!


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ESPIRITISMO >>> Abundância tecnológica e científica.

 



Foto ilustrativa


À semelhança de um grande campo lavrado, o planeta se apresenta em pleno período de colheita. As edificações humanas jazem por toda parte, sinalizando o auge da cultura tecnológica e da abundância de conhecimento científico, a felicitar os povos de modo geral. Graves ocorrências que dizimaram milhões no passado foram solucionadas, preservando a vida e estendendo a sua durabilidade de maneira notável. Medidas sanitárias e providências médicas eliminaram enfermidades devastadoras, imunizando a maior parte dos encarnados contra os bacilos destruidores.

Sofisticadas técnicas aprimoraram as comunicações, aviões ultra rápidos cruzam os céus, transportando cargas valiosas para júbilo e progresso constate.

Os avanços são inegáveis e surpreendem a cada dia.

Não obstante, a goela sedenta da guerra ainda devora povos e comunidades em rivalidades as mais diversas. A corrupção desvia recursos preciosos, destinados à manutenção das necessidades básicas da população mais vulnerável, a desfaçatez arruína projetos de cultura e educação e a fome ainda atormenta milhões de estômagos a cada dia.

Drogas e violência urbana se misturam num pandemônio que inquieta autoridades e especialistas, sem que nos mesmos possam atinar com as causas reais de semelhantes distúrbios.

Consultórios jazem repletos de enfermos da alma e do corpo, buscando ajuda psicológica e médica para os variados transtornos que infelicitam a vida de relações interpessoais e a saúde orgânica.

Não obstante as frutíferas discussões sobre os dramas da família, homens e mulheres apresentam preocupante exaustão nos relacionamentos afetivos, sedentos de prazer fugidio e aventuras perturbadoras.

Religiões e religiosos se agarram a modelos teológicos que não conseguem atender às massas desorientadas e tomadas de aflições variadas  na área da fé e da crença cega.

Urge encontrar uma saída para o labirinto onde chegamos, antes que o minotauro da loucura a todos calcine.

Sonhamos alcançar as estrelas, mas nossos desafios milenares nos chumbam ao chão do mundo, reclamando solução.

A fuga pelas drogas aditivas não nos libertou da ansiedade ou da depressão. O álcool criou legiões de dependentes e o tabaco aniquilou milhões de existências no vício deprimente. Glutões e anoréxicos se engalfinham em crises de valores, ora descarregando os conflitos no excesso e noutro se negando a viver, tomado de apatia pela vida.

Sem elucidação lógica e sensata da morte, o túmulo permanece uma incógnita assustadora, fim da etapa física e nulidade absoluta da existência. Para outros, portal de acesso a um paraíso estanque ou estacionamento em regiões de sofrimentos perenes, sem remissão.

Em meio à tantas ciências exatas que lhe medem o tempo com crescente precisão, dão certeiros diagnósticos sobre doenças e organizam finanças de maneira calculada, homens e mulheres caminham no mundo desconhecedores da própria origem e incertos quanto ao futuro além da campa fria do sepulcro.

O nascimento é celebrado e a morte lamentada. O carro físico é objeto de infinitos cuidados, garantindo sua durabilidade ao máximo limite, olvidando que por mais saudável que seja chega um tempo em que sofre desgaste natural de suas principais peças e desarticula-se, liberando a essência para o regresso ao grande lar, esse desconhecido.

Tanto investimento na matéria! Escassos estudos da vida espiritual.

Muitas religiões, pouca religiosidade.

Excesso de etiquetas, pobreza na simplicidade.

Luta por poder e mando e a logo em seguida a morte ceifa ilusões, reduzindo a pó as conquistas passageiras.

A viagem para fora é prioridade. A viagem para dentro permanece temida.

Domina-se o mundo e a si próprio em desgoverno.

Títulos na vida social e analfabetismo íntimo.

Paradoxos de nosso tempo.

Contrastes acachapantes de nossos dias.

Até quando?

De quantas mensagens necessitará o homem para priorizar sua verdadeira essência?

Ligeiro retrospecto da história mostrará os avatares que desceram ao planeta, em todas as épocas, ministrando o conhecimento libertador e alertando sobre a brevidade da existência corporal.

O maior arauto dentre todos surgiu numa manjedoura, pregou na borda de um lago de águas mansas, carregou uma cruz no meio da massa que O acusava e retirou-se do mundo num madeiro de dor.

Jamais esteve ausente de nossos conflitos e nunca nos abandonou na estrada da evolução.

Ofertou diretrizes que jazem esquecidas e lecionou parábolas que até hoje comovem.

Permanece a rocha dos séculos em meio a uma sociedade líquida nos valores morais.

Em meio aos teus conflitos, lembra-te D'Ele.

Acossado por inquietações crescentes, recorre a Ele.

Perdido ante tantos caminhos, escuta-O antes de decidir por onde seguir.

Ele, pastor. Nós, suas ovelhas.

Atendamos ao Seu chamado que permanece inolvidável:

- Vinde a mim todos vós, cansados e oprimidos, eu vos aliviarei!

Em Seus braços entreguemos nossas fadigas. Ele permanece o Caminho, a Verdade e a Vida plena.


