quarta-feira, 30 de abril de 2025

Mundo de contrastes chocantes.

 

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Encurralados por uma sociedade exigente e caótica, o indivíduo passou a ter inúmeras necessidades, algumas fictícias e outras reais. Deambulando em meio de sistemas midiáticos que inculcam novos padrões de beleza e ditam regras no vestiário e no comportamento, o ser mostra-se desconfortável e ansioso quando não consegue atender as demandas virtuais, se permitindo parecer com as celebridades que admira ou atender tantas demandas dos influenciadores digitais.

Enquanto alguns não possuem mais espaço nos armários e closet para a guarda de tantos vestuários, possuindo um só corpo, incontáveis transitam envergando mulambos e pedaços de imundície.

Pés que parecem reclamar o último modelo de calçado de grife, e do lado os que arrastam chinelos improvisados, feitos de garrafas pets.

Imensos casarões criam bairros de alto poder aquisitivo, onde o metro quadrado vale um carro de luxo, e bem no fundo desses muros imensos, palafitas e favelas enxameiam as grandes urbes, onde cada um faz seu puxadinho, ali nascendo e ali morrendo.

A cada lançamento da indústria automobilística, anunciando o modelo mais avançado, saturado de tecnologia a bordo, inúmeros possuidores de expressivos recursos financeiros se apressam na aquisição do brinquedo sobre rodas, em visível ostentação do poder de fogo que possuem para adquirir, dividindo ruas e rodovias com carroças miseráveis, sucatas ambulantes e transporte público entupido de trabalhadores e operários.

Mercados lotados de prateleiras cheias de produtos estão divorciadas do poder de muitos, que fitam vitrines e balcões com indisfarçável tristeza no olhar.

Mundo de contrastes chocantes. Terra de nabados, em convivência próxima com réprobos e párias incalculáveis.

Desde a antiguidade, à medida que a civilização foi se ampliando, as necessidades humanas foram surgindo e na sua goela insaciável, foi tragando os invígeis e distraídos. O próprio discurso religioso dos tempos modernos sofreu implacável alteração, passando a incentivar a prosperidade material como condição inseparável da felicidade emocional, fazendo surgir um fenômeno teológico e filosófico inédito nos anais da cultura religiosa: o materialismo religioso!

A busca de plenitude foi relegada a segundo plano. O deciframento das ocorrências do destino ficou para momento oportuno. A investigação sobre a destinação do ser após a morte foi transferida dos santuários religiosos para o campo volátil das cogitações mentais de difícil abordagem.

E onde se apresentem trabalhadores do bem e apóstolos de um pensamento renovador, não raro a intriga bem urdida anula, a calúnia desidrata, o fake news desmoraliza e o linchamento virtual desmotiva. Não seja de estranhar que cada vez os espaços, antes ocupados por tarefeiros desinteressados da projeção do ego hoje estão sendo rapidamente preenchidos por salvadores de ocasião, messias bem vestidos e pregadores de facúndia arrebatadora.

Onde o bem não é instalado, a ignorância medra. Terreno que não recebe a semente do trigo, presta-se ao surgimento do joio imprestável.

Tempos de escolhas difíceis.

Jesus ou César?

Deus ou mamon?

A vida futura ou as ocorrências do presente?

Não por outro motivo, houve um instante onde Jesus chamou o colegiado de apóstolos para um repouso das fadigas incessantes, alcançando um lugar deserto para refazimento das forças, conforme anotações do evangelista Marcos, capítulo 6, versículos de 31 a 44. Em meio aos tormentos da vida agitada e febril de nossos dias, urgente se faz um detox digital, uma faxina de tantas informações consumidas sem tirocínio sobre as mesmas, onde o ser, aturdido, possa se refazer emocional e espiritualmente.

Comungar com o eloquente silêncio da natureza. Escutar seus apelos íntimos, sufocados até aqui para satisfazer o mundo em tresvario.

Lavar os olhos com as lágrimas da emoção, após se reconectar com sua essência.

Abandonar a prática da reza, mera repetição de palavras, e orar sem sílabas, escutando a voz da Divindade na acústica profunda do seu vazio existencial.

Sair da tela e olhar pela janela a nuvem fecundante, o sol radioso e o céu azul.

Emprestar os ouvidos a uma melodia que pacifique e acalme, resgatando sua individualidade, numa estrutura social que coisificou os seres humanos a meros números e estatísticas frias.

Ó, vós, que ainda tendes a vosso favor a ampulheta de cronos, buscai esse recanto íntimo, dentro de ti mesmo, em companhia do mestre e pastor das ovelhas desgarradas, que somos todos nós.

Refazei vossos tecidos emocionais dilacerados pela volúpia de muito possuir. Acendei vossas lamparinas nessa noite escura, de natureza moral.

Caminhai, enquanto é dia radioso em vossas existências.

Mais tarde, pode ser tarde...


Marta (Espírito)

Salvador, 30.04.2025


Médium: Marcel Mariano





domingo, 27 de abril de 2025

Sê tu o médico de tua ansiedade e enfermeiro de teus males.

 

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Vive-se o tempo da grande ansiedade, seja ela individual ou coletiva.

Massas marcham sob o camartelo da insuportável síndrome, agonizando sob seus efeitos colaterais graves. Indivíduos deitam-se exaustos, na tentativa de refazimento das forças físicas mentais, mas enquanto o corpo se posta em aparente imobilidade no leito simples, a mente, vergastada por mil preocupações, se faz verdadeiro vulcão interno, espirrando lava incandescente nas delicadas tecelagens mentais.

