domingo, 27 de abril de 2025

Sê tu o médico de tua ansiedade e enfermeiro de teus males.

 

Imagem ilustrativa


Vive-se o tempo da grande ansiedade, seja ela individual ou coletiva.

Massas marcham sob o camartelo da insuportável síndrome, agonizando sob seus efeitos colaterais graves. Indivíduos deitam-se exaustos, na tentativa de refazimento das forças físicas mentais, mas enquanto o corpo se posta em aparente imobilidade no leito simples, a mente, vergastada por mil preocupações, se faz verdadeiro vulcão interno, espirrando lava incandescente nas delicadas tecelagens mentais.

Apesar de incontáveis diversões, na atualidade povoarem o cotidiano das criaturas humanas, o ansioso dentro delas não logra um só instante de serenidade, permanecendo ligado na tomada da volúpia quase que em tempo permanente.

Queixam-se quase todos que o ritmo da vida e da sobrevivência não facilita, nem faculta espaços para o cultivo da serenidade, da meditação e do silêncio interior, produzindo o quadro pandêmico de uma sociedade doente e cansada. Não seja de estranhar o altíssimo volume de medicamentos disponíveis para minimizar os efeitos da ansiedade na vida moderna, patrocinando o surgimento de gigantescos blocos de dependentes químicos de fármacos no vasto arsenal dos ansiolíticos.

Suas matrizes estão em diversos campos, onde se abrem glebas emocionais para instalação da síndrome perturbadora. Relações interpessoais conturbadas, fatores ambientais estressantes, medo excessivo, contínuas frustrações no sensível terreno das emoções, expectativas não realizadas e traumas outros podem desencadear a ansiedade, produzindo receio de continuar tentando investir nas experiências da vida. Afetado o quimismo cerebral, a serotonina e a noradrenalina sofrem desequilíbrios de vulto, deixando de atuar em campos próprios, o que acentua o quadro da denominada TAG - Transtorno da Ansiedade Generalizada.

Diagnosticada, preciso é investir em ações que diluam sua interferência no viver, retomando o controle sereno da própria existência.

Cuidados com a casa mental e seu fluxo de pensamentos. Cultivo da oração e da meditação.

Diversificação de atividades no cotidiano, introduzindo desportos saudáveis, dissipando parte dessa tensão acumulada diariamente.

Não ignorar a impermanência de tudo que nos cerca, em sabendo que o próprio vaso orgânico é ferramenta de que se vale o Espírito imortal para granjear evolução e conhecimento no rumo de sua plenitude. A morte, pois, não deve ser encarada como fim da vida e sim como encerramento de um ciclo e começo de outro, sob expressão mais sutil.

Granjear amigos e nutrir essas amizades ricas de conteúdo e fecundas.

Se permitir maior audição de melodias eruditas, se deixando levar pela sonoridade que acalma e tranquiliza o psiquismo em inquietação.

E quando tudo pareça conspirar em desfavor, recordar-se de Nosso Senhor Jesus Cristo, o médico das almas enfermas, que somos todos nós, refazendo mentalmente a trajetória do sublime amigo no seu ligeiro contato com as ovelhas doentes de Seu imenso aprisco.

Quantos ansiosos não O cercavam naqueles dias? Aflições por toda parte.

Depressivos, perseguidos, angustiados. 

Ele os conhecia a todos.

E para cada um de nós, seja ontem ou seja agora, continua nos sugerindo a farmácia da boa vontade, o ansiolítico da coragem e o calmante da fé lúcida, onde a crença cega ceda campo ao saber, que consolida nossa certeza de que estamos de passagem pela escola terrestre, buscando a universidade da vida plena.

Se não amados, amemos.

Se não correspondidos, sirvamos sem intenção de reconhecimento algum.

Atacados, oremos pelo agressor. Humilhados, entreguemos nossa defesa ao tempo, que tudo esclarece.

E decididos a encontrar esse maravilhoso Reino de Deus, iniciemos desde já nossa marcha pelo desconhecido país interior, nos permitindo saber quem realmente somos e não quem aparentamos ser.

Sê tu o médico de tua ansiedade e enfermeiro de teus males. O remédio, Ele já disponibilizou há dois mil anos...

"Tende bom ânimo. No mundo somente tereis aflições"

Sigamos. O Cristo espera.


Marta (Espírito)

Vitória da Conquista, 27.04.2025



Médium: Marcél Mariano



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