Marta ( Espírito)

Salvador, 29.06.2021


# Pelo Médium  

Marcel Mariano 



sábado, 26 de junho de 2021

LUTO: Morre Dr.Otoniel

 


Morreu nesta sexta-feira, dia 25,aos 50 anos, o médico ginecologista DR. OTONIEL SANDES DE OLIVIERA, o prefeito de Campo Formoso ELMO NASCIMENTO, emitiu nota de pesar e lamentação pela perda do excelente profissional, que tanto contribuiu para o exercício da boa medicina em seu município, em Senhor do Bonfim nas redes sociais, foram muitas as manifestações de condolências entre a população e classe médica era muito querido entre a população bonfinense. Dr. Otoniel foi mais um que perdeu a luta contra o COVID-19.


Fonte: Redação do Cleber Vieira News

 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

ESPIRITISMO >>> A Conquista do conhecimento.

 

    Médium- Divaldo Franco.

A conquista do conhecimento é um logro pessoal, intransferível. Esse tesouro sempre se multiplica, quando é repartido, e ninguém pode usurpá-lo de quem o possui.Nem a morte o arrebata, porquanto continua com o  Espírito que o detém, constituindo-lhe um tesouro de valor constante e de fácil manejo. Luta por adquiri-lo, jamais considerando ser tarde demais para este empreendimento, aumentando-o, se já o possuis ou iniciando-o, caso ainda não tenhas experimentado o prazer que dele se exterioriza. O homem que sabe, conduz-se com mais segurança, poupando-se a incontáveis sofrimentos. Por outro lado, a ignorância é a responsável por males sem conta.


Do Livro Vida Feliz - Cap. 172


Divaldo Franco / Joanna de Ângelis

Obs: Divaldo Franco (Médium) Joana de Angelis (Espírito).

quarta-feira, 23 de junho de 2021

LUTO: Morre Rele fundador do restaurante Macaxeira

 


Morreu por volta das 08h30 min; da manhã desta quarta-feira, dia 23, aos 62,no hospital da UNIMED em Petrolina, uns dos melhores laterais do futebol amador da Bahia e fundador do RESTAURANTE MACAXEIRA.

ADILSON GUIMARÃES SOARES, conhecido nos bastidores esportivo com 

com RELE, conquistou mais de 10 títulos jogando como lateral direito do BAHIA JOVEM, considerado uns do melhores times de futebol amador da década de 80.

No inicio da década de 90, ao lado de sua esposa SOLANGE e de suas cunhadas HELENA e SIMONE, fundou o RESTAURANTE MACAXEIRA, que teve seu começo na praça Engenheiro Lauro de Freitas, ao lado do Novo Leste Hotel, (Senhor do Bonfim-BA), atualmente funciona uma quitanda.

Há mais de dois anos RELE, vinha lutando com um CA no pâncreas, passou por uma cirurgia, não resistiu e faleceu nesta quarta-feira, pela manhã. O sepultamento acontece nesta quinta-feira, em horário e local a definir

Fonte: Redação do Cleber Vieira News

segunda-feira, 21 de junho de 2021

São João - 2021>>>Relembrando Desfile de carroças

 


A idéia do Desfile de Carroças surgiu quando a professora Antonieta Bamberg ensinava no povoado de Umburana, aproveitando os vários carroceiros que moravam naquela comunidade. Ela enfeitava as carroças com palhas e bandeirolas, desfilando pelas ruas da cidade e também encenando o Casamento de Maria. Com o passar dos anos, outras manifestações culturais como as Calumbis e o Samba de Lata do Tijuaçu também passaram a fazer parte do evento.


#minhacidade #senhordobonfim #bahia #nordeste #brasil #historia #memoria #tradicao #cultura #arte #saojoao #capitalbaianadoforro


Foto: Raimundo Vasconcelos | Foto Ônix


Fonte: Blog do Bamberg

sábado, 19 de junho de 2021

EXECUÇÃO DE 05 POLICIAIS MILITARES EM BREJÃO DA CAATINGA

 

Brejão da Caatinga


chacina aconteceu em 1929, no município de Campo Formoso/Ba


Por Tenente Cordeiro.


Era uma manhã de domingo, o Cabo Militão se dirigia para ajustar seu animal de montaria. Colocou a sela sobre o animal e enquanto ajustava o equipamento, matutava: “quanta ousadia daqueles bandidos, além de fugirem da cadeia de Bonfim, ainda deixaram um bilhete desaforado para o comandante do destacamento (Capitão José Galdino de Souza), informando que iriam se juntar ao bando de Lampião”, quando seu monologo foi interrompido por um morador local ao falar: “Cabo Militão, lá vem teus companheiros em reforço se aproximando”. Militão observou aquela tropa montada, e inicialmente, até pensou se tratar de reforço, mas dali a pouco constatou que não se tratava da força policial que estavam esperando de Senhor do Bonfim, aquele era o bando de Lampião que imediatamente o cercou, deixando-lhe no centro. Cabo Militão sabia o significado daquele famigerado encontro, e pena que fora surpreendido – ali seria seu encontro com a morte. Era dia 04 de julho de 1929, no povoado de Brejão da Caatinga no município de Campo Formoso/Ba. 