Apesar de incontáveis diversões, na atualidade povoarem o cotidiano das criaturas humanas, o ansioso dentro delas não logra um só instante de serenidade, permanecendo ligado na tomada da volúpia quase que em tempo permanente.

Queixam-se quase todos que o ritmo da vida e da sobrevivência não facilita, nem faculta espaços para o cultivo da serenidade, da meditação e do silêncio interior, produzindo o quadro pandêmico de uma sociedade doente e cansada. Não seja de estranhar o altíssimo volume de medicamentos disponíveis para minimizar os efeitos da ansiedade na vida moderna, patrocinando o surgimento de gigantescos blocos de dependentes químicos de fármacos no vasto arsenal dos ansiolíticos.

Suas matrizes estão em diversos campos, onde se abrem glebas emocionais para instalação da síndrome perturbadora. Relações interpessoais conturbadas, fatores ambientais estressantes, medo excessivo, contínuas frustrações no sensível terreno das emoções, expectativas não realizadas e traumas outros podem desencadear a ansiedade, produzindo receio de continuar tentando investir nas experiências da vida. Afetado o quimismo cerebral, a serotonina e a noradrenalina sofrem desequilíbrios de vulto, deixando de atuar em campos próprios, o que acentua o quadro da denominada TAG - Transtorno da Ansiedade Generalizada.

Diagnosticada, preciso é investir em ações que diluam sua interferência no viver, retomando o controle sereno da própria existência.

Cuidados com a casa mental e seu fluxo de pensamentos. Cultivo da oração e da meditação.

Diversificação de atividades no cotidiano, introduzindo desportos saudáveis, dissipando parte dessa tensão acumulada diariamente.

Não ignorar a impermanência de tudo que nos cerca, em sabendo que o próprio vaso orgânico é ferramenta de que se vale o Espírito imortal para granjear evolução e conhecimento no rumo de sua plenitude. A morte, pois, não deve ser encarada como fim da vida e sim como encerramento de um ciclo e começo de outro, sob expressão mais sutil.

Granjear amigos e nutrir essas amizades ricas de conteúdo e fecundas.

Se permitir maior audição de melodias eruditas, se deixando levar pela sonoridade que acalma e tranquiliza o psiquismo em inquietação.

E quando tudo pareça conspirar em desfavor, recordar-se de Nosso Senhor Jesus Cristo, o médico das almas enfermas, que somos todos nós, refazendo mentalmente a trajetória do sublime amigo no seu ligeiro contato com as ovelhas doentes de Seu imenso aprisco.

Quantos ansiosos não O cercavam naqueles dias? Aflições por toda parte.

Depressivos, perseguidos, angustiados. 

Ele os conhecia a todos.

E para cada um de nós, seja ontem ou seja agora, continua nos sugerindo a farmácia da boa vontade, o ansiolítico da coragem e o calmante da fé lúcida, onde a crença cega ceda campo ao saber, que consolida nossa certeza de que estamos de passagem pela escola terrestre, buscando a universidade da vida plena.

Se não amados, amemos.

Se não correspondidos, sirvamos sem intenção de reconhecimento algum.

Atacados, oremos pelo agressor. Humilhados, entreguemos nossa defesa ao tempo, que tudo esclarece.

E decididos a encontrar esse maravilhoso Reino de Deus, iniciemos desde já nossa marcha pelo desconhecido país interior, nos permitindo saber quem realmente somos e não quem aparentamos ser.

Sê tu o médico de tua ansiedade e enfermeiro de teus males. O remédio, Ele já disponibilizou há dois mil anos...

"Tende bom ânimo. No mundo somente tereis aflições"

Sigamos. O Cristo espera.


Marta (Espírito)

Vitória da Conquista, 27.04.2025



Médium: Marcél Mariano



terça-feira, 22 de abril de 2025

Desencarna o Papa Francisco

 


O Mundo perde o maior líder religioso da atualidade, especialmente para os Cristãos católicos.

Papa Francisco teve coragem de fazer grandes mudanças no vaticano e na Igreja católica, ganhando com isso muitos adversários não só na fé religiosa, como na política internacional, em suas declarações em defesa da vida, dos menos favorecidos e dos diferentes.

● Em revelações ao médium Divaldo Franco, durante sua visita ao papa, Viu ao lado dele Francisco de Assis e clara de Assis...Sendo revelado ao médium por sua mentora espiritual Joana de Angelis , na hora do encontro, que O papa Francisco, era um dos 200 escolhidos por Jesus para reencarnarem pelo mundo neste século, principalmente na Europa, onde o povo têm o pensamento espiritual muito antigo...E que o papa Francisco tinha sido o primeiro escolhido e já encarnado...Os próximos seriam Francisco de Assis e Clara de Assis inclusos nos 200.

Assim seja.


Texto: Luiz Bamberg
Pedagogo/Pesquisador
Espírita.




domingo, 20 de abril de 2025

Filhos do Calvário

     


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Dificilmente os cristãos dos tempos modernos poderão penetrar os meandros daqueles dias apostólicos. Logo após a despedida do Senhor dos círculos escuros da vida terrestre, onde a cruz representara as duas asas com que se alara ao infinito, a comunidade daqueles doze homens se fizera temerosa da reação farisaica, cogitando do pior.

