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Contemplando as multidões desassistidas de nossos dias, parece-nos contemplar aquelas mesmas turbas de gente que seguia o Messias em Seus tempos heroicos na Palestina.
Mulheres amarguradas, prisioneiras de matrimônios infelizes e agrilhoadas à violência de parceiros tirânicos. Crianças esfarrapadas e subnutridas, buscando qualquer migalha de alimento para diminuir a canícula do estômago vazio.
Velhinhos trôpegos, sob amparo de cajados vigorosos, de olhar esgazeado pela desilusão dos tempos amargos.
Enfermos de toda ordem, desenganados pela precária medicina de então, ansiosos pelo toque curativo das mãos do Cordeiro de Deus.
Doutores palavrosos.
Rabinos fanáticos, astuciosos quais raposas de atalaia, buscando qualquer afronta à lei de Moisés para o enquadramento nos rigores do Torá.
Estrangeiros desorientados, tentando entender aquela massa de gente atrás de um profeta, a dizer coisas estranhas.
Os pés d'Ele percorreram caminhos secos, cheios de poeira e aridez.
Seus palanques eram improvisados em barcos ancorados, elevações naturais do solo ou praças públicas.
Havendo a mínima trégua naquelas buscas sôfregas, Ele se refugiava em solidão nos bosques ou no sopé de montes, buscando o contato com Deus, onde se retemperava para volver à procissão de misérias.
Sua voz transmitia confiança.
Seu olhar deixava transparecer misericórdia e compreensão das necessidades humanas.
Tanto quanto pôde, multiplicou alimentos, diminuindo a tirania da fome nos agrupamentos que O seguiam sem o reforço do farnel.
Nunca dormiu duas vezes debaixo do mesmo teto.
Concedeu incontáveis entrevistas a legionários e fariseus, buscando aclarar pontos de Sua mensagem, convidando os interlocutores a uma viagem ao país interior.
Nas multidões, tinha quem O odiava e quem O amava.
Sabia quem eram as raposas e quem eram as ovelhas desorientadas da casa de Israel.
Conhecia a fundo cada um de Seus irmãos e irmãs.
Em três anos de vida pública, dividiu a história, pronunciou os mais belos discursos, suavizou os rigores da lei antiga e reergueu mulheres à dignidade furtada.
Jamais constrangeu qualquer um a segui-lo.
Antecipou as dores que viriam, profetizou a destruição do templo de soberba e ostentação e prometeu retornar ao terceiro dia, sustentando Seu colegiado apostólico, varado pelo medo da perseguição política inclemente.
Ressurgiu e inoculou em cada um esperança e contentamento. Conclamou todos à divulgação da Boa Nova além das fronteiras do mundo judeu, libertando perturbados mentais, limpando a hanseníase e alforriando de grilhões obsessivos devedores humanos de verdugos espirituais.
Anunciou a partida para as regiões felizes e numa tarde inesquecível, qual sol de primeira grandeza, acenou aos convidados de Sua messe de amor e subiu para o reencontro com o Pai.
São decorridos dois mil e vinte e cinco anos de Seu natalício...
Sabes que dentro de quarenta dias Ele vai voltar?
Se sim, ergue tua estrebaria na intimidade do coração e aguarda a noite inolvidável da chegada D'Ele ao mundo em conflitos indescritíveis.
Tudo prenuncia o Natal.
Sê tu guardião dessa mensagem inesquecível, e na noite feliz conta outra vez aos teus filhos e netos, convidados e amigos:
~ Era uma vez uma noite estrelada em Belém de Judá...
Marta e Amélia Rodrigues. (Espíritos)
Campos dos Goytacazes/RJ, 16.11.2025
Médium: Marcel Mariano


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