domingo, 19 de outubro de 2025

Armageddon

 


Imagem ilustrativa

Periodicamente a sociedade dos homens se vê invadida por informações que sinalizam a destruição do planeta, como se a ira divina tencionasse purificar os costumes começando pela extinção da criatura humana. Armageddon, cavaleiros do apocalipse e hecatombes nucleares, bem como invasão de alienígenas são propagadas por influenciadores digitais e religiosos, sem qualquer base científica ou religiosa. 

Tais condutas semeiam o medo, a ansiedade coletiva e fazem da Divindade um algoz da sociedade turbulenta, por si só atormentada por inúmeras inquietações. 

Numa existência estimada de quatro bilhões e quinhentos milhões de anos, o planeta já atravessou inúmeros cataclismas, superou enchentes colossais e eras do gelo que perduraram por milhares de séculos, ceifando incontáveis vidas animal e vegetal, favorecendo nas gerações seguintes o surgimento de novas espécies, mais bem adaptadas ao meio ambiente e aos propósitos da criação. 

No meio dessa tormenta, as culturas desenvolveram armas, utensílios agrícolas e aperfeiçoaram ferramentas diversas, garantindo a sobrevivência da raça humana e seu périplo evolutivo no planeta. 

Numa lógica de bom senso, é discutível que a Divindade, em patrocinando tantos esforços, cultura diversificada e avanços consistentes, coloque a morada de bilhões de vidas em rota de extermínio coletivo, buscando sanear o planeta e a convivência dos miasmas do mal. 

A sabedoria da inteligência cósmica deixa entender que o mal é fruto espúrio da ignorância e essa só pode ser erradicada pelo esclarecimento paulatino da criatura pensante. 

O erro é experiência que ensina. A queda leciona cuidados novos. A curiosidade instiga o ser a extrapolar seus limites, ampliando a faixa de conhecimento do mundo onde interage com o semelhante em pé de igualdade. 

Em tudo ao seu derredor, palpita a Misericórdia Divina, que enterra a semente na cova escura para resgatar dela a árvore vetusta do amanhã.

Morre o ovo para fazer surgir a harpia poderosa ou o colibri delicado.

Cada noite, o sol apaga seu brilho num hemisfério, permitindo o triunfo da claridade lunar, ressurgindo na manhã seguinte em triunfo soberano, empalidecendo todas as lâmpadas terrestres. 

Toda a natureza é um hino de equilíbrio, onde o caos aparente surge para reorganizar elementos dispersos, patrocinando novas aglutinaçôes em formatos inesperados. 

Desde milênios, o planeta já vem sendo laboratório vivo de experimentos evolutivos, onde outra finalidade não é senão aquela de promover o progresso do espírito e sua destinação à felicidade, superada a materialidade que ainda embota suas percepções da realidade que o cerca. 

Cativo do carro orgânico, teima em somente enxergar a vida pelos estreitos limites corporais. 

Manipulado por religiosos astutos, pouco consegue discernir sobre sua estada na matéria e sua destinação após a consupção cadavérica. 

Em te enxergando sob os vendavais da loucura e do fanatismo, da alienação que grassa, avassaladora, posiciona tuas antenas psíquicas para contato com a estação de Deus, buscando acalmar tuas ansiedades e corrigir tua ótica de observação da vida. 

Em Jesus e por Jesus, encontrarás calmante para tuas inquietações e acrisolamento das certezas de que tudo passa, sofrendo rudes transformações, mas enquanto a barca terrestre estiver sob comando do timoneiro excelso, estaremos todos em segurança, rumando sob águas agitadas, onde o verbo D'Ele acalmará as ondas bravias, nos apontando as imensas praias da paz duradoura e da felicidade sem jaça.

Marta (Espírito)

Dourados/MS, 19. 10.2025


Médium: Marcel Mariano

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