Jerusalém era uma metrópole tomada de interesses materiais, conflitantes entre si para abrigar a mensagem do Divino Embaixador com a pureza de que ela se revestia. Surge, então, a inspiração do alto para que velha residência, na estrada poeirenta de Jope, se faça o primeiro núcleo nascente das novas ideias. Sob a liderança de Simão Pedro, o grupo adquire a choupana humilde e inicia o serviço de atendimento aos filhos do calvário. Dentro de suas tábuas velhas e corroídas, cobertas por palha de palmáceas locais, os desalentados e tristes encontraram acolhimento e solidariedade, que a comunidade judaica de Jerusalém se recusava a proporcionar.

A conversão do doutor da lei Saulo de Tarso foi de capital importância, facultando que a mensagem varasse as fronteiras do mundo judeu, alcançando comunidades na Síria, na Grécia e em Roma, amplificando as claridades do Evangelho nascente.

As carências materiais eram chocantes, mas o que surgia por doação ou era adquirida pela prestação de serviço era de imediato incorporada na manutenção e socorro dos aflitos de qualquer procedência.

O olhar refletia uma alegria desconhecida. Os sentimentos da alegria pura tornavam aquele punhado de homens e colaboradores anônimos uma verdadeira família, favorecendo a criatividade na busca de recursos com que abasteciam a dispensa humilde de víveres para a multidão sempre crescente de famintos e carentes.

As curas inesperadas produziram impacto profundo em muitos desenganados, que ali aportaram já desiludidos com a medicina precária daqueles dias, mas ante a carne enfermiça, renovada pelo toque da fé pura, muitos se deixaram ficar como voluntários da obra nascente, auxiliando a outros muito mais necessitados.

Esse padrão moral e espiritual se diluiu na história, praticamente se desconhecendo na atualidade dos tempos como eles conseguiram se manter unidos e devotados ao ideal de Jesus.

Em pleno século das luzes e da cultura farta, onde facilidades tecnológicas e de transporte se fazem abundantes e acessíveis, em muitos corações esfriou o entusiasmo pelas renúncias e pelo devotamento ao trabalho filantrópico, não remunerado, onde cada um pode ofertar o tempo que lhes sobra entre o ganha pão material e os deveres de família.

A multidão de esfaimados permanece tão grande quanto naqueles dias. Se presentemente as gôndolas e armários de empórios e armazéns exibem a fartura de alimentos, em incontáveis criaturas os recursos minguaram no bolso e nas carteiras, impossibilitando a aquisição de nutrientes suficientes para manutenção da dignidade da sobrevivência.

O fantasma da fome ronda e assombra os tempos da abundância. Safras recordes a cada ano e milhares de indivíduos na indigência mais vergonhosa. Tecnologia de ponta e analfabetos por toda parte. A medicina apresenta a cada momento impressionantes avanços nesse ou naquele setor, socorrendo a carne em decomposição ou restaurando órgãos em deficiência, seja pela intervenção cirúrgica ou pelo transplante de um tecido doado, mas as casas de saúde não conseguem dar conta do bloco dos ansiosos, dos deprimidos de todo jaez e das calamidades dos sentimentos.

Onde uma casa se erga, patrocinando a caridade sem pagamento, em breve a fila dos deserdados se acotovela em desespero crescente, onde cada um porta uma súplica sem resposta do mundo. E nunca a fonte de manifestação da misericórdia de Deus secou, impedindo o acesso dos passageiros do comboio das agonias aos inesgotáveis mananciais da bondade excelsa. Faltam braços dedicados, escasseiam corações abnegados e incontáveis servidores exigem condições de trabalho, como se estivessem na chefia da obra de amor e não como voluntários ao chamado do Mestre inesquecível.

Onde o interesse argentário prevalece, a caridade esfria.

Permanece o mundo cheio de necessidades e carência, nesses tempos dentro de características da subjetividade, não visíveis, mas profundamente dolorosas e amargas, mas a cada instante o cristão decidido a adotar Jesus como seu modelo e guia encontra mil motivos de servir e auxiliar na própria estrada, se fazendo cirineu de alguns, porto seguro de outros e amparo a incontáveis atingidos pelas ocorrências do sofrimento.

Ajudar ou não é decisão íntima.

A seara permanece vasta, os servidores são poucos e o convite para que desçamos à vinha do Senhor não cessa de comunicar vagas disponíveis nas tarefas inadiáveis.

Quem deseja aproveitar?


Marta (Espírito)

Salvador, 20.04.2025


Médium: Marcel Mariano



sábado, 19 de abril de 2025

Desencarna o Professor Rubens Antônio da UNEB

 


● Desencarna o Professor Rubens Antônio da UNEB... Era professor de antropologia... grande cabeça, que Deus lhe dê um bom lugar.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Tudo é passageiro, menos o amor de Deus e a misericórdia do Cristo!

 


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Raros homens cogitam de elevar o pensamento acima da craveira comum, meditando sobre os monumentos que um dia fizeram parte da história humana. Se lhes fosse dado condições de entrever, num relance, a epopéia humana sobre o globo e a interferência sobre o meio ambiente e as civilizações, ficaria surpreso ao constatar que tudo, ou quase tudo que possuiu, foi empregado unicamente em exaltar a transitória passagem pelo corpo precário.

Faustosos túmulos, pirâmides colossais, templos suntuosos, quase tudo reduzido a escombros ou ruínas nos tempos modernos.

A biblioteca de Alexandria, que um dia acumulou em suas estantes um fabuloso acervo do conhecimento disponível, sofreu devastador incêndio provocado por um cabo de guerra do califa Omar, contrário a tudo que não representasse o pensamento então nascente do islã. Cerca de 700 mil papiros foram devorados pelo fogo.

A grandeza de outrora hoje está reduzida a escombros, isso é um fato.