Nos dias que antecederam o citado encontro, que resultou numa das baixas mais cruéis da PMBA, na luta contra o cangaço (embora pouco comentada e pouco conhecida pela instituição), aconteceu uma fuga de presos da cadeia pública da cidade de Senhor do Bonfim. Foi uma fuga bastante significativa, sobretudo pelo deboche dos criminosos em deixar um bilhete escrito ao comandante do destacamento, contendo certos impropérios e ameaças de que se uniriam ao bando de Lampião. Naquela altura, o cangaceiro Virgulino Ferreira, com sua malta, constituía um raio de temor e desassossego aos moradores daquelas plagas; uma pedra no sapato do Capitão José Galdino de Souza, figura audaz e bastante operante, a quem Lampião nutria ódio mortal. O dito oficial, resolveu mandar efetivo policial para capturar os foragidos; havia informação de que eles teriam dado por lado do Brejão de Dentro, hoje conhecido como Brejão da Caatinga.


Segundo o escritor bonfinense: Oleone Coelho Fontes, autor do livro “Lampião na Bahia”, os cabos de esquadra, Militão e João Rosalvo, partiram com mais oito soldados da sede do quartel para o interior de Campo Formoso, e chegaram no susodito povoado no dia 03 de julho, e lá pernoitaram recebendo guarida do morador: Alfredo Monteiro da Silva. Ao amanhecer do dia 04 de julho, a tropa se dividiu, e o Cabo João Rosalvo, juntamente com os soldados: Josino Bispo Silva, Euclides Ponciano da Conceição, Germiniano da Silva Duarte e Torquato Alves de Souza, partiram por outro flanco em busca dos fugitivos; não imaginavam que a cabroeira do famigerado cangaceiro estivesse tão próxima. Tal fração de tropa, certamente se encontrava em marcha pelas serras características do Piemonte Norte do Itapicuru, quando Lampião atacou o povoado de Itumirim (atual Distrito de Juacema), pertencente ao município de Jaguarari, no dia 29 de junho. A tropa estava muito longe de Bonfim e de Campo Formoso para receber tais informações. Os cabos estavam alheios aos acontecimentos recentes.


O Cabo João Rosalvo partiu com sua fração de tropa descendo os grotões objetivando prender os fugitivos, razão daquela missão. Não poderiam supor que o bando de Lampião estivesse nos arredores.


O Cabo Militão permaneceu no povoado bem tranquilo com seu efetivo (ele e mais quatro soldados), sem a devida vigilância, peculiar aos militares. Até mesmo as armas de fogo do efetivo estavam guardadas no interior da residência de Alfredo Monteiro. Aqui é interessante ressaltar o fator “surpresa”, utilizado pelo bando de Lampião, que impôs ultrajantes derrotadas com lastimosas baixas de policiais. Para o fator “surpresa”, é preciso vigilância e informação; a vigilância é própria da tropa, mas a informação, naqueles tempos, era mais aproveitada pelos cangaceiros via “coiteiros”.


No livro “Particularidades Históricas e Pitorescas da PMBA”, do celebre Cel PM Antônio Medeiros de Azevedo, é apresentado ao leitor um panorama da formação militar na PMBA, inclusive a criação da Villa Militar do Bonfim (1935), como Centro de Instrução Militar e a implantação dos cursos de formação de oficiais combatentes e auxiliares no ano de 1936, além da estruturação da formação de praças. Nota-se no capítulo: “Compromisso de Recruta”, o quão simplista, do ponto de vista técnico, era o ato de “sentar praça”, que inclusive em situações de urgência, nem mesmo juramento se fazia. Na pedagogia da formação das tropas e forças de segurança, sobrava em coragem o que faltava em técnica e treinamento de combate. É isso que nos deixa transparecer o Cel PM Antônio Medeiros de Azevedo, prócere da PMBA.


Guardado o lapso temporal, entre o Movimento de Canudos e a luta contra a malta de Lampião, se observa na obra “Os Sertões”, no dizer de Euclides da Cunha, quando da criação do 5º Corpo de Polícia Baiana, apelidado pelo próprio autor de “Batalhão de Jagunços”, que a formação daquela tropa foi constituída sem nenhum protocolo, fundado na bravura dos sertanejos dos arredores do vale do Vale do São Francisco, “não era um batalhão de linha”, foi “o único que se talhara pelas condições da campanha”. Assim se observa quão deficitária eram as tropas em formação técnica, sobretudo no combate em caatinga, bioma que por si só cobra pesadas condições de adaptação.   


Virgulino Ferreira, após atacar Itumirim e atear fogo na estação de trem, destruindo inclusive o aparelho de telégrafo, para evitar comunicações que pudessem dar ciência da presença dos facínoras naquela localidade, fugou no sentido da imponente Serra dos Morgados; uma imensa elevação que marca basicamente o início da Chapada Diamantina, o último complexo de serras até entrar no Vale do Rio São Francisco. A Serra dos Morgados se estende por dezenas de quilômetros, rodeados por terrenos acidentados e diversos grotões, faz parte do mesmo filão sobre o qual estão as cidades de Senhor do Bonfim, Campo Formoso, Jacobina, Jaguarari etc. 


O bando atravessou a Serra dos Morgados e adentraram nas terras pertencentes ao município de Campo Formoso; sempre sequestrando guias, obrigando moradores a darem suporte, alimárias, e, sobretudo, informações acerca do terreno e da presença policial. Tais informações geraram a figura do “coiteiro”, tão lastimada pelas volantes policiais. Lampião estava sempre dois passos à frente, em virtude dessas informações prestadas pelos “coiteiros”. Isso possibilitou ao bando dizimar um número elevado de policiais, a exemplo do morticínio que aconteceria naquela manhã de domingo em Brejão da Caatinga. 


