A Bíblia registra em João, capítulo 11, versículo 35, que Jesus chorou quando tomou ciência do local onde Lázaro de Betânia estava sepultado.
Quatro dias já haviam transcorridos de sua inumação na rocha viva, e a dor da separação dilacerava o coração sensível das irmãs Marta e Maria.
É o versículo mais curto da Boa Nova.
Sim, transpondo esse tão curto trecho para os dias que atravessamos, é perfeitamente possível observar que Jesus permanece chorando pelos Lázaros insepultos, a vaguearem nas ruas e artérias de nossas cidades, indiferentes ao bom combate. Quais zumbis dos filmes de terror, respiram e falam, mas estão de sensibilidade morta para os altos ideais da evolução, escravos que se acham dos apetites mais grosseiros.
Deambulam na sociedade materialista à cata de prazeres fugidios, receosos de enfrentarem a verdade. Não temem somente aos outros. Temem a si mesmos.
Receiam projetar luz nas sombras íntimas, desvelando os lepromas morais que ainda carregam nos sentimentos embotados.
Tentam negar a realidade da vida, que transcende ao veículo físico transitório, se agarrando quais mariposas desesperadas à claridade débil das iluminárias efêmeras do mundo, ocultando as torpezas que os inquietam na intimidade profunda.
Trabalham, desesperados, na edificação de castelos de ilusão que o tempo desfaz e acumulam haveres que os meliantes e oportunistas saqueiam.
Devoram, insaciáveis, os acepipes que nutrem o veículo carnal, tentando na insanidade que os consome garantir blindagem contra o advento inexorável da morte biológica.
São bilhões de Lázaros enceguecidos. Convivem com suas Marias e Martas, irmãs de ideal, mas ainda não despertaram para o real sentido da vida.
Em conhecendo todas as ovelhas que constituem Seu imenso aprisco terrestre, o Excelso Pastor busca despertar cada uma delas para a compreensão do sentido existencial.
Momentaneamente, deixa as terras áridas do sofrimento alheio e vem buscar essas ovelhas que morreram para os tentames superiores, as despertando do letargo e do coma em que mergulharam por tibieza de caráter.
Chora por suas fragilidades.
Pranteia suas incapacidades de lutar contra as adversidades naturais da existência.
E diante do sepulcro que as mantém isolada do mundo, as chama de volta à vida, ofertando-lhes nova oportunidade de aprendizado no cadinho físico, a fim de que se iluminem no rumo da plenitude.
Quando a mensagem de Jesus toca o coração de um homem ou de uma mulher, nova pessoa esta se torna.
Desperta do sono ilusório das conquistas efêmeras.
Acorda para a própria iluminação.
Abandona o túmulo frio da sua insensibilidade e se reergue para edificação de valores eternos no santuário da própria alma.
Faz florescer outra vez em torno de si a esperança e a fé.
Tomado de ardor desconhecido, avança nas trilhas da autoiluminação e somente consegue repouso quando realiza o serviço que lhe estava destinado pelo Senhor.
Se te vês prisioneiro da ilusão dos sentidos e de alguma forma travaste contato com a mensagem de Jesus, ergue-te de teu túmulo e sai.
O Mestre te chama, te conferindo outra vez a possibilidade de refazer caminhos e acrisolar valores iluminativos em teu continente íntimo.
Ele permanece há dois mil anos chorando na Betânia de nossas fantasias, nos chamando para que saiamos da grota escura de nossa morte moral para o esplendor de Sua mensagem, que rutila qual sol fecundante e vitalizante, nos emulando ao crescimento moral que não pode ser ignorado.
Abandona este sepulcro que te asfixia e isola, buscando nas leiras do mundo a tarefa que te cabe na edificação do tempo novo que já tarda.
Somente com Ele conseguiremos estancar as lágrimas que ainda vertem, copiosas, dos olhos das Martas e Marias mergulhadas na saudade do afeto perdido.
Com Jesus, nova esperança ressurge, qual dia que vence a madrugada em declínio, anunciando a era de boa vontade e paz que todos desejamos ver implantada na Terra em transição.
Marta (Espírito)
Salvador, 07.05.201
Mensagem recebida pelo Médium
Marcel Mariano
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