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Examinando-se os alfarrábios da história universal, de logo se constata que as grandes civilizações do pretérito distante se ergueram às margens de grandiosos rios.
O Egito nasce aos pés do Nilo.
A Mesopotâmia se desenvolve sob as carícias do tigre e do eufrates.
Roma estará sempre vinculada ao Tibre, com suas nascentes na Emília-Romanha e sua foz no Tirreno.
Lisboa cantou seus fados inesquecíveis às margens do Tejo.
As cidades do Oriente se desenvolveram em derredor do ganges, do rio amarelo e do volga, do danúbio e de outros incontáveis mananciais de água doce.
Para todos os povos, os rios representavam abastecimento, pescado e possibilidade de navegação para remotas regiões.
Ainda hoje, a maior parte das coletividades busca crescer próximo a nascentes e quando impossível, ergue lagos artificiais, açudes, represas colossais, de onde retira energia para acender luzes e promover o progresso material dos seus habitantes.
Nas páginas iniciais da gênese bíblica, localizamos a informação de que Deus, após criar os céus e a terra, pairava por sobre as águas oceânicas, inquietas águas salgadas.
O corpo físico de uma criança é quase oitenta por cento constituído de água, sem desconhecer que da fecundação ao parto, o futuro passageiro da corporalidade, esteve mergulhado na piscina amniótica por longos nove meses, sorvendo goles dos nutrientes maternos para garantir sua sobrevivência no claustro aconchegante da maternidade abençoada.
E foi na borda de um piscoso lago que o Divino Embaixador de Deus foi localizar seus amigos de colegiado, elegendo entre eles dez pescadores, um comerciante e um coletor de impostos.
Manejando a água em Caná, a transubstanciou em capitoso vinho, evitando que os maus augúrios caíssem sobre aquele matrimônio israelita.
Fez da água maravilhoso símbolo de possibilidades.
A água da fonte viva.
O encontro com a mulher sírio-fenícia no poço do pai Jacó.
As prédicas anunciadas diante do mar da Galiléia.
E no martírio extremo, anunciou em gemido sofrido que tinha sede, recebendo nos lábios a esponja vinagrosa como resposta da agressividade humana.
Depois, tombou a cabeça e se fez fonte de beleza e vida abundante para os tempos do porvir sem fim...
Caminhas entre os desertos humanos. Tens encontrado homens secos e mulheres áridas em tua marcha.
Em pleno fragor das lutas, a sede de afeto te tortura a sensibilidade.
O mundo mais parece um Saara ou um Atacama de contradições.
Em tuas mãos uma ânfora minúscula e dentro dela algumas gotas de água.
Lágrimas de saudade, gotas de pranto não visto, choro represado nos testemunhos difíceis, quase insuperáveis.
Mesmo atravessando uma caatinga tórrida, um charco estéril e abrasador, Ele te municiou de recursos para o serviço da consolação e do amparo, da caridade e da benevolência.
Sê tu a chuva de bênçãos onde outros desistiram. Molha esse chão com o orvalho da esperança.
Faz refrescar essa canícula de aspereza que presentemente abrasa os tormentosos relacionamentos humanos.
Onde nã)o possas ser a nuvem fecundante e generosa, torna-te gota da água da fé, apontando o caminho para o oásis da paz duradoura.
Ele não te pede sacrifícios além das tuas forças.
Suplica misericórdia.
Aceitas um copo de água?
Marta ( Espírito)
Salvador, 02.11.2025
Médium: Marcel Mariano


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