Nesta sexta-feira, quando o ônibus da Falcão
Real singrar o asfalto em direção à capital estaremos perdendo (esperamos que
provisoriamente) alguém que fez da cultura e da pesquisa histórica o seu campo
natural de trabalho. Acompanhado de sua esposa Fernanda, e de seu único
rebento, o pequerrucho José Fernando, o Pesquisador e Professor José Gonçalves
dirige-se ao sul do país, obrigando-nos a repetir com a palavra bíblica:
“Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja
os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a
galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!
Eis que a casa de vocês ficará deserta. Eu lhes digo que vocês não me verão
mais até que digam: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor’”. Lucas 13:34-35.
O filho de Monte Santo, que se
fez bonfinense, filho ilustre de Mandassaia, um dos maiores pesquisadores e
críticos da Guerra de Canudos desse país, Presidente da Academia de Letras e Artes
de Senhor do Bonfim, filósofo e teólogo de formação européia (italiana) não
encontrou espaço entre nós a partir de janeiro de 2013. Nem o seu berço
precisou dele ou reservou espaço para que ele continuasse a alavancar a cultura
e a história de Monte Santo e de Canudos... Nem Senhor do Bonfim soube
abraçá-lo e às competências únicas que lhe pertencem.
Resta-nos repetir com a Bíblia: “Bonfim, Bonfim... Monte Santo, Monte
Santo... “que matais os profetas e apedrejais os que lhe são enviados!” Por que preparar o caminho do vazio, desertificar
a nossa casa, expulsando aqueles que fazem crescer a vida?”
A nossa esperança é que um dia
todos os que foram empurrados para a diáspora retornem, BENDITOS, entre nós!
ASCOM de Paulo Machado
10.10.2013
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