A figura do “coiteiro” é bastante discutida entre estudiosos do cangaço. Mas aqui, acreditamos, que a pessoa comum do sertanejo, prestava informações aos cangaceiros, mais por medo que por colaboração com a turba criminosa. Principalmente pelo imenso terror espalhado (sertão adentro), das atrocidades cometidas por Virgulino Ferreira e seus subordinados famígeros. 


Segundo Oleone Coelho, horas antes de entrar no povoado de Brejão da Caatinga, Lampião encontrou na estrada, o senhor Alexandre Alfredo de Miranda, juntamente com sua família, e indagou ao transeunte sobre a “presença de macacos no povoado”, e este respondeu que ali (Brejão da Caatinga), pernoitaram 03 forças volantes. Se sabe que duas volantes pernoitaram no povoado, talvez, segundo o autor, o transeunte assim disse para desmotivar a ida da malta até aquela localidade. O fato é que o cangaceiro, por volta das 10h00, se aproximou do povoado com seu bando, e de assalto surpreendeu o cabo Militão, que inocentemente, de relance, imaginou ser um reforço enviado pelo Cap Galdino. É que volantes e cangaceiros se pareciam por demais. Em diversas passagens, os cangaceiros são confundidos com volantes policiais, a exemplo do assalto de Lampião à cidade de Queimadas no dia 22 de dezembro 1929, o qual resultou na morte de sete soldados da polícia baiana. Naquela ocasião, quando o bando entrou na cidade, os moradores imaginavam se tratar de uma volante pernambucana. Esta é uma anotação importante: volantes e cangaceiros eram parecidos.


O escritor Leonardo Mota, em sua obra: “Nos Tempos de Lampião”, faz um relato do encontro de Lampião com o Cabo Militão: “De súbito, o troço aparece. Num ápice, saltam das selas Lampião, Volta Seca, Ezequiel, Pai Velho, Corisco, Arvoredo, Moderno, Esperança, Moirão, Gato, Pernambucano e Labareda. Virgulino já está intimando o Cabo Militão(...)”. Acredito que um homem sabe quando chega sua vez, e nessas horas as reações são as mais diversas. Nos conta o ilustre escritor, que o chefe da malta, olhando para o indefeso e desramado Militão, disse: “Se prepare, cabra, se prepare pra apanhar!”. Intrépido, o cabo fitou no cangaceiro e retrucou: “Pra apanhar não, que em homem não se dá, homem se mata!”. Uma atitude moralmente relevante e de grandeza de espirito diante da morte, digna de um genuíno policial – é assim que se traduz o juramento policial diante da bandeira, “mesmo com risco da própria vida”. 


Então Lampião, incontinente, disse ao cabo: “apois, então, tire a cartucheira, que é pra não mela de sangue!”, e nisso Volta Seca – figura embrutecida e responsável por dezenas de execuções de policiais, a quem Lampião recrutou ainda aos 15 anos de idade, na localidade de Guloso, onde este era conhecido pela alcunha de Bosta-Seca (ou Estrume-Seco). Se pudéssemos relatar as perversidades desse adolescente, as páginas verteriam sangue –, sorrateiramente se aproxima e dispara o parabellum na altura do ouvido do militar. O Cabo Militão tomba ao chão... O sague rega o solo. O estampido anuncia o desespero das pessoas do povoado. Um dos soldados estava num boteco próximo; os demais estavam dentro da residência de Alfredo Monteiro e saíram correndo para fora da residência, a fim de saberem o que estava acontecendo, uma vez presenciado as figuras da horda assassina, tentaram retornar e receberam a refrega de projéteis, cortando-lhes os corpos. Oleone Coelho relata que um dos soldados estava escrevendo uma carta à sua família, e morreu com a caneta na mão. Foram surpreendidos e assim perderam suas vidas, com as armas guardadas, não tiveram a chance de oferecer resistência aos facínoras.  


O dono da residência, sob a ameaça de não mais dar apoio a “macacos”, quando indagou a Lampião sobre o que fazer com os corpos, foi-lhe dito: “Querendo, enterre; não querendo, deixe os urubus comer”. E dito isso chuta o corpo do Cabo Militão, e tirando-lhe as divisas, presenteiam seus cangaceiros. Após ser advertido por Alfredo Monteiro, de que outra força estaria para chegar em Brejão da Caatinga, Lampião desiste de festejar e regalar-se no povoado; enfurecido, parte dali, mas antes percebeu que um dos soldados ainda respirava de maneira ofegante, e disse: “o diabo do macaco ainda está se mexendo? Macaco mexeu quer chumbo”, e montado mesmo dispara contra a cabeça do militar, “que arranca a parte frontal” do crânio. Assim se arribam do povoado, mandando que enterre todos em uma cova rasa. Então Alfredo Monteiro, “de olhos marejando”, corre a tanger os cachorros que lambiam o sangue das vítimas, e providencia o sepultamento dos corpos. 


