quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Das Mudanças Climáticas às Chuvas Intensas: o que esperar para um futuro cada vez mais próximo?

 




Ao longo dos anos, parte da comunidade científica tem se reunido para discutir os efeitos adversos que as Mudanças Climáticas têm causado ao globo terrestre. Apesar dos desastres serem cada vez mais notório, parece ser de consenso que o raciocínio dos representantes públicos tem evaporado com os níveis d

as represas. A culpa é sempre do elevado ou baixo  volume de chuvas, quando o que ser ver são cidades com crescimento desordenado, provocando fortes pressões sobre o Meio Ambiente.

No Brasil, vários são os instrumentos que podem subsidiar a tomada de decisão no que tange a precaução e prevenção de eventos meteorológicos críticos. Entre eles estão a Política Nacional de Meio Ambiente, Política Nacional de Saneamento Básico, Código Florestal, Lei das Águas, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, Plano de Segurança Hídrica

 e dentre outros. Observa-se que mesmo como todo esse aparato legal, grande parte dos Estados e Municípios ainda demonstram total despreparo com relação a temática.


Não obstante a isso, a sociedade é a primeira a receber os percalços provenientes de uma administração pública com requintes do século passado, maquiada de gestão. Gestão? Eles não compreendem nem o significado empírico da palavra, pois se assim os soubessem, muito provavelmente não teríamos tantas vidas afetadas.

novo relatório do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC), configura um Alerta Global para as autoridades públicas. A
 previsão é que nas previsão é que nas próximas duas décadas o aumento da temperatura chegue a 1,5 °C, e que até 2100, o mundo aqueça cerca de 5,7 ºC. Hora, mas o que tem haver o aquecimento da terra com chuvas intensas? O que ocorre é que, diante de tal cenário, há uma espécie de “descontrole ecossistêmico”, onde fatores como os Sistemas Meteorológicos podem sofrer alterações, ocasionando catástrofes ambientais por excesso calor ou chuva.

Enfrentar os efeitos das mudanças climáticas são um dos maiores desafios nos dias atuais, onde as mesmas são consequências dos padrões de produção, do alto consumo de produtos e da intensa emissão de gases de 
efeito estufa. De acordo com o IPCC, algumas das evidências de que essas mudanças climáticas já estão em andamento são, o aumento das concentrações de dióxido de carbono, aumento do nível de aquecimento da terra quando comparado com as últimas décadas, aumento do nível do mar, derretimento das geleiras do ártico e acidificação dos oceanos.
Locais como a região Nordeste do Brasil, caracterizado como quente, com baixo índice pluviométrico, tendem a ficar mais quente? A literatura internacional aponta esse tipo de condição
como incerta, o que é imediatamente plausível, basta olhar para o que está acontecendo no Sul da Bahia nos últimos dias. Então, qual a parcela das Mudanças Climáticas nisso tudo?

Sabemos que ela existe, mas a conjunção com outra sequência de fatores não deve ser ignorada.
o que está por trás das chuvas no Sul da Bahia? Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o principal fenômeno meteorológico responsável pelas chuvas intensas nessa região foi a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Que tem como características a persistência de nuvens que ficam estacionadas em certa região por, pelo menos, 4 dias consecutivos. Para o meteorologista Willy Hagi, o que aconteceu na Bahia pode ser considerado um fenômeno atípico e extremo.

Nesse sentido, em termos de Engenharia, a insuficiência dos serviços de saneamento básico, bem como, o manejo das águas pluviais (drenagem) é um exemplo a ser repensado, será se já não temos que começar a dimensionar as estruturas pensando na recorrência frequente desses eventos? Obter maior controle sobre o uso e ocupação do solo? Várias são as hipóteses que permeiam a temática, o que não pode mais ocorrer é a omissão do fenômeno, pois postergar sua existência, custa VIDAS. Quanto à comunidade científica, essa não pode mais esperar ser ouvida, e sim, insistir para que sua voz ganhe força.


Autores:

Luciano da Silva Alves,

Engenheiro Ambiental e Sanitarista, Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos da Universidade Federal de Sergipe (PRORH), atuando na área voltada para Hidrologia.

Paula Jessica da Cruz Santos,

Engenheira Civil, Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos da Universidade Federal de Sergipe (PRORH), atuando na área voltada para Segurança Hídrica.



Fonte: CleberVieiraNews 












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