segunda-feira, 16 de junho de 2025

Viver é um desafio.

 


Imagem ilustrativa


Do gérmen à árvore vetusta, a semente enfrenta a escuridão da cova, o assédio de vermes do solo e das temperaturas oscilantes. Se os ingredientes faltarem ou forem insuficientes, ela fenece na própria tumba onde foi encerrada pelo lavrador. Se consegue germinar, tem um longo futuro pela frente, onde vai crescer, florir e depois frutificar.

O ovo minúsculo, mesmo na proteção do ninho, sofre a perseguição de predadores famintos e ventos fortes podem derrubar o galho frágil onde foi construída a moradia precária, mas se vinga, em breve sofre uma metamorfose, liberando uma ave que vai singrar o céu de anil.

Viver é um desafio. Existir no corpo transitório é sublime oportunidade de trabalho e aprendizado que não pode nem deve ser menosprezada.

Vestindo os filhos com o uniforme da carne, o amoroso Pai situa cada um numa escola planetária compatível com as necessidades evolutivas próprias.

Rebeldes estagiam em escolas-reformatórios. Preguiçosos são matriculados em educandários-oficinas.

Intelectuais vão para liceus de aperfeiçoamento do pensar, situando as cogitações de natureza mental na esfera do bem comum.

Almas em conflitos interpessoais são colocadas em salas ao lado de antipatias e desafetos, sob gestão de educadores sensíveis e amorosos, visando dissolver grilhões de ódio e animosidade e forjar ternura e fraternidade onde antes só havia abismo.

Peregrinando pela constelação familiar, constatamos dentro das quatro paredes do lar aqueles com os quais simpatizamos e outros cuja repulsa natural já identifica velhas algemas do pretérito imperfeito.

Necessário estar com eles, em regime de parentela, buscando perdão para as faltas cometidas e ofertando perdão a quem nos furtou a alegria de viver.

E de jornada em jornada pelo berço até o túmulo, atravessando largos períodos de refazimento e preparação na pátria espiritual, seremos sempre reconvidados a envergar novo uniforme escolar, pisando outra vez o pátio da escola terrestre, no aperfeiçoamento que nunca cessa.

Ele, o Mestre por excelência, fez da Galiléia seu mais formoso cenário da sublime cátedra. Aliciou doze jovens aprendizes, ministrou lições públicas quando constatou que o populacho tinha condições de absorver o entendimento oculto da parábola. Em particular, junto aos doze, lecionou como lidar com as diferenças.

Paciência com os estudantes estúpidos.

Amorosidade com o corpo docente carente de entendimento.

Segurança em sala de aula com os cabuladores do ensino.

Disciplina com os grupos subversivos.

Em alguns momentos, a lição seria para todos. Em outros instantes, seria oportuno falar individualmente, orientando o aluno perdido entre os cadernos do viver.

Em três anos, fechou suas lições e subiu para a universidade da vida, de onde inspira os formandos da escola terrena, em trânsito para outros colégios siderais, ansiosos por novas graduações.

Uma coisa é certa: ninguém fica para trás!

Enquanto houver retardatários e aprendizes tardios no colégio terrestre, o Divino Amigo permanecerá ofertando novos uniformes, situando cada um onde melhor se apresentem as condições para desidratação da ignorância e agregamento de valores iluminativos onde, por esforço próprio e mérito individual, cada qual será laureado para o grau seguinte, sempre em ascese para dilatada compreensão da vida.

Não desejo me fazer intrometida ou desagradável, mas ouso perguntar: já identificou seu atual estágio de evolução intelecto-moral e para onde pretende se matricular no próximo ano letivo?


Marta (Espírito)

Salvador, 15.06.2025


Médium: Marcel Mariano




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