E quando as luzes das modernas ciências favorecem o ser no rumo de conquistas inigualáveis, seja no exame das profundezas marinhas ou no devassar das incomensuráveis distâncias espaciais, buscando sinais de vida inteligente em outros orbes, o cérebro, esfogueado pelo conquistar, insiste na dilatação do conhecimento e do raciocínio, deslembrado de investir no sentimento.

Neurônios em destaque, emoções em bancarrota. Agilidade nos raciocínios, lerdeza na sensibilidade.

Aturde-se diante de um rato que lhe invade a cozinha, permanecendo indiferente à fome ou o abandono social a que muitos semelhantes são lançados pelas injustiças do cotidiano.

Reza, seguindo fórmulas pré-estabelecidas pelo clero a que se vincula, olvidando aquecer a alma na prece ardente, umedecendo os olhos nas lágrimas salgadas da emoção.

Lapida e esculpe, de maneira metódica ao longo de décadas, corpos sarados, para exibição no campeonato da moda ou na vitrine dos esportes radicais, relegando o ser imortal que é ao abandono e à indiferença, até que se vê visitado pelo espectro da morte. Ante a fronteira que delimita o tênue véu que separa o corpo perecível da realidade desconhecida, porta-se qual criança atemorizada, arrebatada do aconchego do lar para seu primeiro dia de aula na escola do bairro.

Novas cátedras, diferentes professores, lições esquecidas, que serão trazidas ao caderno do infinito aprendizado.

Sugado pelo redemoinho da morte corporal, treme e chora no contato com a revelação que olvidou estudar. Já não pode contar com a retaguarda, e nas mãos o vazio de uma existência finda, onde apenas sobreviveu, sem exercitar o viver em plenitude.

Conforme velhas crenças, buscará na rogativa desesperada o socorro para a própria fragilidade. Deus, Alá, Jeová, Brahma ou Yavé serão invocados para socorrer o tardio despertamento no país dos desalojados do escafandro carnal.

Dessa realidade, ninguém é blindado ou estará sob regime de exceção. A lei, ínsita no íntimo de cada um, ofertará frutos compatíveis com a semeadura. Equilíbrio entre o saber e o sentir redundará em harmonia interior. Maior investimento somente numa asa fará com que o pássaro fique retido em círculos estreitos de entendimento e progresso, aguardando que a palingenesia confira novo uniforme na escola milenar 

Ó, tú que bebeste nas fontes da água viva, onde o Mestre socorreu milhões de sedentos! Que comeste o pão partido na última ceia ou multiplicado no monte das bem-aventuranças! Tu, a quem o esclarecimento chegou pelos livros da nova revelação, penetrando o entendimento e luarizando os vastos continentes íntimos do ser imortal que és, aproveitai a vossa ligeira passagem pelo mundo em franca decadência de valores e renovai, desde já, vosso entendimento acerca da vida e dos mistérios da morte.

Compreendei que sois um argonauta de ontem, ainda sobrenadando o oceano largo da ignorância, em busca de construirdes tua biblioteca de entendimento sobre a marcha incessante.

Que te importa possuir o mundo, se não tens rédeas da tua própria alma?

És um fascículo de luz, transitando pela escuridão do mundo, em aprendizado incessante.

Levanta teu olhar para contemplar o clarão das estrelas e firma contigo o compromisso na dilatação do amor universal, tua maior herança do meigo Rabi da Galiléia.

Entre tantos faustos ilusórios, modelos transitórios e lideranças equivocadas, elege Jesus teu guia e modelo, galgando com Ele teu gólgota da sublime imortalidade.

Então, compreenderás como tudo é passageiro, menos o amor de Deus e a misericórdia do Cristo!


Marta e Leon Denis (Espíritos)

Salvador, 18.04.2025


Médium: Marcel Mariano


[Marcel (camisa xadrez) Luiz Bamberg( camisa branca)]


terça-feira, 15 de abril de 2025

Bonfinense Beto Jambeiro está na grande final do concurso do Bolo de 60 anos da TV Globo

 



O talento de Senhor do Bonfim brilhou em rede nacional! O confeiteiro bonfinense Beto Jambeiro venceu a primeira etapa do concurso promovido pelo programa Mais Você (@maisvocefcoficial)de Ana Maria Braga, que vai escolher o bolo oficial em comemoração aos 60 anos da TV Globo (@tvglobo).


Representando a Bahia, Beto encantou o júri com sua criatividade, técnica e sentimento, ingredientes que marcaram sua participação e garantiram sua vaga na grande final da competição.


Agora, o bonfinense segue para a última fase do concurso, levando consigo o orgulho de toda uma cidade que torce por nosso querido Beto Jambeiro.


#minhacidade #senhordobonfim #bahia #nordeste #brasil #gastronomia #confeitaria #globo

segunda-feira, 14 de abril de 2025

O Cônego Hugo

 



Pedro Hugo Teixeira chegou à então Vila Nova da Rainha em junho de 1873, após uma breve passagem, retornou em definitivo em outubro de 1887. Assumiu a liderança da Igreja Católica, tornando-se uma figura central na vida religiosa, social e política. Também foi presidente da Câmara Municipal e ocupou o cargo de Intendente entre outubro de 1890 e janeiro de 1893.


Sua trajetória foi interrompida em 14 de setembro de 1914, quando foi morto à facadas dentro da Igreja Matriz por José Marinho, um homem com deficiência mental. Na versão oficiosa da história, o crime teria sido motivado anos antes, quando o clérigo teria repreendido com alguns “cascudos” um menino que atrapalhava a celebração da missa — sendo este o autor do ataque já adulto, em busca de vingança.


