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Em tempos de ansiedade calamitosa, verdadeira pandemia de neurastênicos e impacientes de toda ordem, homens e mulheres têm buscado ajuda para os incontáveis males da modernidade.
As clínicas dedicadas à saúde emocional e mental se multiplicam, sem conseguirem dar conta de uma sociedade que enfermou gravemente no terreno sensível das emoções.
Antes consideradas transtornos de adultos, a depressão e as fobias estenderam tentáculos sobre jovens crianças, de modo que a nova geração padece de inquietação crescente, sem que se saiba claramente como erradicar semelhante flagelo mundial.
Entre quatro paredes, agitam-se casais em crise de convivência, incompatibilidade de gênios, aspirações distintas e ânsia por liberdade, como se o matrimônio, para muitos, fosse penetração em sombria masmorra de subordinação marital.
E somando-se aos conflitos individuais, agrega-se a incerteza do emprego e do pão de cada dia, onde milhões estorcegam nas agonias da sobrevivência cotidiana.
A iniquidade campeia, se fazendo desacreditar do aparato da justiça, nem sempre alcançando os infratores e defraudadores da paz social. Na "terra de ninguém", acaba por se fixar uma sensação de impunidade, de descrença nas instituições públicas e privadas.
A fé de milhões se fez construir em cima da crença cega, onde o escambo com o divino parece ser a moeda com que o devoto adquire sua imunidade para com as angústias do mundo.
Percebendo essa inquietação emocional nas primeiras décadas do século passado, o indiano Paramahansa Yogananda, nascido na velha Índia em 1893, emigrou aos 27 anos de idade para os EUA, onde fixou residência na Califórnia. Ali, junto de alguns discípulos, fundou uma notável organização humanitária, a espalhar os milenares ensinamentos da Kriya Yoga, buscando ajudar famintos da alma e sedentos de paz interior.
Saiu do corpo em 1952, deixando um legado que ainda hoje estende tentáculos de auxílio em favor de uma sociedade cada vez mais ansiosa e impaciente.
Em épocas recuadas da história, cada tempo anotou a passagem de missionários e arautos, cada um portando um ensinamento de valor psicoterapêutico para seu tempo, adaptado aos costumes de então.
Filósofos e idealistas, pensadores e gurus deixaram regras de como alcançar o nirvana, o samadhi, a plenitude. Livros de autoajuda se espalham no mundo desde a segunda metade do século dezenove, convidando o ser a rever seu estilo de vida, desacelerando suas buscas sôfregas, muitas de consequências danosas.
E quando o final do ano chega, vislumbra-se o frenesi das compras de última hora, a ceia farta, a casa cheia, a música alta e as gargalhadas para distensionar o vulcão interno.
Em meio a tantos avatares e swamis passados e modernos, Ele se ergue como símbolo da serenidade sem limites.
Em seu semblante, nenhuma tensão. O olhar parecia pairar além dos limites do cárcere corporal.
Nenhuma preocupação com o amanhã, nenhuma retenção no ontem vivido.
O hoje era infinitamente mais importante. O investimento no cultivo das emoções superiores. O cultivo da paz interior que o mundo desconhece.
Ante as agonias, dois minutos em silêncio e a antena mental buscando sintonia com a FM de Deus.
Tendo, repartir com aqueles que andam de mãos vazias do pão da sobrevivência. Não possuindo, doar simpatia e confiança, otimismo e alegria aos tristes e solitários da estrada comum.
E diante de datas que parecem culminantes, como as que assinalam a transição entre um ano civil e outro a chegar, guardar equilíbrio e a certeza inabalável de que ninguém doma o tempo, impede o escoar das horas e traz de volta o pretérito.
A madeira podre das atitudes intempestivas ou os frutos amargos da inércia injustificável devem ser lançadas no caudaloso rio da vida, que ruma sempre para o oceano da existência sem fim.
Importa não esquecer do amor, da necessidade de se fazer melhor cada dia e guardar a convicção de que a barca terrestre tem um comandante seguro, indicado por Deus para custodiar o planeta em transição para uma primavera de bênçãos.
Lembra-te D'Ele em tuas agonias e crise de ansiedade.
Seu nome?
Jesus Cristo!
Ontem, hoje, sempre!
Marta (Espírito)
Juazeiro, 31.12.2024
Médium Marcel Mariano
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