Afirmou Cícero, o notável jurista romano, que o tempo é a pedra de toque, que desbasta o erro e faz resplandecer a verdade.
Isenta observação nas páginas da história nos levará a perceber que foi nos momentos de crise que a humanidade fez seus maiores avanços em campos diversos.
As guerras que ensanguentaram países fizeram com que a ciência avançasse séculos em alguns poucos anos. Epidemias devastadoras obrigaram comunidades a rever seus conceitos religiosos em derredor dos chamados flagelos divinos.
Na escassez de alimentos, nações ajudaram nações.
E o instante da dor coletiva funcionou e funciona como chamamento das leis imutáveis para que a criatura humana se perceba inserida num coletivo, avançando em massa para um mesmo objetivo, conquanto cada ser responda por seus próprios atos.
Desde tempos imemoriais, a percepção do homem no mundo vem sendo lapidada para se dar conta de que nunca esteve sozinho em sua marcha ascensional, e que poderes que vão além de seus sentidos permanecem vigilantes em derredor do planeta que estertora nas suas entranhas, em crises periódicas.
Os grandes flagelos naturais são simples reordenamentos da estrutura física da matéria, que abandona uma disposição para alcançar uma outra forma de atuação.
Incontáveis ceifados nas grandes tragédias naturais apenas foram desvestidos de corpos, volvendo ao grande lar para prosseguimento da marcha evolutiva acima das inquietações materiais.
Os embates ideológicos apenas conseguem agudizar a certeza de que sem amor não pode haver evolução.
E quando se constata que dentro da história universal os grande vultos se confundem na mesma trama, se sobressaindo apenas pela peculiaridade das atividades que desenvolveram em suas respectivas épocas, nos damos conta que somente um ser escapou ao controle da voragem do tempo.
Jesus.
Ele não cabe na história. Nem antes, nem depois.
Ele dividiu os dois períodos.
Rasga de alto a baixo uma nova era e nos inflama de ideal renovador.
Aponta aonde estão nossos verdadeiros interesses.
Passa pelo mundo sem ser do mundo.
Apaga a própria luminosidade para conviver em pé de igualdade com Seus irmãos menores, ainda reféns das sombras íntimas.
E liberta-se do solo triste do mundo nos prometendo que enviaria um Consolador, que O recordaria em tempo oportuno, ficando conosco para amparar e esclarecer nossas imensas desventuras.
Ante a dor que te visita, ergue-te em Espírito.
Bendizes a prova que te aperfeiçoa.
Honra tua jornada no mundo com atos de dignidade e fidelidade ao bem.
Mesmo ferido, socorre alguém que tombou.
Farpeado nos interesses mais sensíveis, perdoa o agressor e avança, decidido.
Tua pátria verdadeira jaz além dos círculos densos do véu corporal.
Tua felicidade não pode ficar refém das quimeras humanas, passageiras e fugidias.
Quando a noite escura da alma te alcance a visão, impedindo-te a marcha, ora no teu templo íntimo, ergue os pés cansados e caminha.
Nenhuma força no mundo pode deter o amanhecer que te aguarda além da madrugada que agoniza aos primeiros raios de sol.
Marta (Espírito)
Juazeiro, 29.04.2021
Pelo Médium
Marcel Mariano
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