quarta-feira, 7 de maio de 2025

Cada um é chamado a cultivar a paz interior.

 

Imagem ilustrativa


Em tempos recuados da história universal, a presença da guerra sempre esteve assinalada nos anais das mais diversas sociedades humanas. Seja ao som de trombetas ou gaitas, shofares ou tambores, legiões de incontáveis soldados ou marinheiros se lançavam uns contra os outros, buscando dizimar o adversário e se impor no campo político e econômico.

Persas, assírios, hebreus e filisteus, gregos e romanos, egípcios e mesopotâmicos não escaparam ao uso da força, seja na defesa ou no ataque.

Cavalos e elefantes, catapultas e lanças, flechas e artefatos incendiários eram utilizados em larga escala, buscando corroer as defesas adversárias e transpor muros para a conquista desejada.

Decorridos milhares de anos desses conflitos descritos por historiadores e escritores diversos, temos hoje a sofisticação dos combates, onde armamentos de alta precisão tecnológica acabaram por substituir o embate corpo a corpo.

Drones kamikazes, mísseis teleguiados por satélite, voando a baixíssima altitude para escaparem aos radares, aviões militares invisíveis à detecção pelo inimigo e outros instrumentos de destruição em massa estão de posse de inúmeras nações, como se estivéssemos às portas de uma inevitável terceira guerra mundial.

A indústria da guerra só perde em volume de recursos financeiros para o petróleo, a dominar o atual cenário socioeconômico do planeta em estertor.

Os apelos da paz parecem débeis em comparação aos gritos de guerra. Têm-se muitos tipos de conflitos não armados. As batalhas ideológicas, os embates políticos e religiosos, a guerrilha da internet, o linchamento virtual, o manejo de leis arbitrárias, contrárias aos interesses coletivos e as manifestações psicodélicas de eventos de massa, onde o raciocínio coletivo é bombardeado de ruído ensurdecedor para que somente viceje os instintos mais primitivos do ser.

Não seja de estranhar esse clima de tensão extrema que ora parece contaminar as paisagens humanas, prenunciando tempos difíceis e dolorosos.

Teme-se olhar para o céu e nele enxergar tão somente o cinza das fuselagens destruidoras. Contemplar o arado substituido pelo fuzil, a flor destroçada pelo coturno militar e a carroça deixada à margem da estrada, permitindo a passagem do comboio de tanques de guerra.

Até onde vai a ânsia de dominação da criatura humana sobre o outro, e nunca sobre suas próprias paixões?

Milhares de séculos de religiosidade parecem não ter domado a fera que ruge, sedenta, esfaimada pelos despojos sangrentos das vítimas que vão tombar nos campos de batalha.

É um tempo difícil, uma transição tormentosa. O silêncio é violado pelo tinir das escopetas, o murmúrio dos ventos brandos é sufocado pelas granadas destruidoras e solo adentro, em vez de sementes de trigo, minas terrestres, aguardando um invigilante a pisotear para desintegrar-se na amputação inevitável.

Nunca faltou aos ouvidos humanos as advertências desses tempos caóticos. De Jesus para cá, inúmeras profecias e chamamentos ao cultivo do amor se fizeram soar na acústica das almas. Desarme-se o indivíduo de sua presunção, retire seus muros de arrogância e construa pontes de solidariedade. Em vez de cornetas militares, sinfonias de paz e cânticos de exaltação da felicidade. A baioneta dobra sua empáfia, fazendo surgir a enxada que sulca o solo ubérrimo, nele confiando as sementes do trigal do amanhã de esperanças.

Cada um é chamado a cultivar a paz interior. Se não puder apagar a chama alheia, que controle incêndio de suas paixões. Na impossibilidade de fazer-se instrumento de pacificação ante a desordem que tumultua a sociedade, fazer silêncio na gritaria, orante na rebeldia coletiva e otimismo entre os desesperados.

Peregrino da evolução, não estás no planeta nesse momento por acaso ou sob um acidente de circunstâncias equivocadas. Tens ao teu alcance e manejo a fé lúcida, o conhecimento das causas e o entendimento acerca das leis morais que regem a vida. Não é difícil ajuizar que entre tantos que caminham entre a inconsciência e o fanatismo, assalariados pela ignorância ou manipulados por lideranças equivocadas, tua tarefa é fazer luz nas sombras, espalhar otimismo e fincar os marcos do Reino de Deus na própria vivência, fazendo da Terra abençoada escola de aperfeiçoamento de ti mesmo, no rumo da plenitude desejada.

O tempo urge e o momento caótico reclama ação equilibrada e vivência no bem. A barca terrestre sacoleja no mar revolto, mas o comando seguro reside nas mãos de Jesus.

Quem com Ele não ajunta, espalha.

Já definiste de que lado estás?


Marta (Espírito)

Salvador, 07.05.2025


Médium: Marcel Mariano



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