Embora a Páscoa tenha histórico bem antes de significar a saída do Povo Hebreu do Egito, a libertação dos escravos por Moisés, e comemorada com pães ázimos feitos com trigo e ervas amargas do deserto para simbolizar o tempo amargo que aquele povo passou no Egito, ela significava a passagem do Inverno para a Primavera, posteriormente para os Cristãos também a passagem para a libertação por Jesus Cristo, que foi morto por ocasião da Páscoa. Enfim, para as crianças surgem outros personagens como o Coelho e os Ovos de Páscoa.
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Gustavo Bamberg |
Por que o ovo de Páscoa?
O ovo é
um destes símbolos que praticamente explica-se por si mesmo. Ele contém o
germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a
renovação e a criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o
símbolo da vida.
Os
celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações
acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este
“ovo cósmico” aparece depois de um período de caos.
Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o “Sopro
divino”), chocou o ovo cósmico na superfície de águas primordiais e, daí,
dividido em duas partes, o ovo deu origem ao Céu e a Terra – simbolicamente é
possível ver o Céu como a parte leve do ovo, a clara, e a Terra como outra mais
densa, a gema.
O mito
do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas. Antes do surgimento do
mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e,
de seus elementos pesados, surgiu a Terra (Yin) e, de sua parte leve e pura,
nasceu o céu (Yang).
Para os
celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente. Para eles, o ovo
contém a representação do Universo: a gema representa o globo terrestre, a
clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos
astros.
Na
tradição cristã, o ovo aparece como uma renovação periódica da natureza.
Trata-se do mito da criação cíclica. Em muitos países europeus, ainda hoje há a
crença de que comer ovos no Domingo de Páscoa traz saúde e sorte durante todo o
resto do ano. E mais: um ovo posto na sexta-feira santa afasta as doenças.
Por que o Coelho de Páscoa?
Coelhos
não colocam ovos, isto é fato! A tradição do Coelho da Páscoa foi trazida à
América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as
crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de
Páscoa.
Uma
outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um
ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças
descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a
história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, alguém
duvida?
No
antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da
Antigüidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha
tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa.
Mas o
certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertililidade
que os coelhos possuem. Geram grandes ninhadas! Assim, os coelhos são vistos
como símbolos de renovação e início de uma nova vida. Em união com o mito dos
Ovos de Páscoa, o Coelho da Páscoa representa a renovação de uma vida que trará
boas novas e novos e melhores dias, segundo as tradições.