Foi assassinado naquela manhã, segundo Leonardo Mota: Cabo Antônio Militão da Silva e os Soldados: Pedro Santana, Cecílio Benedito, Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva. Buscavam fugitivos da cadeia pública de Bonfim, e encontraram a morte; Brejão da Caatinga seria o ponto de junção das tropas, entretanto, com o fatal acontecimento, tornou-se um dos primeiros morticínios de policiais executados por Lampião na Bahia. Ainda revela, Leonardo Mota, que o corpo do “Cabo Militão tinha os olhos esbugalhados para o céu, como a indicar que aquele, cuja firmeza de olhar não se curvara ante a crueldade vilã do Rei do Cangaço, também era capaz de fitar o sol, o grande sol flamejante dos sertões!”. Mas como dizia, Emily Brontë, em seu romance angustiante: O Morro dos Ventos Uivantes, “... a traição e a violência são lanças de ponta dupla...”, a hora do cangaceiro Virgulino também se selaria tempos depois, sendo tragado com os mesmos aprumos de crueldades em 27 de julho de 1938, na fazenda Angicos, no Estado de Sergipe. Os que tantas vezes surpreenderam, foram surpreendidos com tanta ferocidade que até mesmo suas cabeças foram decapitadas. 


Depois dessa chacina, outra ainda mais cruel aconteceria naquele mesmo ano, no mês de dezembro, na cidade de Queimadas, que em outra oportunidade trataremos. Alguns estudiosos, entendem que o elevado grau de violência praticado por Lampião contra policiais na Bahia, foi devido à baixa causada pela volante do tenente Odonel Francisco da Silva, no dia 07 de janeiro de 1929, no Distrito de Abóbora (à época pertencente ao município de Jaguarari). Naquela ocasião, parte do bando de Lampião foi surpreendida quando estava em uma farra naquele lugarejo. No confronto, faleceu o cangaceiro denominado de “Mergulhão”, homem de elevada confiança e estima dentro do grupo de Lampião. Aquela foi uma oportunidade perdida, pois, segundo Oleone Coelho, parte dos componentes do bando encontravam-se ébrios, inclusive Lampião. Talvez, sendo o facínora abatido naquela ocasião, a história poderia ser outra. Talvez! Pois, a história da violência, tão bem acompanhada e vivida por nós policiais, revela-nos que, quando um marginal se vai, outro logo assume o antigo posto. O fato é que Lampião, com a morte de Mergulhão pelas forças da Bahia, tornou-se ainda mais animalesco e sicário. Essa é a explicação que muitos dão para as chacinas de 1929, em especial, a do Brejão da Caatinga e de Queimadas. A nós, refutando qualquer anacronismo, não comungamos com a ideia de “banditismo social”, ou revanchismo por parte dos cangaceiros para justificar as execuções, pois se assim fosse, como se justificaria as atrocidades cometidas contra os civis interioranos? Reflitam. 


Todavia, o cangaço foi um fenômeno social do Nordeste brasileiro. Assim como o messianismo, o coronelismo e o banditismo, que cobriam os sertões de jagunçadas, cangaceiros e figuras messiânicas – numa tentativa feroz de sobrevivência. A forte concentração fundiária e o abandono social aqui verificados, produziram tais fenômenos cujas manifestações se traduziram em violência e opressão ao sertanejo desafortunado, sobretudo naquele período do nascimento e firmamento da República Brasileira. É sabido que aquela configuração social, política, cultural e religiosa do Nordeste, produziram os citados fenômenos. Eis uma das razões pela qual não faz sentido, a análise fria, seca e destacada, se Lampião foi bandido ou herói. Mas o cangaço, assim como as figuras dos coronéis e dos místicos, não se resume a essas particularidades. Imagine responder, à luz do movimento de Canudos, “se Antônio Conselheiro era profeta ou lunático”? Perdemos a compreensão holística ao reduzir a análise com tais indagações, e caímos no simplório. Seria como assim como indagar o vastíssimo Gilberto Freyre sobre a “cordialidade” do brasileiro, ou ainda sobre a “democracia racial”. Não é justo. É tentar pesar “arrobas” com “balança de precisão”.  


Uma gama de intelectuais e amantes da cultura popular costumam cantar o cangaço e a figura de Lampião – ele faz parte da História. E quanto às instituições militares, cantam seus feitos e seus bravos componentes, cujo sangue “regou nosso solo”? Quantos monumentos e produções são feitas pela PMBA, para memorar a infinidade de policiais que perderam suas vidas no combate ao cangaço? Precisamos urgentemente debater e louvar, também, como parte constitutiva da História, os bravos policiais militares que tombaram no combate ao cangaço. Sobre o morticínio de Brejão da Caatinga, ainda não fizemos as devidas homenagens.


Para finalizar, registramos que o atual 3º BEIC (Batalhão de Ensino, Instrução e Capacitação), cujas origens remetem ao movimento de Canudos, pois somos aquele 5º Corpo de Polícia Baiano, salientado por Euclides da Cunha, também tivemos participação no combate ao cangaço. O 5º Corpo de Polícia mudou sua nomenclatura diversas vezes. Em 1935, quando foi transferido de Salvador para a cidade de Senhor do Bonfim, a Unidade se chamava: 3º Batalhão de Caçadores. A chegada do Batalhão à cidade de Sr. do Bonfim, foi parte de uma sistematização de combate ao terror causado por Lampião e seu bando. Com a morte do cangaceiro Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto), no ano 1940, e com praticamente a extinção do cangaço em terras baianas, o Batalhão de Caçadores foi transferido para a cidade de Juazeiro em definitivo, em 1951.


