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Apreciando o trânsito de almas que diariamente descem aos círculos da evolução planetária pelo berço, bem como aquelas que abandonam o corpo em ruínas, demandando a pátria espiritual, não é difícil constatar os anseios e expectativas de um grupo e não raro, as frustrações e os desencantos do segundo grupo.
Instruídas quanto aos deveres que se lhes impõe a internação no escafandro carnal, todos os dias milhares de Espíritos volvem ao útero materno para o sublime desiderato da evolução. Muitos carregam consigo o embotamento da razão e o eclipse temporário ou permanente de preciosas faculdades mentais ou corporais, atendendo a impositivos de refrear ancestrais tendências perturbadoras, lhes garantindo razoável permanência na carne, a fim de que aprendam, em regime de internato corporal, novos valores emocionais, desprezados outrora.
Muitos seguem para admiráveis excursões de auxílio a familiares em reajuste. Outros tantos mergulham nas faixas grosseiras da vestimenta física para reencontros de amor ou amargos desencontros nas faixas da reconciliação com antigos desafetos.
Suicidas voltam sob descontrole da máquina orgânica, a lhes tolher qualquer novo impulso à loucura da evasão voluntária do corpo. Todos portam sonhos e expectativas, sentimentos e emoções próprias, traduzindo a livre semeadura nos caminhos da evolução.
Renascem em favelas violentas ou edifícios de alto luxo. Aparecem em maternidades públicas ou são acolhidos no parto por mãos anônimas, mas a Divindade faculta que cada um ressurja no campo material como se fez ontem.
Vícios e imperfeições a combater. Ânsia de libertação de pesadas algemas forjadas pelo remorso e nutridas pela insensatez.
Concomitantemente, a alfândega dos cemitérios e dos crematórios acolhe corpos finados, de onde almas se alforriam em clima de harmonia, alguns poucos, e a maioria se liberta em regime de preocupação com a retaguarda.
Filhos pequenos em orfandade compulsória. Companheiros ou parceiras deixadas no mundo, onde nem sempre o vínculo afetivo recebeu o amor por lastro, se caracterizando pela posse do outro, sob regência de paixões selvagens.
Regressam muitos sob falência da programação encetada.
Quais cadernos em branco, suas páginas íntimas assinalam rascunhos de escassas atividades em prol da filantropia e da benemerência. De resto, os espinhos ponteagudos da submissão quase que absoluta aos valores da cultura materialista, tão decantada nos círculos da evolução planetária.
Reclamam de ações nas bolsas de valores, saldo de contas bancárias, propriedades adquiridas e cédulas que o sopro da morte tangeu para longe.
Acordaram tarde para o investimento na própria iluminação.
Acusam a Sabedoria Excelsa de antecipação da morte corporal, olvidando preciosos avisos quanto ao emprego do tempo na melhoria íntima.
Esse quadro se renova a cada dia diante de nossos olhos, sem que possamos, de imediato, solucionar cada um deles.
Resta aguardar novo tempo e pedir resignação a quem chega desarvorado. Insuflar bom ânimo e otimismo a quem conseguiu voucher no ônibus corporal.
E num intervalo entre um e outro atendimento a quem desce à escola terrestre e aqueles que do estojo carnal se libertam, recordamos nosso Senhor Jesus Cristo quando nos alertou, conforme anotações do evangelista Lucas, capítulo 16, versículo 2:
~ Dá conta de tua administração!
Tens exata noção do peso dessa assertiva?
De teu esclarecimentúo acerca disto dependerá teu reingresso seguro na matéria ou tua emancipação serena dos grilhões materiais, demandando os cimos da vida.
Marta e Mário Kaúla Bandeira (Espíritos)
Fortaleza/CE, 08.11.2025
Médium: Marcel Mariano


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