Bate-papo contou com a participação de MC Carol, Preta Gil e Elisa Lucinda.
A última edição do ano do “Mulher com a Palavra” confirmou o sucesso do projeto, que foi abraçado pelo público baiano também nas primeiras edições. A Sala Principal do Teatro Castro Alves ficou lotada na noite de ontem (22).
Iniciativa da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), em parceria com a Maré Produções Culturais, e com patrocínio da Bahiagás, do Instituto Avon e da Bahiatursa, desta vez, foi uma celebração ao Novembro Negro e aos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
O bate-papo teve mediação da Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Olívia Santana, e da comunicadora Rita Batista, contou com a presença de MC Carol, da cantora Preta Gil e da escritora Elisa Lucinda, que deixou o público encantando com suas intervenções poéticas.
Com objetivo de tratar do tema Feminismo Negro, Geração Tombamento e outras gerações, o público teve a oportunidade de conhecer as experiências destas mulheres que enfrentam o machismo, o racismo e outros preconceitos, como a gordofobia, em uma noite de diálogo e descontração.
A Secretária Olívia ressaltou a importância de trazer um novo recorte para o projeto, pois apesar do feminismo estar bastante avançado, precisa compreender a necessidade de tratar das especificidades de cada grupo, neste caso, das mulheres negras. A gestora frisou que estas mulheres têm o direito de passear pela vastidão de áreas que desejarem, exercendo seus próprios gostos, sexualidades e intelectualidades.
Olívia afirmou a importância da liberdade e atitude da nova geração, conhecida como “Tombamento”, mas ressaltou que é preciso também valorizar as mulheres de gerações anteriores, que sofreram e lutaram por conquistas que temos garantidas hoje.
MC Carol, que cantarolou diversas letras durante suas falas e conhecida por sua atitude forte e feminista, contou que suas músicas tratam majoritariamente de situações vivenciadas em seu cotidiano ou com alguém próximo, e que é uma forma de compartilhar experiências com outras mulheres, propagando a ideia de que elas não devem aceitar a submissão.
Já a cantora Preta Gil tratou de situações polêmicas que viveu, como a repercussão da capa do seu CD em que aparece nua, e os diversos preconceitos sofridos, como por exemplo, as contestações pelas escolhas relacionadas ao seu cabelo, por ser uma mulher gorda, e por se relacionar com um homem 14 anos mais jovem.
Preta afirmou a sua satisfação em fazer parte de um projeto que reúne tantas pessoas dispostas a dialogar sobre questões relacionadas ao universo das mulheres. “Eu sinto paz por não me sentir só. O mundo e o Brasil precisam de pessoas que queiram debater, só assim as coisas andam pra frente”, concluiu.
A escritora Elisa Lucinda, que levou o público ao delírio na abertura do evento, tratou também da importância da palavra e do diálogo. Ela afirmou o quanto é fundamental conversar com as pessoas, trocar opiniões e tentar convencê-las de um ponto de vista diferente, sem utilizar de métodos radicais e agressivos, como os que vêm sendo adotados nos dias de hoje.
A comunicadora Rita Batista enriqueceu ainda mais o debate, contando também as suas experiências pessoais e explorando os discursos das convidadas, com bom humor e atitude própria, interagindo com total empatia com o público.
A noite foi encerrada com uma apresentação da garota Lila, que recitou uma poesia homenageando mulheres negras que lutaram por grandes conquistas e garantiram dias melhores para as gerações futuras, e com uma apresentação de MC Carol, que cantou seu sucesso “100% feminista”.
Essa foi a última edição de 2016 do projeto que tem também o apoio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através do Teatro Castro Alves e da Fundação Cultural do Estado da Bahia, e do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, através da TVE e da Rádio Educadora FM.
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