Espada Junina A audiência pública sobre a Guerra de Espadas aconteceu na noite de ontem (05) na Câmara de Vereadores. Porém, os resultados da reunião não foram conclusivos. |
O encontro foi solicitado ao Legislativo pela
sociedade civil e pelos representantes dos “espadeiros” (grupos que participam
da famosa Guerra de Espadas), após ação judicial movida por uma parcela da
população que não é favorável ao acontecimento, alegando danos materiais e à
saúde. A ação foi respaldada por laudo do Corpo de Bombeiros que indica que a
tradicional Fogueira do Prefeito, que ocorria à Ladeira da Prefeitura, sendo o
ponto alto de encontro dos espadeiros, colocava em risco os moradores do
entorno.
A Guerra de Espadas é um dos acontecimentos mais
fortes do São João de Senhor do Bonfim. Há quase 60 anos, o que começou com uma
competição de “buscapés”, nome inicial dado ao artefato, virou tradição no dia
23 de junho, véspera de São João, e dia 30 de junho, na Guerra das Moças (São
Marçal) fechando as comemorações juninas.
Rodrigo Wanderley, estudante de Ciências
Sociais, defende a Guerra de Espadas como cultura imaterial da cidade. “A
Guerra de Espadas faz parte da nossa identidade, do ser e se sentir sertanejo.
Não deveríamos sequer estar discutindo sobre isso, porque esse evento já teria
que, inclusive, ter se tornado patrimônio histórico da cidade. Nossa cultura
não pode se apagar.”
Bastante aplaudido, a fala de Rodrigo representou a
unanimidade de todos os vereadores da Casa. Eles concordam em não deixar a
tradição acabar, porém, defendem que deve haver cautela em relação ao circuito,
à fogueira do Prefeito, aos danos patrimoniais e a organização e melhoramento
da Guerra.
Representando o prefeito Dr. Edivaldo Martins
Correia, o Secretário de Cultura, Arinaldo Urbano, reiterou o apoio do Governo
Uma Nova Realidade em conservar a Guerra de Espadas, mantendo o circuito
oficial (que abrange ruas como Barão do Cotegipe, Dr. Costa Pinto e o bairro da
Gamboa, dentre outros), mas mudando o local da fogueira do Prefeito para o
campo situado no bairro Alto do Cigano. O horário de início seria às 18 horas
até às 22:30.
Confira mais informações na parte II dessa matéria.
Parte II
O representante do grupo de espadeiros “Os
Ignorantes”, Dory Brandão, defende que o percurso continue o mesmo. “O
circuito que fazemos já é tradicional. Não é só uma troca de espadas. É um
momento de confraternização entre os participantes da Guerra e os moradores das
ruas. Muitos abrem suas portas e nos recebem de braços abertos”, afirma.
O secretário de Indústria, Comércio e Turismo,
Valberto Silva, propôs a criação de Lei Municipal que oficializasse o circuito
da Guerra de Espadas, pois assim a tradição seria consolidada.
Estavam também presentes na discussão o representante
da Polícia Militar, Major Sidnei, e o representante do Corpo de Bombeiros,
Tenente Marcelo Diniz. Ambos confirmaram o apoio à segurança dos
participantes, visitantes e espectadores durante a Guerra de Espadas, desde que
o Ministério Público autorize o evento e esteja em conformidade com a lei.
O Ministério Público estava representando pelo
Promotor Criminal Gilbert, e pela promotora de Justiça da Cidadania, Rita de
Cássia. Ambos explicaram o caráter das duas ações judiciais contra a
Guerra de Espadas, feitas por denúncias através de abaixo-assinados de parte da
população de algumas ruas que são desfavoráveis ao evento. O não
cumprimento das ações implica em multa e até detenção.
O secretário de Saúde, Washington Sobreira,
garantiu que caso aconteça a Guerra de Espadas, haverá um grupo efetivo
para auxiliar tanto aos queimados, como aqueles que se prejudicam com problemas
respiratórios. Para isso, será montado um esquema no I Centro de Saúde, com a
participação de cinco enfermeiros, sete auxiliares de enfermagem, sete técnicos
de enfermagem, 1 médico, 1 cirurgião e 1 ambulância, caso seja necessário
remover alguém em estado mais grave. No Hospital Regional será disponibilizado
um corpo maior de médicos e enfermeiros, além de um maior número de nebulizadores
e oxigênio.
Por fim, os representantes de cada órgão
presente marcaram uma reunião a ser realizada amanhã (06) às 18 horas, na
Câmara de Vereadores. Os espadeiros e a Prefeitura entregaram ao Corpo de
Bombeiros as sugestões de locais para o percurso da Guerra de Espadas. Na
reunião, os bombeiros darão um parecer. Se positivo, será encaminhado ao
Ministério Público que decidirá sobre o evento.
ASCOM
Prefeitura Municipal de Senhor do Bonfim
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