Foto: Recriação por Inteligência Artificial a partir de imagem do Correio do Bonfim


Fonte: Antônio Augusto Santana & Bonfim, a terra do bom começo (Adolpho Silva)


Nikola Tesla Descobre Segredo Antigo das Pirâmides

 


Nikola Tesla Descobre Segredo Antigo das Pirâmides


No início do século XX, Tesla estava obcecado com as pirâmides egípcias. Ele leu muitos livros sobre estas estruturas antigas e ficou impressionado com a quantidade de energia que elas pareciam conter. Na época, as pessoas sabiam pouco sobre eletricidade, e Tesla começou a perguntar-se se as pirâmides continham algum tipo de tecnologia avançada. Ele teve a ideia de que o poder das pirâmides estava ligado ao eletromagnetismo, e passou muito tempo e esforço a tentar desvendar este mistério. Tesla tinha algumas teorias invulgares sobre as grandes pirâmides. Ele acreditava que eles podiam armazenar eletricidade, que poderia então ser usada para alimentar a área.

Ele acreditava que as câmaras dentro das pirâmides podiam conter cristais superpoderosos que controlavam campos eletromagnéticos. Mas não é tudo. Tesla também teve a ideia de que os materiais de que as pirâmides eram feitas tinham propriedades que lhes permitiam capturar energia do Sol e da Lua. Muita energia. Ele pensou que a pirâmide era capaz de criar um enorme campo de energia que poderia iluminar cidades inteiras e lugares onde a luz não tinha alcançado antes. Ele acreditava que as pirâmides poderiam ser usadas como centrais elétricas gigantes para gerar eletricidade.

"Tesla até pensou que as pirâmides estavam de alguma forma ligadas à energia cósmica que poderia ser usada para iluminação espiritual e cura. Parece muito moderno. De qualquer forma, Tesla não apenas tirou essas ideias do nada, ele estudou seriamente tudo o que estava relacionado com as pirâmides - desde artefatos e textos antigos até hieróglifos e desenhos. E ele chegou à ideia de que as pirâmides foram criadas como amplificadores de energia e a sua construção usou a sua fonte desconhecida. Algumas pessoas consideraram Tesla excêntrico por causa das teorias que ele inventou. "-...


domingo, 13 de abril de 2025

Ações geram reações

 


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Em todas as épocas da humanidade existem registros de rogativas firmadas

pela necessidade das criaturas em contatar a divindade.

Seja no Mahabarata, no livro dos Hupanishards, no Torá, no livro egípcio dos mortos ou na Bíblia, certo que lá estarão frases construídas com o intuito de ser uma ponte entre a criatura e o criador. Pedindo, louvando ou agradecendo, o orante reconhece, explicitamente, a existência de um poder superior, mantenedor da harmonia cósmica e perene gestor de todas as coisas não elaboradas pela limitada inteligência humana.

Manejadas na intimidade de santuários famosos, declamadas nas praças e feiras, pronunciadas entre as quatro paredes do lar, se fizeram mantras que até hoje sensibilizam e comovem pela beleza e vitalidade.

O certo é que nunca fomos ou estivemos solitários na caminhada evolutiva, seguindo sempre sob as vistas de leis imutáveis e perfeitas, que confere a cada um conforme méritos e deméritos.

Ações geram reações.

Palavras ditas provocam estímulos nos ouvidos alcançados.

Textos produzidos firmam resoluções inesperadas em quem os lê. E nos tempos modernos, onde a tecnologia virtual vem sepultando a caneta e o lápis, tornando o papel obsoleto, o produto virtual construído tem impacto profundo em internautas diversos.

Se o digitador elabora um texto eletrônico pleno de otimismo e esperança, onde a palavra rebrilha por pérola de luz nas almas aturdidas, certamente que os benefícios serão creditados em favor do semeador da alegria. Uma frase infeliz, um julgamento arbitrário ou uma conclamação à desordem e ao linchamento virtual poderão desencadear reações imprevisíveis em seguidores destituídos de bom senso e capacidade de avaliação.

Uma oração pode muito em seus efeitos, quando construída no cerne da emoção. Quando os lábios e o coração se unem na verbalização de uma prece, forças invisíveis se movem em favor dos orantes e daqueles por quem se pede.

Uma prece materna ou paterna em favor dos filhos pode arrebentar as portas do céu, delas fazendo descer uma chuva de estímulos novos sobre a prole em tresvario.

Um casal que começa a conjugalidade na luz da oração se forra contra o assédio das sombras, que trama sutis armadilhas em desfavor da unidade familiar.

Alguém que inicia uma viagem, começando o trajeto pela oração, atrai para si a companhia de seres benfazejos, que inspiram as melhores resoluções quando surjam os percalços da estrada.

Em meio às enfermidades cruéis, a oração fortalece o doente, otimiza os recursos terapêuticos que buscam recuperar a saúde e potencializa o sistema imunológico.

Que não ocorrerá quando a humanidade se ponha a orar?

Uma única vela acesa pode diluir centenas de quilômetros de trevas. Um pirilampo na noite escura tem mais destaque que uma madrugada raivosa.

Em certa narrativa do evangelista Lucas, instado pelo colegiado de amigos a ensinar-lhes como orar, o Excelso Amigo das criaturas humanas pronunciou a mais sintética oração de todos os tempos:

~ Pai Nosso que estais nos céus...

Pai de todas as criaturas, saibam ou não orar. Inteligência suprema, amparando do verme ao conjunto de galáxias no infinito. Fonte perene de luz e conforto, auxílio nas quedas e força íntima nas lutas intermináveis da evolução.

