sábado, 4 de outubro de 2025

Uma civilização buscando sentido existencial.

 

Imagem ilustrativa


Pelas lentes da história, desfilam à nossa frente as grandes cidades do passado. Luxor e carnac, no Egito, guardando em suas tumbas na rocha vulcânica segredos do período faraônico que o tempo sepultou no deserto escaldante. Atenas e Esparta, na velha Grécia, mergulhada em seus interesses militaristas ou no cultivo da filosofia, herança direta de Sócrates. Jerusalém e suas ruas tortas, onde a religiosidade buscava sobrevivência nas sinagogas imensas. Cartago, na Fenícia, e seu porto apinhado de marinheiros sedentos de aventura e rapina. 

Jericó, com seu comércio intenso e camelos incontáveis, atravessando suas ruas, cheios de mercadorias às costas. 

Roma e seus palácios e casarões suntuosos, onde o punhal silenciava autoridades e a intriga tramava reviravoltas políticas. 

Todas, sem exceção, passaram, quais castelos de areia, diluídos pela força impetuosa de um mar bravio.

Agora, Nova York e Paris, Moscou e Londres, Tóquio e Berlim, Roma, Tel Aviv e Washington se fazem urbes das grandes decisões, a sacudir o tecido delicado da imensa sociedade humana em crescente inquietação. 

Uma civilização buscando sentido existencial, perdida em incontáveis religiões e seitas, credos e filosofias, onde a doença desafia a saúde, o crime impõe o silêncio na cidadania e o comércio flutua qual gangorra delicada, amedrontando os mais vulneráveis.

Tem-se receio da escassez, num tempo de fartura e colheitas abundantes. Fala-se de uma possível hecatombe nuclear, envolvendo nações assentadas em arsenais fabulosos de artefatos bélicos de alto poder destrutivo, mas a cada dia contemplamos festivais de música, campanhas em favor da paz e movimentação intensa de grupos que defendem os animais, a ecologia e os direitos humanos violados. 

Pulula a cultura do corpo perfeito, esculpido a duras penas em academias e mesas cirúrgicas de estética, mas na massa de povo caminham os mutilados da guerra urbana, os assinalados pelas teratologias de nascença e aqueles focados na sobrevivência diária.

Por mais se tente apagar, não se consegue ajudar a esperança, diluir no nada o otimismo ou drenar a alegria de incontáveis trabalhadores do bem. Qual exército de formiguinhas, caminham pelo mundo espalhando a convicção de dias melhores. Produzem páginas de consolação, elaboram textos de esclarecimento e iluminação interior, semeiam a concórdia e mansuetude.

Dividem o pão entre famintos. Acatam os diferentes, buscando construir pontes em vez de muros. Dialogam com opostos, fortalecendo pontos comuns e deixando de lado itens de controvérsias estéreis. 

Oram num cenário cada dia mais improvável. 

São cristãos, muçulmanos, judeus ou budistas ou mesmo materialistas?

Que importa!

Se trabalham pela fraternidade, se fortalecem a bondade e cultivam a gentileza, são dignos representantes do alto, diminuindo no mundo as tensões reinantes, tecidas pela indiferença e pelo egoísmo primitivista.

Se ainda não és capaz de sair da inércia ou da posição cômoda, deixar a zona de conforto ou abandonar o vale da lamentação improdutiva, recorre à oração e medita quanto teu sorriso pode ser decisivo hoje na vida de alguém.

Um conselho teu pode alterar uma rota em colisão com ela mesma. 

Um gesto simples de tua parte pode promover um novo olhar na pessoa desencantada pelo sofrimento. 

Uma página digital otimista que saia de teus dedos irá produzir reações inesperadas em teus seguidores.

Pensaste nisto? 

O alto não te pede o comportamento de um Ulisses, o esforço de um Hércules mitológico nem o sonho impossível de um Ícaro. 

Bem sabes até onde podes ir. 

Se não puderes ser uma primavera completa, sê tu uma flor ou um cravo na janela de teu vizinho. Mesmo que não brotem em teu campo as sementes plantadas, terá valido a pena o esforço da semeadura. 

Nenhum bem passa batido. Nenhum ato de amor se perde no tempo.

Jesus tudo anota em nosso favor e, em qualquer lugar ou circunstância, o bem produzido, grande ou diminuto, será sempre nosso cartão de crédito no plano espiritual.

Seja seu dia de hoje um campo vasto de possibilidades fecundas nas trilhas do bem.


Marta (Espírito)

Paranacity/PR, 04.10.2025


Médium: Marcel Mariano





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