quinta-feira, 10 de junho de 2021

OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE CANUDOS

José Gonçalves do Nascimento


A data de 5 de outubro de 1897 marca o fim de um dos episódios mais vergonhosos da história do Brasil. Tudo começou quando o governo republicano, com o apoio de setores da elite brasileira, decidiu aniquilar a comunidade mística de Canudos ou Belo Monte, no sertão da Bahia, arregimentando para tal fim mais da metade do exército da época. Milhares de sertanejos, incluindo seu líder, Antônio Conselheiro, foram mortos durante o conflito. Outros milhares de soldados também pereceram, ficando insepultos para sempre em meio à vastidão da caatinga. A seguir, os últimos momentos de Canudos, na visão de testemunhas oculares (mantemos a ortografia da época):


“Ao clarear do dia 5, já pouco movimento se observava no centro inimigo; Os soldados, impacientes, foram pouco a pouco se introduzindo nas ruinas dos fanaticos e, dahi a momentos, tinham varejado casa por casa, cujas paredes ainda se mantinham de pé, examinando vallas, subterraneos e tudo quanto havia de mysterioso ali. Os ultimos atiradores que encontraram ainda, de armas na mão, nervosos, alucinados, fazendo fogo sobre elles, morreram nessa occasião e sepultaram-se na mesma valla em que foram encontrados. Eram quatro: um velho, ferido na perna direita, um rapaz de 18 annos presumiveis e dois outros homens vigorosos. Estava tudo acabado." (Emídio Dantas Barreto [Destruição de Canudos], oficial do Exército, integrante da 4ª expedição contra Canudos, 1897)

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“Estava marcado que Canudos seria arrasado neste dia.

Fizeram mão rasa nos habitantes; a idade, o sexo, a cor, as condições fisiológicas dos que foram encontrados neste hediondo dia, em Canudos, não foram respeitados.

As roças foram incendiadas, as casa derruídas com os jagunços dentro.

Era preciso queimá-las e queimaram-nas.

Em Canudos, os ventres em gestação, como caldeiras humanas, aqueceram se, ebuliram-se e se não estouraram foi devido ao fogo já ter abrasado as paredes das comportas onde jaziam embriões e fetos que o fogo ia incinerar.

De mais se houve brados de socorro e misericórdia, a voz do incêndio e o estrondo do bombardeio abafaram!”. (Manoel Benício [O Rei dos Jagunços], correspondente do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, em Canudos, 1897).


“Não se pode dar um passo sem se tropeçar em uma perna, um braço, um crânio, um corpo inteiro, outro mutilado, um monte de cadáveres, aqui meio queimado, outro ali ainda fumaçando, outro adiante completamente putrefato, disforme, e ao meio de tudo o incêndio e uma atmosfera cálida e impregnada de miasmas pútridos. A morte pela fome, pela sede, pela bala, e pelo incêndio, emudeceu a todos, substituindo as lamúrias do banditismo, pelos alegres sons dos hinos de vitória!

Canudos não existe mais!" (Fávila Nunes, correspondente do jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, em Canudos, 1897)

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“Em enorme buraco os nossos homens atearam grande fogueira. De dentro dolorosamente começaram a gritar: - Pelo amor de Deus, por Nossa Senhora, pela Virgem Maria, apaguem esse fogo que nos entregamos!

Corremos então à praça de Canudos. Percorrendo as ruas da cidade tive ocasião de observar o quanto se acha ela devastada, parecendo impossível que as suas casas ainda possam servir aos habitantes".(Alfredo Silva, correspondente do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro, em Canudos, 1897).


Assim, com o auxílio do querosene e da dinamite, finalizava a república o arrasamento de Canudos. Ao estouro do canhão e ao golpe da baioneta seguia-se a voracidade da chama e do calor.


O crime perpetrado contra os sertanejos há mais de um século  continua impune. 


Sequer um pedido de desculpa foi até agora formulado pelo Estado brasileiro, o principal responsável pelo massacre. 


Canudos ainda é uma chaga aberta no seio da nação, à espera de ações concretas que possam reparar os terríveis danos provocados pelas elites brasileiras contra o povo sertanejo.


Conclame-se a consciência nacional. Com a palavra os corações sensatos desse país. A história não tolera a indiferença. Ela é implacável com os que tentam ludibriá-la.


O sertão exige de quem de direito uma resposta à altura dos ideais dos peregrinos do Belo Monte. Esta resposta é urgente e terá de vir em forma de políticas públicas. Políticas públicas eficientes que sejam capazes de conferir plena dignidade à gente sertaneja.


Quando isso acontecer, o Brasil estará a alguns passos de se redimir perante o sertão ensanguentado.


José Gonçalves do Nascimento

terça-feira, 8 de junho de 2021

ESPIRITISMO>>>Na execução da Divina Lei (Emmanuel)



Amemos a Deus sobre todas as cousas, procurando-lhe o Reino do Amor, em cuja edificação devemos contribuir.


Auxiliemos ao próximo, tanto quanto desejamos ser auxiliados.


Cumpramos, de boa vontade os deveres de cada dia. 


Honremos os familiares amparando-nos, quanto nos seja possível. 


Procuremos não prejudicar a ninguém. 


Trabalhemos com alegria servindo a todos, em favor de nós mesmos. 


Desculpemos as faltas alheias, compreendendo quanto temos errado por nossa vez. 