Participando desta ou daquela crença, filosofia ou religião organizada, nunca permitas começar teu dia sem uma prece de gratidão pelo dom da vida, fechando tua noite com o reconhecimento de que tudo provém de Deus, sendo que em Deus existimos e em Deus nos movemos.

Louvado seja Deus!


Marta (Espírito)

Salvador, 13.04.2025


Médium: Marcel Mariano





sábado, 12 de abril de 2025

Alcymar Monteiro no Aniversário da Cidade

 


É oficial!

Tem atração confirmada para agitar o aniversário de Senhor do Bonfim, no dia 28 de maio!


Prepare-se para celebrar em grande estilo, com música, emoção e a energia que só Bonfim tem!

Fique ligado — porque vem coisa boa por aí!

https://www.instagram.com/p/DIXiL00RMRW/?igsh=MXNndHY2czhxMDF2OQ==

#AniversárioDeBonfim #28DeMaio #Confirmado #FestaDaCidade #JRProdutora #BonfimVive

Toca do Vale no Santo Antônio de Quicé

 


É oficial!

TOCA DO VALE está confirmado no Santo Antônio de Quicé — e a cobertura é claro, é da JR Produtora!


Dentro do projeto “MEU SANJU NA JR 2025”, essa será mais uma noite pra entrar pra história!

Puxa o fole, prepara o coração e avisa: Bonfim vai tremer com o vaqueiro mais amado do Brasil!


https://www.instagram.com/p/DIXi5kPxdzh/?igsh=MXV2dmRta3pkaThjbg==

#MeuSanjuNaJR #SãoJoão2025 #TocaDoVale #SantoAntônioDeQuicé #JRProdutora #BonfimÉTradição



Dois mil anos de cristianismo

 

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Dois mil anos de cristianismo sobre a face da Terra já podem nos fornecer iniludíveis marcas de sua interferência no comportamento da criatura humana.

Nos tempos gloriosos da presença do Divino Embaixador de Deus junto aos homens, o impacto da nova informação foi muito grande, a milhares sensibilizando para uma nova era e a outros, incomodando na postura egoísta e narcisista que ocupavam, entre as glórias da fortuna material e o mando transitório no jogo das convenções da política rasteira.

Todo o pensamento então reinante sofreu imenso abalo em suas estruturas. O paganismo, que já não conseguia sensibilizar os corações sedentos de uma fé robusta, entrou em crise e agonizou nas suas concepções de natureza mitológica. A filosofia, então contaminada pela superficialidade de pensadores romanos, a enxergarem tão somente as honrarias terrestres e seus títeres passageiros, sofreu lastimável desvio de suas bases socráticas, onde o espírito era o centro das cogitações.

A ciência jazia sufocada de superstições e crendices ancestrais, impossibilitada de atender aos voos do pensamento arrojado de pesquisadores, escritores e experimentadores, ansiosos de dilatar a compreensão da vida na Terra.

A fé estava refém do medo. A crença cega prevalecia sobre a compreensão do significado do existir. O corpo físico era o centro das atenções e a essência espiritual uma simples hipótese.

Em vinte séculos de pensamento cristão, holocaustos e sacrifícios, genocídios e renúncias admiráveis modelaram uma nova ordem mundial, expandindo uma maneira diferente de pensar e refletir.

Eras incontáveis vencidas. Séculos de abusos e servidão se fizeram ultrapassados pela saga de heróis e místicos. A cultura se libertou da ignorância. A escola fechou quartéis, academias admiráveis produziram conhecimento e a literatura amorfoseou o pensamento.

Quando as luzes do século XX inundaram a face do planeta, a física devassou o átomo, a química descortinou os elementos no infinitamente pequeno e a medicina ultrapassou fronteiras dantes proibidas.

Em pleno apogeu da cultura e da tecnologia de ponta, os novos desafios se impõem ao ser pensante, que viaja pelas estrelas e perscruta outros astros, incapaz de mergulhar em si mesmo.

Proclama a salvação alheia, na incerteza do próprio destino depois da tumba. Agoniza entre a convicção e o fanatismo, exigindo provas de Deus na revogação de Suas soberanas leis, como se o inferior pudesse dar ordens à suprema inteligência.

Na mocidade, danifica o carro orgânico no baile da luxúria e no festim das loucuras juvenis. No crepúsculo da existência, se desespera ao contemplar o templo do Espírito em ruínas, delirando na possibilidade de restaurar a carne em desagregação.

E de momento para momento, grita e estertora na sua fragilidade emocional e infância psíquica.

A mensagem cristã, quando conhecida, deslumbra e fascina. Quando experimentada, altera rotas e modifica o pensar.

O foco passa a ser a vida futura, aquela se avizinha dia a dia enquanto se alongam os meses terrestres. O outro, é nosso irmão em diferente experiência evolutiva, não enxergando a existência pelo nosso prisma.

Não terá como prever a atitude alheia, mas obterá cada vez mais controle sobre as próprias paixões.

Sabe, em vez de crer, que tudo que plantar, terá que colher, cabendo a outros semeadores igual destino, sob diferentes condições.

Investe no bem incessantemente, sabedor que o mal é simples ausência desse bem não praticado.

Cuida do planeta como se nele fosse ficar eternamente, ciente de que é simples passageiro num veículo em trânsito para a estação regenerativa.

Abandona a postura ilusória de ser juiz das causas alheias, se concentrando nas atitudes que lhe são particulares, não desconhecendo que as palavras o vento leva, mas as ações falam por si.

