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Num planeta assinalado pelos chocantes contrastes e paradoxos, a criatura humana busca, incessantemente, uma razão para viver e para existir.
Suas digitais na história apontam tortuosos caminhos percorridos até aqui. Da caverna ao arranha-céu, a ânsia de posse e dominação do outro permanece quase a mesma. Num passado distante, o shofar convocava os bravos guerreiros para as guerras periódicas, substituído hoje pela convocação eletrônica, onde o artefato guiado por satélite promove a destruição do outro sem os embates corpo a corpo.
Enquanto compactos exércitos marchavam ao som de tambores e cornetas, portando estandartes de soberania e medo, a sociedade atual mergulha nas melodias psicodélicas, atiçando instintos primários em torno da luxúria e do sexo sem cilhas.
Velhos e antigos filósofos buscavam cavernas e sítios isolados, quais sopés de montanhas e florestas bravias para as meditações em derredor das angústias humanas, mas o homem das estrelas e das conquistas espaciais alega não ter tempo para o silêncio interior, refazendo-se do estresse, das neuroses e da ansiedade que o devora diariamente.
A prece, substituída por frases bem postas, onde nem sempre o coração toma partido, ficou relegada a plano secundário, permitindo que o vazio existencial tomasse vulto na economia emocional de milhões.
Lê-se pouco e estuda-se muito menos, quase todos tragados pela volúpia do emprego das horas no divertimento sem compromisso ou das fugas psicológicas por incontáveis redes digitais.
A inteligência artificial vem se tornando o "amigo oculto" de muitos aficionados, substituindo parentes e conhecidos.
Não seja de estranhar a debandada de incontáveis indivíduos para o materialismo crasso, alegando eles que a religião se fez um ópio das consciências, sob manipulação vergonhosa de lideranças unicamente interessadas na obtenção de vantagens financeiras vultosas.
O quadro contemporâneo se apresenta grave e delicado, onde síndromes e fobias, transtornos diversos e enfermidades das emoções se apresentam diariamente, num cenário que inspira redobrada atenção. Ninguém imune, ninguém blindado contra.
O gigante da academia carrega consigo o sentimento atrofiado. A mulher de plástica admirável traz na intimidade a solidão afetiva. Crianças e jovens exibem sede de orientação no bem. Idosos se fazem taciturnos e calados, ante o abandono da família e a ausência de diálogo.
Reverter esse quadro soa desafiador, incomodando o fosfato de cabeças pensantes da sociedade em volúpia crescente. Estudiosos formulam teorias, livros de autoajuda dão dicas de como se salvar em dez minutos, teóricos ensinam fórmulas ligeiras de alterar o ritmo da vida e religiosos acreditam que bastará aceitar essa ou aquela crença para que o problema se dilua em passe de mágica, sem qualquer esforço por parte do atingido nas angústias modernas.
Não obstante o arsenal químico que se dispõe hoje para diluir sintomas e mascarar ocorrências emocionais contrárias ao bem-estar, a Boa Nova de Jesus permanece como sendo a mais salutar receita de resistir ao assédio das sombras íntimas e prosseguir no carreiro da evolução.
Substituir a culpa pela responsabilidade. Se saber um ser em processo educativo na escola transitória do mundo. Abolir da conduta a prática de julgar o semelhante, sem conhecer o móvel e as intenções que cada um carrega por dentro para fazer o que faz. Adoção da caridade sem interrogatório ao atendido. Diminuição do falatório inútil, se filiando à escola do silêncio para melhor se ajuizar de situações e pessoas, ocorrências e atitudes.
Aceitar que pode cair a qualquer momento, e se tombar, não ter medo nem vergonha de se colocar de pé outra vez, a caminho da meta perseguida.
Pedir desculpas quando se equivocar, perdoando quando o outro se arvorar em vingador arbitrário das próprias razões.
Levar o desaforo pra casa, quando atingido na rua, e no silêncio e na oração, extrair a lição oculta da experiência marcante, se fazendo mais forte para prosseguir sem guardar mágoas ou ressentimentos.
Descrucificar Jesus do madeiro onde prossegue pagando pelo crime de iluminar a humanidade, seu rebanho indócil, O tornando modelo e guia para as ações, pensamentos e atitudes do cotidiano, dentro das velhas reflexões que permanecem desafiando cada cristão:
~ E se Jesus estivesse no meu lugar, que atitude adotaria para solucionar esse problema?
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Marta (Espírito)
Salvador, 15.08.2025
Médium: Marcel Mariano


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