Não cobicemos dos outros senão a virtudes e as qualidades respeitáveis que nos compete imitar na experiência comum. 


Busquemos não realizar despesas além das nossas possibilidades, ainda mesmo que essa medida nos custe sacrifícios ingentes. 


Conservemos a saúde, através de hábitos dignos, espalhando, em torno de nós, a alegria e a fé, o otimismo e a confiança. 


Não nos cansemos de aprender, entendendo que o progresso da alma é infinito, no espaço e no tempo. 


Vivamos cada dia as bênçãos do serviço e do estudo, da prática do bem e do concurso fraterno, com paciência e compreensão, à frente de todas as situações, de todas as pessoas e de todas as cousas, na certeza de que poderemos ser convidados à prestação de contas da própria vida, a qualquer momento, e assim estaremos habilitados a viver diante do Senhor e diante das criaturas, cumprindo fielmente a Divina Lei. 


Do livro: "Assim vencerás"

Emanuel [(Espírito)(Mentor de Chico Xavier)] 



sábado, 5 de junho de 2021

Rui Costa comemora aprovação da Sputnik V, mas alerta: ‘Quantidade autorizada está muito abaixo da real necessidade’



 

A aprovação foi feita após quase sete horas de debates e apresentação de relatórios. Além da Sputnik V, a vacina Covaxin também foi aprovada. Decisão vale apenas para para lotes específicos de imunizantes

governador da Bahia, Rui Costa, comemorou a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com restrições, do pedido de importação excepcional das vacinas Sputnik V contra a Covid-19.

aprovação foi feita após quase sete horas de debates e apresentação de relatórios. Além da Sputnik V, a vacina Covaxin também foi aprovada. A decisão vale apenas para lotes específicos de imunizantes trazidos de fora e não configura autorização de uso emergencial pela agência

.Em março deste ano, o governador Rui Costa e o Fundo Soberano Russo assinaram um contrato para a compra de 9,7 milhões de doses da vacina Sputnik ?

É apenas o início, mas depois de muita luta conseguimos aprovação para importar e aplicar a Sputnik V. A quantidade autorizada pela Anvisa está muito abaixo da real necessidade. Agora, é batalhar para fazer chegar logo o que foi aprovado e vacinar nosso povo. Vacina salva vidas”, disse o governador da Bahia.

secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas também comemorou a aprovação dos imunizantes, mas afirmou que a decisão foi tomada de forma tardia. Na proposta inicial do relator, Alex Campos, cada UF vai ter um número de doses limitado a 1% da população do estado para facilitar as medidas de controle e supervisão dos efeitos. Para a Bahia, a quantidade permitida será de 300 mil.

“Acredito que essa decisão é uma vitória do bom senso sobre o preciosismo tecno-burocrático. O voto do diretor relator deixa claro que a preponderância das graves condições epidemiológicas atuais se fez valer sobre as rigorosas exigências técnicas, que todos nós vínhamos apontando serem descabidas, no momento atual”, afirmou o secretário.


“Pena que essa decisão venha tarde e ainda recheada de condicionantes que precisam ser observadas, atrasando ainda mais a vacinação maciça que precisamos no país”, concluiu.


Sputnik V foi requisitada por seis estados: Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí. Em abril, um pedido de 30 milhões de doses para 14 estados foi rejeitado pela Anvisa.

A Anvisa já aprovou para uso no Brasil a CoronaVac, a vacina de Oxford/AstraZeneca, a da Pfizer/BioNTech e a da Johnson. Esta última, entretanto, ainda não tem doses disponíveis no país

.

Uso sob condições especiais 


Durante a tarde, os gerentes de três áreas técnicas da Anvisa deram pareceres sobre as vacinas, fizeram ressalvas e sugeriram condicionantes caso os diretores decidissem pela aprovação da importação.

Por conta do que chamaram de “incertezas técnicas” presentes na documentação das vacinas Sputnik V e Covaxin, a Gerência de Medicamentos, a de Inspeção e Fiscalização Sanitária e a de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária da Anvisa recomendaram que fossem seguidos protocolos para uso controlado dos imunizantes.

Segundo o relator, Alex Campos, cada estado também terá um número de doses limitado a 1% da população do estado para facilitar as medidas de controle e supervisão dos 

dos efeitos. Abaixo, a quantidade permitida para cada um:

  • Bahia: 300 mil
  • Pernambuco: 192 mil
  • Ceará: 183 mil
  • Maranhão: 141 mil
  • Piauí: 66 mil
  • Sergipe:

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  • Eficácia da Sputnik



  • Contra casos moderados e graves da doença foi de 100% — Foto: Tatyana Makeyeva/Reuters



vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a Covid-19, segundo resultados preliminares publicados na revista científica The Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.


vacina também funcionou em idosos: uma subanálise de 2 mil adultos com mais de 60 anos mostrou eficácia de 91,8% neste grupo. Ela também foi bem tolerada nessa faixa etária.

A vacina é a quarta a ter resultados publicados em uma revista, depois de Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca e Moderna. Quando isso acontece, significa que os dados foram revisados e validados por outros cientistas.