Desentroniza os ídolos de barro frágil, elegendo Jesus como modelo e guia para a construção de uma existência feliz e fecunda, nas trilhas do próprio destino.

Sabe-se imortal, nem por isso desafia a guilhotina ou entrega-se aos descuidos e desmandos típicos de um tempo de luxúria e sofreguidão.

Ama, sem esperar ser correspondido.

Esforça-se para ser hoje melhor do que ontem e batalha em suas províncias íntimas para ser amanhã melhor do que hoje.

Sabe e compreende que seu maior inimigo, seu maior adversário e algoz implacável está sempre diante do espelho.

Nada pede e nada exige.

Serve e passa.

Pouco a pouco é reconhecido como discípulo do Mestre, por muito amar.


Marta e Henrique de Luna (Espíritos)

Salvador, 12.04.2025


Médium: Marcel Mariano


Marcel (camisa xadrez)
Luiz Bamberg ( Branca)




Bonfinense Beto Jambeiro estará no programa de Ana Maria Braga

 


Vai ser no programa de terça-feira, dia 15/04

● O confeiteiro bonfinense Beto Jambeiro, tem se destacado em grandes competições de bolos ornamentais... Agora irá se apresentar no programa da Ana Maria Braga , na TV Globo dia 15/04.


quinta-feira, 10 de abril de 2025

Luto: Morre Gileno, funcionário antigo de concessionária de Bonfim

 

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Segundo informações, ele foi vítima de infarto, enquanto fazia atividade física.

Por Blog do Eloilton Cajuhy – BEC


Morreu na manhã desta quinta-feira (10) em Senhor do Bonfim, Heleno Martins de Souza, de 50 anos, morador da Rua Visconde do Rio Branco, centro da cidade. Segundo as primeiras informações, Gileno Valks, como era mais conhecido, fazia atividade física na Praça Nova do Congresso,, quando passou mal, foi socorrido para a UPA 24h e veio a falecer. A suspeita é de infarto.

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De acordo com nota que circula nas redes sociais, “Gileno foi um homem de caráter, amigo leal, sempre prestativo e de sorriso fácil. Durante muitos anos, dedicou seu trabalho com empenho e responsabilidade na Jovememcar (atual Novos Tempos), onde conquistou não só colegas, mas verdadeiras amizades”.

"Hoje, nos despedimos de um ser humano admirável, cuja presença deixará uma imensa saudade. Que Deus, em sua infinita bondade, conforte o coração de todos os familiares, amigos e companheiros de jornada que hoje choram essa perda. Fica a lembrança, a gratidão e o carinho por tudo que ele representou em vida”.



segunda-feira, 7 de abril de 2025

Dia Mundial da Saúde

 



*_Segunda-feira, 07.04.2025_*

_*Dia mundial da saúde/corretor/do jornalismo/médico legista/nacional de combate ao bullying e à violência na escola.*_

_Ninguém a dispensa. Pessoa alguma vive sem ela. Desequilibrada, impõe internamento ou medicação para seu restabelecimento._

_Não é só do vaso orgânico. Dilatou-se para sua percepção mental, emocional, espiritual, social, etc._

_Seja hoje corretor de seu prédio sagrado. Não basta uma boa fachada. O edifício da alma tem de estar sadio por dentro._

_Que sua segunda-feira, primeiro dia útil da semana, seja de saúde, trabalho e iluminação interior. Paz abundante! 

Marcel Mariano


O imediatismo é a moeda corrente

 


Foto ilustrativa


Outrora, o planeta se cobria de florestas bravias, a perder-se de vista. Imensos oceanos lambiam, com suas águas salgadas, as praias alvinitentes de colossais porções de terra. Animais de variadas espécies corriam nas campinas e nas savanas, em tropel livre e desimpedido. Gigantes do ar sobrevoavam os penhascos e as montanhas altaneiras, buscando árvores para seus ninhos ou presas indefesas para o repasto.

Rios e cascatas rasgavam pradarias e vales floridos, onde apenas o sussurro do vento era escutado.

Escassos hominídeos habitavam o vasto planeta, em tempos remotos. Aqui e ali, pequenas tribos se aglomeravam em torno de uma liderança madura, a guiar-lhes na busca incessante de alimentos, atendendo à sobrevivência.

E a areia fina da ampulheta do tempo foi caindo no relógio sensível dos milênios sem fim...

Hoje, imensas metrópoles cobrem vastidões de terreno disputados. Rodovias pavimentadas rasgam paisagens áridas, onde veículos pesados transportam sonhos e projetos, desejos e frustrações.

Gigantescas barcaças marítimas singram os oceanos, carregando no seu colossal corpo de ferro e aço veículos e máquinas pesadas.

Cabos submarinos jazem mergulhados nas profundezas dos mares, interconectando pessoas, que se comunicam em velocidade assombrosa.

E nas cidades, a azáfama e a ansiedade galopante são as tônicas do momento.

Todos, ou quase todos, buscam um lugar ao sol ou seus quinze segundos de fama. Ao lado da luta titânica pela sobrevivência, pululam projetos ambiciosos de triunfo material e acúmulo de riqueza, permitindo uma vida sem maiores preocupações.

A filosofia ficou adstrita aos intelectuais. A vida religiosa faz parte de alguns poucos. A cogitação da vida futura restou como substrato de uma sudorese mental que nem todos estão dispostos a articular.

O passado está nos museus e nas séries de TV, o futuro jaz nos filmes de ficção científica e o presente deve ser aproveitado agora, nesse momento fugidio, que não se pode perder.

Mesmo adotando milhares de cultos religiosos, dispondo de filosofias respeitáveis do pretérito, a grande maioria ainda foge de qualquer cogitação em torno da impermanência de tudo que seja material.

