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Em ligeiro panorama histórico sobre as famosas sete maravilhas do mundo antigo, é possível perceber a tentativa humana de superação de si mesma, no erguimento de construções colossais, onde a imaginação mais fértil pudesse atingir culminâncias inimagináveis.
De todas elas, a grande pirâmide de Gizé foi a única que sobreviveu no tempo, tendo sido construída por milhares de escravos para servir de túmulo do faraó Keops.
Os jardins da Babilônia jazem reduzidos a pó, o templo dedicado à deusa Ártemis, para os gregos, e Diana, para os romanos, virou escombros. Da estátua, de Zeus, em Olímpia, restam algumas colunas, o mausoléu de Halicarnasso foi corroído pelas areias impiedosas, o colosso de Rhodes foi derrubado por um terremoto e o farol de Alexandria não mais guia os navegantes na travessia do mediterrâneo, restando um museu no seu lugar.
As construções materiais, frutos da audácia e da criatividade humana, por mais respeitáveis que sejam, estão sujeitas ao desgaste do tempo, desaparecendo inevitavelmente. Já o investimento no campo dos sentimentos perdura pela vida sem fim, ficando qual selo inextinguivel em uma carta de amor, endereçada pela divindade aos caminheiros humanos.
Em tempos de aridez e convulsões contínuas no terreno delicado das emoções, onde a vida se nos afigura frágil e quebradiça, qual se a criatura humana se assemelhasse a uma barcaça em mar revolto, bilhões navegam sem rumo, clamando por orientação e diretriz segura na travessia da colossal tempestade de valores destes dias sombrios.
Multidões em fanatismo elegem falsos profetas como seus gurus, tresvariando nos campos da fé. Grupos imensos agonizam nos estertores da posse alienadora, sedentos pela matéria, que se lhes escapa entre os dedos, quais grãos de areia.
Outros muitos se agarram ao corpo sadio, quais moluscos em conchas primorosas, alcançados em algum momento pela degradação inevitável de peças básicas da armadura orgânica, rumando em desespero para a desencarnação agoniada.
Mais alguns erguem impérios econômicos, que mudam de comando de uma hora para outra, constroem fortalezas de concreto e aço, de onde julgam comandar muitas vidas, impossibilitados do autocontrole.
Imensos parques de diversões espalhados pelo mundo, acolhendo visitantes bulhentos e estressados, dissipando nos brinquedos os dramas íntimos que temem enfrentar.
Para onde caminha essa humanidade? Até quando se evadirá de sua realidade espiritual, decifrando o imenso futuro que aguarda a todos depois da decomposição cadavérica?
A esperança, parecendo ser a derradeira virtude a prosseguir junto aos caminhantes terrestres, continua a insuflar aos tímpanos a perene canção da vida abundante.
Não possuir o mundo, mas tomar posse de si mesmo. Enxergar além da cortina densa de ossos e cartilagens. Paulatinamente, gravitar da crença para o saber, da fé cega para a compreensão lúcida, dos instintos para a razão e desta para a intuição, apanágio dos anjos.
Até aqui, muitos têm percorrido os caminhos da evolução quais mariposas em derredor de lâmpadas provisórias. Preciso voejar além das lamparinas passageiras, buscando o sol da verdade plena, a fulgurar em Jesus Cristo, fundamento do caminho reto, da verdade acessível e da vida em plenitude.
Tantas estradas...
Tantas crenças...
Onde situam tuas buscas presentemente e que fazes do entendimento que já adquiristes no contato com tua própria transcendência?
No cultivo da oração e do silêncio, Deus te responderá com inabalável segurança.
Marta (Espírito)
Itapetinga, 30.03.2025
Médium: Marcel Mariano