Fonte:blogdoeloiltoncajuhy 


 









Capim Grosso. Urgente: morre em Salvador vítima da Covid-19 o vice-prefeito de Capim Grosso Frank Neto

 


Vice-prefeito Frank Neto morreu na tarde deste sábado, 05 de junho, o mesmo estava internado no Hospital do subúrbio desde o dia 17 de maio, para tratar da Covid-19. O vice-prefeito de Capim Grosso passou por vários procedimentos para tentar barrar as complicações causadas pelo novo Coronavírus, precisando ser inclusive intubado no dia 25, ao longo do tempo seu quadro clínico foi piorando e e as medicações deram poucos resultados.


FRANK NETO OLIVEIRA SOUSA, nasceu em 27/09/1972, sempre teve uma militância forte no meio político de Capim Grosso, participando campanhas históricas junto com sua mãe dona Zezé, ex-vereadora do município. Em 2012 decidiu sair candidato a vereador, obtendo 672 votos, sendo o 3º mais bem votado, eleito pelo PRB para ocupar uma vaga no legislativo municipal. Em 2016 por ter um perfil amigável e uma boa fluência no meio político, foi escolhido para ser o vice-vice-prefeito na chapa majoritária encabeçada pela Dra. Lydia, que seria a vencedora das eleições com 54,16, % ou 9.081 votos.


Em 2020, permaneceu como vice-prefeito na chapa do atual prefeito Sivaldo Rios, considerado um vice atuante, sempre esteve presente em eventos públicos e ações do legislativo.


Frank Neto é 25º vítima da Covid-19 no município, durante seu internamento muitos políticos, amigos e membros da Igreja Adventista do 7ª Dia, manifestaram orações em prol da recuperação, salientando a pessoa gentil e bondosa que era Frank Neto, Frank sempre foi um defensor das medidas de isolamento social para prevenção da Covid-19.


morte de Frank deixa a cidade de luto, não só pela pessoa que o mesmo representava mas por ser mais um filho que a cidade perde para essa terrível pandemia.


O FR Notícias se solidarize com os familiares e amigos nesse momento de imensa tristeza, lamenta profundamente o ocorrido e deseja que Deus conforte os corações de todos!

Frank Neto deixa esposa filha, familiares e muitos amigos enlutados nesse momento. A prefeitura de Capim Grosso emitiu nota lamentando a morte de seu vice-prefeito assim como várias autoridades políticas do município.

Redação FR Notícias

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Chip implantado no cérebro permite escrever com o pensamento

 


Um homem tetraplégico, paralisado do pescoço para baixo, foi capaz de gerar letras em uma tela de computador em tempo real ao imaginar estar escrevendo com uma caneta na mão.

Para realizar a façanha, os cientistas usaram chips implantados no cérebro do paciente para detectar os padrões cerebrais envolvidos na escrita de cada letra. Eletrodos transferiram esses padrões a um algoritmo capaz de ler e traduzir a atividade cerebral –o movimento detectado no cérebro correspondente a uma letra se tornava a versão digitada em uma tela.


descrição do experimento realizado com o aparato, um tipo de interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês), foi publicada na revista científica Nature em 12 de maio. Esta é a primeira vez que cientistas identificam os padrões cerebrais relacionados à escrita manual e os transformam em texto.

 
O  trabalho foi realizado por pesquisadores das universidades Stanford, Brown e Harvard, todas nos Estados Unidos.

Usando a máquina, o participante do experimento, um homem de 65 anos de idade, foi capaz de digitar com uma velocidade de 90 caracteres por minuto –semelhante ao que pessoas na mesma faixa etária conseguem fazer usando um telefone celular, segundo artigo publicado em 2019 A escrita realizada com ajuda da interface marcou acerto de 94%


Uma parte dos pesquisadores envolvidos na pesquisa havia desenvolvido um sistema anteriormente que permitia a uma pessoa escrever imaginando mover o braço como um cursor em uma tela de computador e clicando nas letras. O aparato permitia escrever a uma velocidade de 40 caracteres por minuto.

O  participante do experimento mais recente havia recebido dois chips na parte do cérebro que controla os movimentos das mãos e braços como parte de um outro estudo, chamado BrainGate2, encabeçado pela Universidade Brown. 

Uma parcela das pessoas que perdem movimentos do corpo devido a doenças degenerativas ou acidentes pode se beneficiar de interfaces como a desenvolvida pelos pesquisadores americanos. Isso porque, nessas pessoas, os comandos cerebrais responsáveis pelos movimentos seguem ativos. A chave está em traduzir os comandos em ações.

físico britânico Stephen Haking (1942-2018) usava uma interface cérebro-máquina para se comunicar. O aparelho de Hawking usava um sensor que captava as contrações de sua bochecha e as transformavam em letras e palavras.

Hawking perdeu movimentos do corpo como consequência da esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa do sistema nervoso.
aparelho permitia ao cientista trabalhar, escrever livros e realizar palestras –Hawking foi um dos mais prolíficos divulgadores de ciência em vida.
Agora, os pesquisadores americanos devem testar o sistema que escreve com o pensamento em pessoas que perderam a capacidade de falar.
 
estudo relatado na Nature é um grande avanço para a área das BCIs, mas os cientistas afirmam que este é apenas o começo. “São necessários novos experimentos, em mais participantes, e melhorias no sistema. Mesmo assim, acreditamos que o futuro das interfaces cérebro-máquina intracorticais é brilhante”, escrevem os pesquisadores.

Fonte

Mm
Fonte: Cleber Vieira News