Por:
Valdeck Almeida de Jesus
O
brasileiro é mesmo um forte, parafraseando Euclides da Cunha. Duvido um pouco
dessa fortaleza toda. Se assim o fosse, muitas das nossas mazelas seriam
resolvidas por nós mesmos. Não delegaríamos poder sobrenatural a quem quer que
fosse. Tomaríamos as rédeas de nossa vida e daríamos cabo de toda sorte de
injustiças, corrupções, violências diversas.
Se
“alguma coisa está fora da ordem”, não será um único cidadão que vai varrer
todo o lixo, toda a sujeira. Este país é continental e a população já beira os
200 milhões. Se dez por cento dos habitantes fizesse sua parte, passaríamos a
limpo muita coisa. Acordamos apenas em momentos de comoção geral. Mas, na
guerra não declarada que ceifa vidas a cada minuto, já nos acostumamos a
reclamar com o vizinho, se indispor com o colega de trabalho, sem, contudo,
tomarmos uma posição e atitude de cidadão. Bater boca resolve tudo.
Ser
cidadão dá trabalho. É preciso acordar cedo, cuidar dos afazeres pessoais,
familiares e profissionais. Isso já é muita coisa. A sociedade que se regule
por si própria. Eu não preciso participar das decisões políticas; para isso eu
delego poderes absolutos a vereadores, deputados estaduais e federais,
prefeitos, governadores, senadores e presidentes. Eles que cuidem e descuidem.
Meu papel é apertar o botão verde a cada par de anos. E quando surgir algum
problema grave, sempre terá outros joaquins para carregar o país nas costas.
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