O imediatismo é a moeda corrente. O materialismo é contágio fácil. Possuir coisas surge como uma tirania da qual ninguém abre mão de ser vassalo por opção.

Entretanto, uma mensagem fecunda surge como luz na noite escura das almas. Sugere a renúncia, o desprendimento, a abnegação em favor de causas humanitárias.

À ingratidão, continuar servindo. Ao ataque contra a honra, prosseguir trabalhando em favor de todos, na certeza de que a melhor defesa são os atos da criatura humana.

Ante a inquietação crescente, cinco minutos de oração e silêncio.

Se o murmúrio se alastra, adoção de palavras gentis ou atitudes que induzam ao pensar equilibrado.

Semeadura de uma fé lúcida.

Aceitação dos diferentes e opostos, ofertando a cada um deles o direito de ser como melhor lhes pareça.

Cultivo da confiança, não obstante as amarguras reinantes.

E quando o mundo pareça desmoronar, respeitáveis instituições mergulhem no descrédito e biografias surjam, de uma hora para outra, manchadas de opróbrio e vilania, refletir que ninguém está isento de erros, suscetível de queda e blindado contra as tentações.

Para quem adotou o Divino Mestre como modelo e guia, a senha de acesso aos aplicativos da vida maior permanece a mesma há vinte séculos:

*~ Servir, abençoar e passar, tolerando!*

Tens, por acaso, uma senha diferente?


Marta (Espírito)

Salvador, 07.04.2025


Médium: Marcel Mariano








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domingo, 6 de abril de 2025

Jean - Paul Sartre em Vila Rica

 



Quando Jean-Paul Sartre percorreu as ladeiras de paralelepípedos de Ouro Preto em 1960, a história ganhou um momento singular, capturado pelas lentes atentas de Zélia Gattai. Este encontro entre um dos maiores intelectuais europeus do século XX e a antiga Vila Rica não foi apenas um episódio turístico, mas um diálogo silencioso entre mundos aparentemente distantes que a fotografia conseguiu eternizar.


O registro visual feito por Gattai revela mais que a simples presença física do filósofo na cidade histórica mineira. Observamos nele a justaposição fascinante entre o pensador contemporâneo, com seu olhar investigativo e postura característica, e o cenário barroco que testemunhou o apogeu e as contradições do Brasil colonial. Esta imagem ultrapassa o mero documento histórico para se tornar um símbolo do intercâmbio cultural Brasil-França que marcou o período.


A cidade de Ouro Preto, com suas igrejas ornamentadas, casarões coloniais e a herança artística de Aleijadinho, oferecia um contraste marcante com o universo intelectual parisiense de Sartre. O existencialista que analisava a condição humana, a liberdade e a responsabilidade individual caminhavam por ruas que testemunharam tanto a busca pelo ouro quanto os movimentos de resistência como a Inconfidência Mineira. Este paradoxo não escapou à sensibilidade de Zélia Gattai.


Há algo particularmente revelador no modo como a fotógrafa capturou Sartre: não como uma celebridade intelectual em visita exótica ao Brasil, mas como um pensador genuinamente interessado em compreender outras realidades. Seus passos pelas ruas íngremes parecem simbolizar o próprio movimento do pensamento existencialista — um caminhar que questiona, que busca sentido em meio às estruturas estabelecidas.


A fotografia nos permite ainda refletir sobre o papel dos intelectuais estrangeiros na formação do pensamento brasileiro. A década de 1960 foi marcada por intensas trocas culturais, quando o Brasil buscava simultaneamente afirmar sua própria identidade e dialogar com as correntes de pensamento internacionais. A presença de Sartre em solo brasileiro representava as aspirações intelectuais e políticas de uma geração.


O olhar de Zélia para este momento histórico não é neutro. Como intelectual, fotógrafa e escritora, companheira de Jorge Amado, ela tinha plena consciência da importância daquele encontro. Sua fotografia não apenas documenta, mas interpreta — cada ângulo escolhido, cada detalhe do enquadramento revela sua própria leitura daquela convergência de mundos.


Curiosamente, esta visita aconteceu em um momento de intensa produção intelectual para Sartre, pouco depois da publicação de "Crítica da Razão Dialética" (1960), obra em que buscava conciliar existencialismo e marxismo. O Brasil, com suas contradições sociais e movimentos políticos efervescentes, oferecia um campo fértil para suas reflexões sobre engajamento e transformação social.


A presença do filósofo francês em Ouro Preto, registrada por Gattai, nos convida a pensar como os espaços históricos dialogam com o pensamento contemporâneo. A cidade que abrigou artistas e revolucionários do período colonial brasileiro recebia, séculos depois, um pensador que também questionava as estruturas de seu tempo. Este cruzamento de trajetórias torna a fotografia de Zélia tão significativa.


A importância deste encontro transcende o momento capturado. A visita de Sartre ao Brasil influenciou toda uma geração de intelectuais brasileiros, contribuindo para debates sobre liberdade, responsabilidade e engajamento político que repercutem nas décadas seguintes. A imagem preservada pela Fundação Casa de Jorge Amado permanece como testemunho visual de como ideias viajam, se transformam e criam novos significados ao se encontrarem com diferentes realidades culturais e históricas.


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© (Giih De Figueiredo). 

Agradeço pelo interesse e pela divulgação dos conteúdos!


© Foto de Zélia Gattai/Fundação Casa de Jorge Amado. Jean-Paul Sartre. Ouro Preto (MG), Brasil, 1960.