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Em tempos idos, as primeiras povoações humanas buscaram atingir pontos distantes, criando as rotas de comércio e intercâmbio entre os povos.
Gregos se abasteciam de insumos no Egito. Romanos buscavam produtos em províncias conquistadas, como a Palestina e mesmo a península ibérica.
Mongóis estabeleceram trilhas de comércio e saque por vastas regiões da Ásia, singrando por vales extensos, aproximando culturas e permutando costumes.
Na América pré-colombiana, maias, astecas e incas mantiveram intenso comércio, na base do escambo, com civilizações já extintas, fortalecendo o intercâmbio religioso e fundando cidades, hoje sítios arqueológicos de valor inestimável para pesquisadores e historiadores.
Em pleno alvorecer da idade moderna, o avanço das conquistas náuticas impeliu os navegantes para terras além mar, desbravando novos e desconhecidos continentes, hoje florescentes civilizações da América e Oceania.
A curiosidade, o desejo de conquista, a ambição por tesouros perdidos e metais preciosos impulsionou aventureiros e corsários para águas salgadas jamais singradas e o conhecimento que se tinha do planeta sofreu profunda dilatação.
Presentemente, imensos barcos cargueiros, colossais jatos e caminhões transportam por diversas vias as mercadorias que interessam aos compradores. E ao lado de tantos interesses argentários, firma-se no mundo a permuta de impressões de natureza emocional, psicológica, cultural.
Países sob regimes totalitários descobrem a vantagem da liberdade aos cidadãos. A internet, mídias e redes sociais derrubaram fronteiras físicas, criando vigorosos laços com pessoas e grupos, a insuflar ideias de emancipação ideológica castradora.
Religiosos de crenças diferentes discutem os dramas contemporâneos e se percebem sedentos de novos horizontes, além das teologias dogmáticas e engessadas.
Expande-se a arte para novas expressões estéticas. A tecnologia avançada permite cálculos em frações de segundos e descobertas brotam diariamente de laboratórios e universidades.
O conhecimento científico conquistado nos últimos 200 anos foi maior que tudo que se descobriu em dez mil anos de civilização.
E no centro dessa poderosa argamassa de buscas, jaz a criatura humana e seus milenares dilemas.
Sua origem espiritual.
Seus desafios existenciais.
Suas relações interpessoais frustradas.
Sua compreensão da Divindade e como a força de Deus atua no mundo.
A incógnita da morte.
O intercâmbio com os antepassados depois da decomposição cadavérica.
O maior desafio da criatura humana permanece a própria criatura humana.
Mas, bastará ligeiro olhar nas páginas da história e se poderá ver que nunca estivemos ao desamparo.
Alguém desceu das alturas em socorro de nossas angústias. Medicou nossas dores.
Floriu nossos campos e ouviu nossas queixas.
Não exigiu de pessoa alguma transformações milagrosas da noite para o dia. A ninguém constrangeu adesão aos seus postulados.
Apontou rotas novas.
Apenas nos disse que qualquer conquista terrestre não passará das fronteiras do próprio mundo, nos conclamando ao exercício do amor incondicional. Exercido em plenitude, nos forrará às crises existenciais, pensará nossos machucados emocionais e nos libertará da ilusão.
Incompreendido em seu tempo, prossegue até hoje inaceitado por todos. Preso e sentenciado sem culpa, aceitou o veredicto dos homens, fiel a Deus até o final. E das regiões felizes e luminosas, prossegue inspirando rotas e rumos diferentes daquelas já percorridas até aqui.
Tens consciência de quem estamos falando?
Marta (Espírito)
Fortaleza/CE, 09.11.2025
Médium: Marcel Mariano


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